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Bala na Cesta

Com jovens na seleção, um sopro de esperança no basquete feminino brasileiro

Fábio Balassiano

23/08/2018 04h52

Talvez seja otimista demais falar sobre isso no momento em que o basquete feminino brasileiro está fora do Mundial Adulto que acontecerá no final de setembro na Espanha, mas vendo pelo lado positivo da coisa dá pra ficar razoavelmente esperançoso com a seleção que está treinando com o técnico Carlos Lima visando o Sul-Americano de Tunja, na Colômbia, entre os dias 30 de agosto e 4 de setembro.

Se os nomes da Érika de Souza e Clarissa trazem a qualidade técnica e a experiência necessárias (pena que Damiris, lesionada, não pode se apresentar) para voltar a dominar o continente (ao menos na América do Sul – sem o Canadá e, claro, os EUA), é bem bacana notar que há um sopro de renovação no basquete feminino mesmo com o trabalho de base dos times não indo muito bem nos últimos anos (uns 20 anos, diga-se de passagem).

Na foto acima vemos Kamilla Cardoso, de 17 anos e 2m00 (joga na High-School dos EUA), e Stephanie Soares, de 18 anos e 1m98 (do Bradesco, de São Paulo), gigantes em sua primeira incursão na equipe nacional. Kamila foi cortada na tarde de ontem, bem como Tayná Silva, de 22 anos, 1,80m e eleita a revelação da última Liga de Basquete Feminino, mas treinaram por quase um mês em Campinas e certamente aprenderam e evoluíram muito.

Vale lembrar, também, de Izabela Nicoletti, uma das maiores revelações do país e que só não está na equipe devido a lesão no joelho. Iza tem 19 anos e jogará as próximas temporadas na Universidade da Flórida (EUA).

Além delas, que estão surgindo agora, estão treinando no grupo do técnico Carlos Lima a armadora Lays (19 anos) e as alas Isabela Ramona (23), Raphaella Monteiro (23) e Izabella Sangalli (24). Ou seja: 8 meninas com 24 ou menos anos. Se não há nenhuma ainda jogando em times de primeira linha de Europa ou WNBA, ou mesmo sendo estrelas do basquete nacional, são jovens e podem ser desenvolvidas pela Confederação Brasileira e seus times.

Torço sinceramente para que o técnico Carlos Lima tenha a sabedoria para ensinar as meninas sobretudo a parte de fundamentos, carente ao extremo no basquete feminino nos últimos anos, e para que a CBB consiga colocar em prática o planejamento de longo prazo da modalidade das meninas. Talento aqui nunca faltou. Antes, nas gestões Grego e Nunes, o que não havia, mesmo, era planejamento, organização, apoio e investimento em atletas que surgiam bem, mas que ou paravam pelo caminho ou não evoluíam o tanto que poderiam devido a falta de intercâmbio, treinamentos de alto nível fora do país e torneios contra seleções Classe A.

Sei que o presidente Guy Peixoto tem muito firme em sua cabeça a ideia de recolocar o basquete das meninas no topo. A base talvez esteja aí, treinando em Campinas e pronta para, sei lá, 8, 10 anos de seleção se bem trabalhadas e apoiadas.

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