No primeiro dia da suspensão, o que podemos esperar do basquete brasileiro?
Começa hoje oficialmente a suspensão do basquete brasileiro para a Confederação Brasileira de Basketball. De recesso na segunda-feira e com o feriado de ontem, a CBB inicial nesta quarta-feira, 16 de novembro, a etapa mais triste da história da modalidade no país – a Era Suspensa, assinada por Carlos Nunes, Vanderlei, Édio, Luiz Carlos e tantos outros que ajudaram a escrever a nada brilhante página deste capítulo triste do esporte da bola laranja.
A pergunta mais recorrente que recebi ontem foi: "Beleza, cara, mas e agora?". A minha resposta sempre calhou de ser a mesma: "Putz, precisamos esperar". Mas tenho algumas ideias do que poderá ocorrer. Vamos lá:
1) Esta pra mim é a possibilidade mais real dentro do modus operandi existente na CBB. É a possibilidade de Carlos Nunes simplesmente não fazer nada, necas, zero. Nunes pode apelar, choramingar, para o Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Ministério dos Esportes e outras instâncias para ver no que dá. Como vive em outro planeta, o presidente pode fazer um jogo de paciência e, sabendo que jamais será incomodado pela tal Comunidade do Basquete, vencê-lo no final de março de 2017, quando termina seu mandato. Não apostaria contra isso e caso o expediente seja mesmo aplicado nova suspensão a partir de 28 de janeiro seria provavelmente aplicada, afetando as seleções adultas na Copa América Pré-Mundial Feminina e no começo das eliminatórias da Copa do Mundo masculina de 2019, além, claro, das Copa Américas Sub-18 masculina e feminina.
2) Outra situação possível é Carlos Nunes antecipar as eleições para janeiro de 2017. O motivo? Se Nunes fizer isso, o novo presidente assumiria logo em seguida ao pleito e tentaria argumentar com a FIBA o fim da suspensão a partir de 29 de janeiro de 2017.
Em termos estratégicos, o atual mandatário sairia de cena, deixando o seu sucessor conversar com a Federação Internacional. Se desse certo, tudo bem. Caso não, Nunes já estaria fora e longe da linha de tiro para todo mundo.
3) Possibilidade remota por aqui. Nunes renuncia ao cargo nesta quarta-feira ou em algum dia próximo, abrindo espaço para novas eleições imediatas. Acho beeeeeeem difícil que isso aconteça, mas é uma possibilidade.
4) Outra ideia que me passou pela cabeça seria a de Nunes bater de frente com a FIBA, levando o problema para alguma instância jurídica. Não me parece inteligente e nem algo que o presidente da CBB deva pensar, mas em momentos de crise surgem algumas sugestões pouco recomendáveis e achei por bem incluir por aqui.
5) Totalmente contra a parede, este cenário é mais crível de se visualizar. Das críticas feitas pela FIBA à CBB, a única que a Confederação tem condição de melhorar agora é em relação a seu estatuto e também em gestão. Se Nunes tiver um mínimo de noção das coisas, algo que sinceramente não sei se ele tem (a verdade é que não acho que ele tenha noção da gravidade do que ocorreu na segunda-feira), ele mexe nas regras da entidade, faz um ótimo mapeamento das contas e do cenário da entidade máxima e prepara o terreno para um novo mandatário. Se pensar no bem maior (na modalidade), é realmente algo que a Federação Internacional ficaria mais tranquila em relação ao país.
6) Esta pra mim seria a melhor de todas as soluções, mas Carlos Nunes não faria isso de jeito nenhum por um motivo simples – ego. Nunes poderia propor à FIBA que o comando do basquete brasileiro passaria à Liga Nacional de Basquete, a organizadora do NBB, Liga Ouro e Liga de Desenvolvimento. A LNB tem ótimo relacionamento com a FIBA, dois dirigentes de alto nível e muito respeitados pelo órgão máximo do basquete mundial (falo do ex-presidente Kouros Monadjemi e do atual vice-presidente João Fernando Rossi), já tirou os clubes da lama nove anos atrás e poderia utilizar a experiência que teve com a criação, desenvolvimento e crescimento do NBB para reerguer a CBB. A Liga Nacional NÃO quer e não vai se meter no imbróglio apesar da suspensão de dois de seus clubes (Bauru e Flamengo) da Liga das Américas, conforme Nota Oficial divulgada ontem inclusive, no que ela está certíssima, mas creio que se ela for consultada a pelo menos ajudar na remontagem da entidade máxima do basquete brasileiro alguma coisa boa sairia.
O que será que acontece a partir de hoje? Dentre estas seis soluções, qual você acha que será a escolhida por Carlos Nunes? Ou faltou alguma? Comente aí!
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