Fiquem de olho, os Spurs estão voando na NBA
Escrevi neste blog sobre o San Antonio Spurs no primeiro dia de dezembro do ano passado. À época era um time com 14-4, se consolidando na segunda posição do Oeste (atrás do Golden State Warriors, obviamente) e ainda tentando encontrar a melhor maneira de encaixar LaMarcus Aldridge ao sistema que funciona com Tim Duncan, Tony Parker e Manu Ginóbili há 715 anos.
Um mês (e pouco) se passou, e os Spurs estão VOANDO na NBA. Voando é voando mesmo. Dos 19 jogos que houve desde dezembro, foram 17 vitórias. No total, 31-6, a vice-liderança do Oeste, a segunda melhor campanha de toda NBA, o sempre maravilhoso basquete, a invencibilidade em casa (21-0 – apenas o Warriors se mantém assim, com 17-0 aliás) e uma defesa que tem sufocado os rivais.
A marcação, que concedia 97 pontos por jogo em 2014/2015, melhorou – e melhorou muito. Sofre apenas 89,5 pontos por jogo (melhor índice da temporada 2015/2016 da NBA), permite apenas 42,7% de conversão dos rivais nos arremessos (2% melhor que em 14/15 e atrás apenas de Chicago e Warriors no quesito) e excepcionais 31,5% nas bolas de fora (melhor marca da liga). Se há anos o San Antonio Spurs encanta com seu jogo de passes, de fluência, aparentemente agora chegou o momento em que o equilíbrio nunca esteve tão conectado, digamos assim.
É óbvio que o crescimento de Kawhi Leonard impacta nisso. Ele não é apenas o "capitão da defesa", mas sim o novo dono do time. Engana-se quem ainda pensa que Duncan, Parker ou Ginóbili é que ditam as cartas dentro da quadra. O trio de veteranos pode apitar no vestiário, colocar em voga algumas diretrizes, mas quando a bola sobe é o camisa 2 que decide a maioria dos ataques do Spurs (14,8 dos 82,6 arremessos por noite são dele) e quem comanda as pressões defensivas nos adversários (são 2,1 roubos por noite e o índice de 34% de conversão de arremessos do adversário que é marcado por ele), aumentando intensidade e "pegada" quando necessário (pra desespero dos rivais).
Ajuda para o índice defensivo, também, o excelente rodízio que é praticado por Popovich, claro. Todo mundo que entra em quadra está descansado e sabe que pode ligar o turbo com tranquilidade para marcar e atacar sem medo de a segunda unidade não dar conta de segurar a vantagem – porque os reservas do Spurs são fantásticos, fantásticos. Além disso, vale mencionar as presenças de David West (veterano) e dos jovens Jonathon Simmons e Kyle Anderson, dois atléticos alas que têm o estilo que Pop gosta – ninguém nota muito, ele vai se desenvolvendo, se desenvolvendo e quando a gente menos percebe há um atleta pronto para a rotação de alto nível.
Assim vai chegando o San Antonio Spurs para a fase mais importante do campeonato. O time, que enfrenta o New York Knicks hoje em casa, só tem um jogador com mais de 30 minutos por noite (Leonard, com 33 – alto nem tão alto assim) e outros 10 com mais de 12 minutos por partida. Ou seja: mesmo com alguns veteranos, a parte física estará em dia, controlada sempre por um cara que olha bastante lá na frente.
Gregg Popovich é um gênio do basquete. Um gênio que tenta dar o último título a Tim Duncan e Manu Ginóbili antes da provável aposentadoria deles (se não nesta, na próxima temporada). Pop é um gênio com a missão de provar que também é possível, sim, jogar bonito e ser eficiente nos dois lados da quadra. Não é fácil, mas o Spurs tem conseguido na temporada 2015/2016.
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