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Bala na Cesta

Anderson Varejão é a grande novidade da primeira convocação de Petrovic na seleção

Fábio Balassiano

28/10/2017 07h05

Saiu ontem a primeira convocação do novo técnico Aleksandar Petrovic para a seleção brasileira masculina. Visando as duas primeiras partidas das eliminatórias (24/11 no Chile e 27/11 contra a Venezuela no Rio de Janeiro), o croata enviou a lista prévia de 24 nomes para a Federação Internacional (FIBA).

A grande novidade ficou mesmo com o nome de Anderson Varejão, pivô brasileiro que não joga desde fevereiro deste ano, quando foi dispensado pelo Golden State Warriors. Com carreira de sucesso na NBA, o pivô está sem time desde então e teve seu nome lembrado por Petrovic para esta primeira janela. Creio eu ser uma imensa oportunidade para Varejão mostrar às franquias da liga que se encontra em boa forma física e técnica, e sobretudo para a seleção, que teria um nome conhecido e carismático para "vender" a partida contra a Venezuela no Rio de Janeiro – isso sem falar no ganho técnico e de respeito com o qual os adversários receberiam a equipe nacional com a presença do capixaba no elenco.

O mesmo caso se aplicaria a Leandrinho, que se encontra na mesma situação de Anderson (sem clube e em busca de ritmo de jogo). Tiago Splitter, também em busca de espaço na NBA, ainda se recupera fisicamente e não poderia atender à convocação, já que se encontra treinando nos Estados Unidos.

Sobre esta primeira convocação, vale lembrar que muitos dos nomes que constam da lista podem vir a não se apresentar – e desta vez não há nada a reclamar dos atletas, como até pouco atrás costumava-se fazer por aqui. Devido às mudanças recentes do calendário do basquete mundial, os clubes europeus que disputam Euroliga e as franquias da NBA já avisaram à FIBA que jogadores durante a temporada não serão liberados de forma alguma.

São os casos, no exemplo brasileiro, de Marcelinho Huertas (Baskonia/Espanha), Raulzinho (Jazz/NBA), Georginho (Rockets/NBA), cujos nomes aparecem na lista de Petrovic mas que muito provavelmente não estarão vestindo a camisa da seleção brasileira nesta primeira janela. Há, porém, tentativa da CBB de chegar a um acordo com seus respectivos clubes, o que acho sinceramente difícil.

Casos como os de Vítor Benite (Murcia/Espanha), Ricardo Fischer (Bilbao/Espanha) e Augusto Lima (Besiktas/Turquia) têm mais chance de dar certo, já que seus times não jogam Euroliga e já há boas tratativas da Confederação com suas equipes. Confirmações ou negativas devem ser dadas até o final da próxima semana.

Como venho dizendo aqui há tempos, para os jogos das eliminatórias durante a temporada o Brasil jogará basicamente com uma seleção de jogadores do NBB, adicionada com poucos nomes do basquete externo (Benite, Fischer e Augusto, por exemplo). Não é que seja uma equipe B ou C, mas sim um time com menor potencial técnico do que aquele que teria os melhores atletas do país (todos da NBA, mais os da Europa que atuam na Euroliga). Isso não é uma crítica, mas sim um fato.

Sendo assim, dá pra dizer que esta primeira janela de jogos das eliminatórias será um teste para este específico grupo de atletas que ultimamente têm se enrolado em competições FIBA (vide recentes campanhas ruins na Copa Américas, quando atletas da NBA não participaram), para Petrovic, que terá poucos dias de trabalho para treinar e implantar a sua filosofia com atletas que ele nunca dirigiu (e alguns que atuam no basquete interno ele tampouco conhece profundamente – algo natural!), e também uma chance para, quem sabe, voltarmos a ver Anderson Varejão em quadra.

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