Especial Kobe Bryant: Jefferson Sobral lembra momentos com astro no Lakers
Marcelinho Huertas não é o primeiro jogador brasileiro a dividir uma quadra de basquete com Kobe Bryant na NBA. Então tricampeão da NBA, o astro do Los Angeles Lakers chegou a pré-temporada do time em 2002/2003 mais confiante do que nunca para tentar um incrível tetracampeonato. Nos treinos ele encontrou com Jefferson Sobral, ala que se destacada no Brasil e que tentava um contrato com alguma franquia da melhor liga de basquete do mundo.
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"Mais de dez anos atrás era inimaginável pensar que a NBA no Brasil e para os brasileiros se tornaria o que se tornou hoje. São muitos de nós por lá, já são dois campeões e tem muito mais gente entrando. Quando eu fui era praticamente um milagre conseguir. Tinha o Nenê, o Anderson Varejão estava chegando, mas era praticamente impossível. Lembro que cheguei pra pré-temporada e os Lakers tinham acabado de ser um tricampeões. Foi muito impactante entrar no Centro de Treinamento e dar de cara com Phil Jackson, o técnico, e atletas como Shaquille O'Neal, Kobe Bryant e Derek Fisher. Muita gente falava sobre o clima ruim entre Shaq e Kobe, mas não vi muita coisa. Cada um ocupava o seu espaço. O Shaq era uma criança gigante. O Kobe, mais reservado, na dele, só se preocupava em treinar. O cara era uma máquina", relembra o ala, que atualmente é técnico da Liga Amadora do ABC, a LABA, e cujo time, o Ballers, foi campeão na temporada passada implantando o mesmo sistema do Lakers na época, o Sistema de Triângulos.
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A vida, porém, não seria muito fácil para Jefferson. Ele batalhava pelo único contrato que a franquia poderia dar a um atleta de fora do Draft e se esforçava, nos treinamentos, para evoluir. Chegar cedo ao ginásio era obrigação. E sinônimo de que encontraria Kobe Bryant por lá.
"Neste ponto, de treinamento, ele é realmente tudo o que falam dele mesmo. O cara sempre foi um verdadeiro rato de treinamento. Eu sempre tentava chegar antes pra treinar, e ele SEMPRE estava lá. Estava sempre à frente de todos, preparado para as situações. Não era pego de surpresa por isso", analisa Jefferson, que se recorda exatamente do primeiro treino coletivo da equipe: "O Devean George, um ala muito alto e bem forte, marcou o Kobe no primeiro exercício. A bola quicou, e o George grudou no Kobe. Estava marcando muito bem, não dava espaço. Aí na primeira oportunidade que surgiu o Kobe gingou para um lado, para o outro, não viu muita brecha para arremessar de longe e parecia que iria passar a bola. Que nada. Kobe lançou a bola com força na tabela e cravou a bola pegando rebote. Foi meu cartão de visitas. Estava no lado oposto do Devean George e não sabia se ria, aplaudia, se coçava o olho".
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Jefferson, que também é Pastor da Igreja Batista Ministério Colheita em São Caetano, passaria por outra emoção em sua rápida passagem pelo Lakers. No primeiro amistoso da pré-temporada teve a missão de substituir a Kobe Bryant durante o jogo.
"Quando o Phil Jackson me chamou pra entrar no lugar dele foi uma sensação estranha. Pensei comigo: 'Como vou anunciar pra mesa que vou entrar no lugar do Kobe? E como vou falar pra ele que vou entrar no lugar dele?'. Lembro disso até hoje. Jamais imaginei chegar perto dele. Era um sonho grande e eu pude realizar", diverte-se Jefferson, que recentemente passou por um drama pessoal quando seu filho Nicolas, de 16 anos, faleceu vítima de um ataque cardíaco repentino.
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Cortado pouco antes da temporada começar, Jefferson relembra que nunca teve oportunidade de conversar longamente com Kobe Bryant. Na saída do Centro de Treinamento, porém, ele não perderia a chance derradeira.
"Sempre via o Kobe batendo bola, e fiz um pedido daquela vez: 'Quero jogar um-contra-um contra você. Vamos?'. Ele coçou a cabeça, me disse umas palavras legais sobre a minha saída da franquia, me incentivou a continuar treinando forte e falou: 'Vamos nessa'. O Kobe, naquele momento, acabou realizando um sonho de criança para um adulto. Só posso agradecer por aquilo que aconteceu. Fiz umas duas cestas, fiquei feliz, aí o cara fez umas 10 direto em cima de mim (risos). Agora que vai se aposentar bem que pode vir jogar no Ibirapuera com a gente, né?".
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