Entendendo o louco final do jogo entre Thunder e Spurs de ontem
O final do jogo entre San Antonio Spurs e Oklahoma City Thunder ontem à noite no Texas foi um dos mais loucos – e controversos – dos últimos anos na NBA. A vitória por 98-97 do Thunder (1-1 na série) veio com uma sequência insana de acontecimentos a partir da saída de bola na lateral batida por Dion Waiters, ala do OKC. Veja só:
Na hora, meio mundo gritou: "Dion Waiters deu um safanão em Manu Ginóbili e isso é falta clara". Sim, é uma verdade. E no susto a reação foi a mais óbvia mesmo. Mas esta não foi toda verdade. Houve muito mais coisa nos bizarros segundos finais da peleja. Vamos lá:
a) Está na regra: O que Manu Ginobili fez ao se posicionar muito perto do lateral, pisando na linha antes da bola entrar em jogo inclusive e não dando a Dion Waiters espaço suficiente para fazer a reposição de bola é considerado uma violação de jogo. Quando isso acontece nos 46 primeiros minutos do tempo regulamentar o árbitro pode aplicar uma simples advertência. Nos dois minutos finais do quarto período e na prorrogação? É falta técnica direto. Erro grave número 1. E isso não é uma opinião, mas sim a regra da NBA.
b) Também está na regra: O que Waiters fez foram, na verdade, duas violações em sequência. O ala do Thunder pulou para bater um lateral (não pode) e atingiu o argentino para afastá-lo de perto dele. Seria falta (lance-livre, no caso) por empurrar Manu e posse de bola do Spurs por pular para bater o lateral. Erro grave número 2.
c) Na sequência dos fatos o pivô Steven Adams foi bizarramente puxado por uma torcedora do San Antonio Spurs ali de onde Patty Mills errou seu arremesso de três pontos. Isso é considerado uma violação grave, com o time mandante sofrendo uma falta técnica (no mínimo) por ter um fator externo (torcedor) interferindo nas ações da quadra). Erro grave número 3.
d) No mesmo lance Russell Westbrook é puxado por Kawhi Leonard, fazendo com que o camisa 0 do Thunder não consiga receber o passe de Waiters. Falta claríssima. Erro grave número 4.
Então é isso. Como todos os atos seguintes não aconteceriam se o primeiro tivesse sido apitado pela arbitragem, não é possível atribuir a derrota do Spurs a este fim de jogo, não (e Manu Ginóbili, com uma classe incrível, fez questão de frisar isso). O mais bizarro, para mim, foi a arbitragem ter saído de quadra sem sequer ter revisado nada. Pegou o casaco, vestiu e saiu fora como se nada de diferente tivesse ocorrido.
Com isso, fim de papo então e vitória justa do Oklahoma City Thunder por 98-97. Amanhã, quarta-feira, volto com uma análise tática sobre o que aconteceu de fato no primeiro jogo deste duelo (o que rolou sábado, quando o Spurs abriu 40 pontos em uma tacada só, foi um atropelamento – e algo totalmente fora da curva, irreal) e o que podemos esperar para os duelos que ainda virão.
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