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Bala na Cesta

O que é preciso para LeBron James voltar a ser campeão da NBA?

Fábio Balassiano

11/06/2018 06h00

A temporada 2017/2018 da NBA terminou, e como em todo campeonato que LeBron James tem seu contrato expirando a pergunta que mais fica agora é: qual será o destino do craque que fez os quatro últimos anos de sua carreira com o Cleveland Cavs? Mais do que isso: o que é preciso que um time tenha para que o camisa 23 volte a ser campeão da liga após amargar o seu sexto vice-campeonato em nove decisões?

Do ponto de vista técnico / individual não dá pra pedir muita coisa de um cara que beirou o triplo-duplo de média nas finais da NBA pelo segundo ano seguido e que fez um dos playoffs mais magníficos da história. Acho que a principal questão mesmo para LeBron é tentar visualizar o cenário onde ele, aos 33 anos, não tenha que se matar tanto quanto se matou nessa temporada de 2017/2018 com o Cleveland. Embora absolutamente genial, seu tempo de quadra foi absurdo (37 minutos/jogo na fase regular e 42 na pós-temporada) e a ajuda que ele recebeu, diminuta. A primeira decisão a se tomar, portanto, é se vale a pena, pra ele, permanecer ou não com o Cavs.

Caso queira, está muito óbvio que alguma coisa precisa ser feita pela direção. Tyronn Lue é um técnico abaixo de todas as críticas e não possui a menor voz de comando para com LeBron James. Kevin Love saiu de um jogador excepcional em Minnesota para alguém que arremessa apenas três bolas em uma partida 3 de decisão da NBA com seu time perdendo de 0-2 (que decepção!). Tristan Thompson e Jordan Clarkson foram instáveis. E JR Smith não tem o menor clima para ficar na mesma quadra que LeBron depois do que (não) fez na primeira partida da final contra o Warriors. Se desejar ficar no Cleveland, certamente é porque ele sabe (ou terá demandado) um caminhão de mudanças. Só assim para que o camisa 23 tenha chances de voltar a ser campeão em Ohio.

Se optar por mudar, existem boas opções no mercado. Começando pela conferência Leste, um time que nunca pode ser descartado é o Miami Heat. A franquia que já teve LeBron em suas fileiras por quatro anos (2 títulos, 2 vices) possui Dwyane Wade, amigão de James, um excelente técnico (Erik Spoelstra), um manda-chuva que LeBron respeita (Pat Riley), peças para troca (Hassan Whiteside principalmente) e boa dose de inventividade de Riley para criar espaço para, quem sabe uma nova estrela.

Na mesma conferência é válido destacar o Philadelphis 76ers, que, em minha modesta opinião, é o time que mais possui vantagens para LeBron torna-se novamente campeão da NBA (no Leste, claro). Há um amigo pessoal de James (Ben Simmons), um punhado de jogadores jovens e talentosos que gostariam de ser liderados pelo camisa 23, potencial físico por todas as partes (Joel Embiid, Dario Saric, Simmons etc.) e um espaço gigantesco para crescimento de um núcleo que em seu primeiro ano no playoff já chegou à segunda rodada do mata-mata. E é no Leste, ou seja, dá pra desenvolver a garotada e vencer ao mesmo tempo – ao menos a conferência, dá.

Caso opte por jogar na conferência Oeste pela primeira vez em sua carreira LeBron tem um time babando para tê-lo (e sem esconder de ninguém). É o Los Angeles Lakers, que abriu espaço na folha salarial no último ano para contratar não uma, mas duas estrelas de primeiro nível em 2018. Como Paul George é um nome bastante ventilado, não é irreal pensar pra LeBron em PG13 e ele nas alas, com um punhado de jovens a cercá-los no elenco (Brandon Ingram, Julius Randle, se ficar, Lonzo Ball, Kyle Kuzma, Josh Hart etc.). O único ponto negativo do Lakers é justamente que o grupo é muito novo. Para quem deseja voltar a vencer rápido, talvez a franquia angelina reúna peças jovens demais e experientes de menos (para o caso dele).

Duas franquias surgem um pouco atrás. O San Antonio Spurs conta com Gregg Popovich, técnico que LeBron James admira e responsável por implantar um estilo de jogo que sempre encantou o camisa 23 do Cavs. O problema do Spurs é que o jogador que poderia formar com LeBron uma das duplas mais explosivas do planeta está de "mal" com a franquia. Kawhi Leonard não sabe se fica e aí não faria sentido algum para James ir para o Texas e jogar apenas com LaMarcus Aldridge. Além disso, o San Antonio não é conhecido por ser tão agressivo no mercado de agentes-livres assim. Apesar de ter espaço em sua folha salarial, a "voracidade" do Spurs nas contratações nunca foi tão grande assim.

Em termos de elenco pronto, não há ninguém mais preparado para fisgar LeBron no anseio de levá-lo novamente ao título do que o Houston Rockets (isso, claro, sem citar o Golden State Warriors, o que acho bem impossível de ocorrer). Os texanos possuem apenas US$ 78 milhões comprometidos com a folha salarial de 2018/2019, mas deverão renova com Chris Paul por longa data e valor alto. Para contratar James, a única alternativa seria abrir mão de Trevor Ariza (agente-livre), encontrar algum time para liberar Ryan Anderson (US$ 42 milhões por dois anos) e talvez outro para absorver o contrato de Eric Gordon (US$ 27mi por 2 anos).

Para o ala do Cavs, jogar eventualmente com James Harden e Chris Paul seria realmente animador. Não se cansaria tanto, teria craques ao seu lado e, sendo no Oeste, não pegaria o Warriors na final da NBA – mas provavelmente na decisão de conferência. A dúvida, agora, é saber se o Rockets iria mesmo em cima de LeBron, "destruindo" tudo o que fez no elenco recentemente para ter apenas uma peça (mas A peça, ok…). É difícil "ler" a mente do gerente-geral Daryl Morey neste sentido, mas o fato de haver um novo dono no Houston pode indicar que a franquia vá ao mercado para dar ao técnico Mike D'Antoni todas as peças do mundo para se sagrar campeão.

Meu singelo palpite: se ficar no Leste, LeBron James vai pra Filadélfia. Caso mude pro Oeste, seu destino será Los Angeles. E você, alguma ideia pra onde irá LeBron?

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