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Bala na Cesta

Em evolução, seleção masculina faz o dever de casa e fecha bem primeira janela das eliminatórias

Fábio Balassiano

27/11/2017 22h00

Acabou há instantes a segunda partida do Brasil nas eliminatórias da Copa do Mundo da China de 2019. E o time do croata Aleksandar Petrovic jogou bem de novo, fez 72-60, conseguiu a segunda vitória e terminou a primeira janela da maneira que gostaria (batendo chilenos fora de casa e venezuelanos diante da torcida. Anderson Varejão, com 16 pontos e 11 rebotes, Alex (9 pontos, 6 rebotes e 7 assistências) e Vitor Benite (10 pontos), foram os grandes destaques. A seleção volta a jogar no dia 22 de fevereiro, ainda sem local definido, contra a Colômbia em casa. Três dias depois é a vez, também no Brasil, contra o Chile.

Diante de uma Venezuela bem frágil o Brasil fez o que deveria fazer: marcou pesado desde o começo, espaçou a quadra para permitir infiltrações e arremessos sem marcação, foi intenso para comer do ataque pra defesa e vice-versa. Com isso a vantagem no placar foi aumentando, aumentando e aumentando. Incrível desde o início, Anderson Varejão marcou oito pontos nos dez minutos iniciais, que terminaram com 19-7 pro time brasileiro.

A segunda parcial viu Yago sair do banco para infernizar os venezuelanos, Leo Meindl novamente muito bem e Alex voando como sempre. No intervalo, incontestáveis 39-20 em uma atuação bem consistentes do time de Petrovic, que apresentou boas movimentações com e sem bola, velocidade nos corta-luzes, agilidade para as rotações defensivas e ferocidade para atacar a cesta quando necessário.

A segunda etapa começou com um susto quando Anderson Varejão foi ao solo e sentiu o joelho (retornou à partida depois), mas a vantagem do placar a favor do Brasil se manteve sem muito esforço. O Brasil oscilou um pouco, natural pra um começo de trabalho e de temporada, além do fato de o adversário não oferecer nenhuma resistência, mas jogou bem na maior parte do tempo. Fechou o terceiro período em 58-46 e foi pros dez minutos finais com grande vantagem e tranquilidade.

Nos dez minutos finais a Venezuela deu um pouco de dificuldade ao Brasil. Reduziu a diferença para oito, mas não foi muito além. O Brasil voltou a jogar bem, inibiu as ações ofensivas dos rivais e fechou o jogo com seguros 72-60.

De longe fica difícil dizer, mas o público poderia ter sido melhor. Entendo que o gigantismo da Arena Carioca dificulte e até incomode a quem veja a imagem (de estádio vazio) de casa e que de fato as cerca de 2 mil pessoas em uma segunda-feira à noite no Rio de Janeiro não seja o fim do mundo, mas o fato é que a CBB terá que trabalhar muito para conseguir encher ginásios no país em partidas da seleção brasileira (sobretudo as sem os atletas de Europa e NBA). É reflexo de anos de desmandos da Confederação, de uma falta de conexão incrível entre público e equipe nacional e uma ausência de marketing/ comunicação por conta das antigas gestões da entidade máxima que Guy Peixoto e sua equipe tentarão reverter.

Por fim, vale dizer que se é verdade que acho precipitado fazer qualquer tipo de análise em cima de um trabalho, como é o de Petrovic, de apenas 10 dias, com cinco treinos e dois jogos no meio, também dá pra falar que o Brasil fez o que deveria fazer (venceu as duas primeiras partidas), mostrou evolução entre elas e agora espera os jogos de fevereiro (ambos em casa) para encaminhar bem a sua classificação pro Mundial de 2019 na China.

Viu o jogo? O que achou? Gostou?

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