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Bala na Cesta

Maior ídolo da história do basquete do Flamengo, Marcelinho pode se despedir hoje do esporte

Fábio Balassiano

07/05/2018 06h10

Staff Images / Flamengo

Pode terminar nesta segunda-feira a carreira do maior jogador de basquete da história do Flamengo. Perdendo a série para Mogi por 2-0 na semifinal do NBB, Marcelinho Machado e seus companheiros entram na Arena Carioca I a partir das 20h (Sportv) dispostos sobretudo a prorrogar o duelo e também para manter vivo o sonho de Machado, que é se aposentar do seu clube do coração com mais um título do NBB.

O problema para Marcelinho e para o Flamengo é que desde o começo da série semifinal o domínio é de um Mogi absurdamente bem treinado por Guerrinha e que vem inibindo o rubro-negro de uma maneira que poucos imaginavam. E via defesa, via marcação, via "freada" no ritmo, via controle emocional. Para se ter uma ideia, a equipe mogiana conseguiu deter o time de José Neto a 62 e 74 pontos nos dois primeiros duelos. Para uma equipe que teve média de quase 85 pontos por jogo na fase de classificação, é uma redução e tanto.

Mas não é só nos números coletivos que Mogi vai bem. Misturando trocas na marcação e variação de "corpos" Guerrinha vai dando um trabalhão a Marquinhos, disparado o melhor jogador do NBB na temporada (média de 18,2 pontos). No primeiro duelo, o camisa 11 rubro-negro teve 14 pontos, mas poucos touches (10 arremessos apenas). No segundo, a marcação foi ainda mais apertada, evitando com que a bola chegasse ao craque, que teve 3 desperdícios de bola, 7 pontos e 6 erros nos 7 arremessos que tentou. Sem sua válvula de escape nas bolas de um-contra-um o Flamengo emperrou, só se mantendo vivo quando Arthur Pecos saiu do banco para chamar um pouco do jogo pra si.

No ataque, Mogi tem sido muito feliz ao colocar a bola nas mãos de Tyrone para ele criar seus arremessos e forçar, com seu potencial físico, desequilíbrio defensivo no Flamengo. Com a marcação errada do Fla, Tyrone distribui a bola, os mogianos passam, passam, passam e arremessam livres. No duelo que abriu a série, o norte-americano teve 17 assistências e seu time, 20 assistências em 29 arremessos convertidos. No jogo do Rio de Janeiro, 24 assistências em 34 chutes certos. Isso tudo errando muito pouco (26 ao todo), ou seja, sem permitir cestas fáceis / contra-ataques pro Flamengo.

É óbvio que o Flamengo tem muita qualidade, uma comissão técnica experiente e não vai querer sair do NBB com um sonoro 3-0 em casa. Mas até o momento o domínio da série semifinal é totalmente de Mogi, que conseguiu impor seu ritmo, entrar na cabeça rubro-negra e plantar inúmeras "pulgas" atrás da orelha do técnico José Neto.

Caso o Flamengo vença nesta noite, reduzindo a vantagem mogiana para 2-1, o jogo 4 será no ginásio Hugo Ramos, em Mogi, ainda com data a confirmar.

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