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Bala na Cesta

Fala, Leitor: O dia em que encontrei Diana Taurasi e sua medalha de ouro

Fábio Balassiano

28/08/2016 06h02

* Por Francielle Fernanda Almeida

diana1Conhecer a Diana Taurasi foi um sonho realizado em minha vida. Sempre via Diana jogar pela TV e pensava em como seria maravilhoso vê-la, mesmo que de longe, pessoalmente. Foi principalmente por causa da mulher que me inspirou a jogar e a amar basquete que fui na semifinal olímpica feminina entre EUA x França na quinta-feira na Arena Carioca I. Vendo que ela era muito atenciosa com os fãs depois do jogo eu tentei tirar uma foto com ela. Não consegui, pois estava muito cheio e Taurasi já tinha que ir para o vestiário. Mas não saí de mãos abanando. Literalmente.

fernanda3Diana jogou sua toalha para a torcida e, adivinhem, eu a peguei. Já estava tudo maravilhoso. Tinha a toalha da minha ídolo, fiquei muito feliz e voltei pra casa nas nuvens. Só que sabe como é, fã que é fã nunca está satisfeito. Na final, entre EUA e Espanha, eu queria muito a sonhada foto com ela. A atleta que sempre me inspirou a persistir nesse esporte tão maravilhoso que é o basquetebol estava tão pertinho de mim que não poderia deixar isso passar. Foi aí que resolvi fazer um cartaz exatamente com o que sentia e com o que queria. A mensagem era: "Taurasi, eu jogo basquete por sua causa. Por favor, tire uma foto comigo".

fernanda2Como era uma final olímpica e tinha todo aquele protocolo de premiação depois que o jogo acaba eu não estava muito confiante que conseguiria isso. Se eu conseguisse que ela lesse o cartaz e agradecesse mesmo que de longe, já ficaria satisfeita. Era nisso que estava me apegando depois que os EUA conquistaram o ouro olímpico. E aconteceu! Quando Diana Taurasi estava no pódio para receber a premiação, chamei a atenção dela balançando muito o cartaz (risos). Ela leu e agradeceu batendo a mão no peito. Nesse momento já estava emocionada.

diana2Mas sabe como é, fã que é fã nunca está satisfeito e eu ainda continuaria ali no meu lugar para tentar a sonhada foto. Sou brasileira e não desisto (risos). Foi aí que um coordenador da delegação norte-americana viu o cartaz e se comoveu. Pediu que os fotógrafos oficiais tirassem fotos do meu cartaz e solicitou que alguém chamasse a Taurasi. Já estava desesperada, pois ela já estava indo pra zona de entrevistas e normalmente depois disso os atletas vão direto para o vestiário. O coordenador veio do meu lado e disse: "Fique tranquila, ela está vindo". Tranquila? Eu? Aham…

fernanda1E aí, sim, aconteceu. Aconteceu. Eu vi Diana Taurasi vindo em minha direção sorrindo. Meu coração quase saiu pela boca. Não estava acreditando. Era ela vindo lentamente para me encontrar. Quando ela parou na minha frente leu novamente o cartaz, agradeceu e me deu um abraço. Depois fomos tirar a foto e para minha surpresa novamente ela me disse uma das coisas que jamais esquecerei em toda a minha vida: "Agora segura a medalha você". Nessa hora não sabia o que pensar. Comecei a tremer toda, mas era um pedido dela e eu não poderia negar. Foi lindo, um dia que nunca irei esquecer. E um detalhe: que medalha pesada. Literalmente e emocionalmente.

fernanda4Mesmo tendo a oportunidade raríssima de tudo isso e ter ficado muito feliz, fico triste ao mesmo tempo. Triste porque não temos "Taurasis" em um país que já foi campeão Mundial na modalidade. Depois da geração da Hortência e da Paula, o basquete feminino no Brasil esta cada vez mais deixado de lado. Temos uma Liga ainda de caráter amador, que em sua ultima edição teve a participação de apenas 6 equipes.

Nas categorias de base então nem se fala. Trabalho como técnica em uma associação (JF Celtics) em Juiz de Fora com a equipe feminina que em sua primeira participação no Campeonato Mineiro já foi campeã Regional. Não temos apoio governamental, nem empresarial.

fernanda5Também sofremos com a pequena procura das meninas pela modalidade. Isso, na minha opinião, é reflexo do grande descaso com o basquete feminino. Depois do ouro no Mundial da Australia em 1994 e a prata nas Olimpíadas de Atlanta em 1996 tínhamos "a faca e o queijo na mão". Era hora de divulgar e investir na modalidade. Mas não aconteceu.

Espero sinceramente que depois da atuação na seleção feminina nas Olimpíadas seja feita algo por esse esporte tão maravilhoso. E minha maior esperança é que consigamos ter ídolos para que nossas meninas que estão começando na modalidade possam se inspirar. Exatamente como eu me inspirei por Diana Taurasi.

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