A volta por cima de Guerrinha e a consolidação de Mogi com o título Paulista
Vocês sabem bem o que eu acho sobre os Estaduais de basquete (mais desnecessários do que necessários), mas em alguns casos a conquista tem um valor muito especial.
É o caso da de Mogi no Paulista de 2016. Os mogianos fizeram 69-61 contra Bauru ontem à noite em um ginásio Hugo Ramos completamente lotado, fecharam a decisão em 2-0 e conquistaram o primeiro caneco do time desde que regressou à elite do esporte no Brasil em 2011 e o segundo da história da cidade (o outro foi exatamente há 20 anos, em 1996!).
O troféu Paulista é um prêmio, sem dúvida alguma, a jogadores como Filipin, que estão desde o começo do projeto, Shamell, um baita jogador, Caio, Gerson, Tyrone, Larry, Vithinho, Jimmy, Elinho, entre outros, mas sobretudo uma reverência à torcida mogiana, uma das mais fanáticas e ativas do país (eles lideram as estatísticas de média de público do NBB sempre!!!), e também a uma diretoria que tem investido a cada ano mais não só no time, mas também em estrutura e também na modalidade – o que não é fácil quando as conquistas não vêm, como foi o caso nos últimos anos. Costumava dizer que para o bem do basquete e também para a continuidade do time profissional em Mogi um título se fazia necessário para sedimentar a semente plantada lá atrás. E assim foi feito.
Não posso terminar esse texto sem citar Jorge Guerra, o Guerrinha. Técnico de personalidade forte e bastante carismático, ele foi demitido de maneira bizarra antes do NBB passado por Bauru, ficou um ano estudando, tentando montar projetos, vendo a modalidade de longe. Era um desperdício para o basquete brasileiro tê-lo de fora por tanto tempo, mas sempre há um motivo para as coisas acontecerem, né?
Quando foi contratado por Mogi para essa temporada pelo gestor Nilo Guimarães pensei que poderia ser uma volta por cima para ele. Mogi é um clube de orçamento imenso, com ótimo elenco e que precisava apenas dar o próximo passo, ou seja, ganhar um título. E o caneco veio rápido e justamente contra a equipe que o dispensou antes do início da temporada 2015/2016 (deve haver alguma explicação psicanalítica para isso…). Guerrinha é um trabalhador incansável, autêntico e que sempre conseguiu fazer muito bem a sinergia entre clube, elenco e torcida. Foi assim em solo bauruense e acho que está claro que ele está conseguindo isso com os mogianos.
Títulos estaduais, insisto nisso, valem muito pouco. No caso de Mogi não é bem por aí. O time vem forte para Liga Sul-Americana e NBB, e a conquista do Paulista de ontem, em partida exibida pelo YouTube, serviu para que o time aumentasse a sua confiança para o restante da temporada, para Guerrinha voltar a sorrir e sobretudo para premiar uma fanática e fiel torcida.
Nem sempre a palavra 'merecimento' se faz presente no esporte. Nesta quinta-feira ela (a palavra) foi bem empregada. Mogi merecia demais uma conquista.
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