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Bala na Cesta

Com mesma filosofia, Memphis tenta fazer 'NBA da antiga' ir longe

Fábio Balassiano

28/10/2015 03h58

timePouco antes do playoff passado cheguei a comentar aqui que o Memphis representava a contracultura nas quadras da NBA. Usando e abusando do jogo pesado no garrafão, de uma defesa que tritura os adversários e sem nenhum pudor freando o ataque (ao contrário da velocidade extrema que vemos em alguns times), os Grizzlies não têm medo de mostrar ao mundo aquilo que ele (o mundo) quase não não vê mais por aí.

conleyO problema é que, apesar de três temporadas seguidas com 50+ vitórias, na temporada 2014/2015 a eliminação na semifinal de conferência para o Golden State Warriors poderia representar um fim de ciclo para o Memphis "da antiga", pois muita gente alegava que com o estilo, digamos, mais turrão a franquia jamais chegaria à decisão da NBA.

As férias vieram, e a direção do Memphis não teve dúvida: renovou com Marc Gasol (o espanhol, agente-livre, nem quis iniciar conversas com outras franquias, tamanho era o seu desejo de renovar com a sua equipe…), não trocou ninguém, foi ao mercado e trouxe dois jogadores com estilo parecido ao que o elenco já tinha (Matt Barnes para a ala e Brandan Wright para a rotação do garrafão) e sinalizou que iria apostar de novo na filosofia que, ora bolas, vem dando certo por lá há uma razoável tempo.

marcE é com um quinteto titular formado por Mike Conley (um dos melhores e mais subestimados armadores da liga), Tony Allen, Jeff Green, Zach Randolph e Marc Gasol, com Vince Carter, Courtney Lee, Matt Barnes, Brandan Wright e Beno Udrih no banco, que o Memphis inicia a sua caminhada logo mais em casa contra o Cleveland de LeBron James (22h, sem TV). Apostando na base que rende 50 vitórias há três temporadas, mas principalmente em um estilo de jogo que a NBA atual quase não vê mais.

memphisE quer saber? É bom demais ver esse Memphis jogar. Não por ser recheado de bons jogadores, mas sim por nos lembrar que é, sim, possível vencer e/ou jogar bem atuando de uma maneira diferente daquela que se convencionou jogar na NBA de anos para cá. Se para eternizar ou fazer uma forma de jogar se repetida pelos outros é preciso vencer, ir longe, está aí mais um ótimo motivo para torcer para estes Grizzlies irem longe no campeonato que começa hoje.

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