As lições do NBB Marketing Meeting - LNB e clubes precisarão agir rápido
Foi realizado nesta terça-feira, no Theatro NET (SP), o primeiro NBB Marketing Meeting da história da Liga Nacional de Basquete. Com palavras de Sergio Domenici (Gerente-Executivo da LNB), Arnon de Mello (Diretor-Executivo da NBA no Brasil – foto à direita) e Cássio Roque (Presidente da LNB) e palestras de Pam El e Gustavo de Mello (do Marketing da NBA), o evento tinha o objetivo de apresentar o produto NBB ao mercado publicitário e mostrar um pouco da recente parceria NBA e NBB.
Isso seria, digamos, o produto "entregável" do evento. Mas houve valor agregado – muito valor agregado na entrega. Principalmente com as palavras de Gustavo e Pam (ambos na foto ao lado) pôde-se entender um pouco como o produto NBA é um dos mais bem "cuidados" do mundo esportivo. Os números (principalmente o de fãs e "seguidores" nas redes sociais) impressionam, mas não mostram exatamente como a liga cuida do seu dia a dia para proporcionar a melhor experiência (palavra-mágica) a quem gosta do esporte (o segundo mais praticado do mundo). É algo além de ter presença, mas sim de saber cativar a todos os diferentes públicos – desde o fã ardoroso, passando por aquele que vê apenas os playoffs e culminando com os que assistem apenas às finais.
Não é, claro, surpresa alguma para quem acompanha a NBA há tempos e verificou o seu exponencial crescimento sobretudo internacional nos últimos anos. mas cabe lembrar sempre: ninguém cresce tanto "sem querer", sem planejar exatamente os passos de forma meticulosa e organizada. E esta é a maior lição que quem foi ao evento fica – a de tentar melhorar o produto a cada dia mesmo ele já sendo excepcional e admirado no planeta.
Ao mesmo tempo em que via aquilo tudo que Gustavo e Pam apresentavam batia uma tristeza imensa ao constatar que ainda estamos na pré-história em tudo o que se refere a gestão esportiva (o marketing está incluído aí dentro) por aqui.
Em que pese a ótima oxigenada que a Liga Nacional trouxe ao basquete, é óbvio que o produto "basquete no Brasil" ainda pode – e precisa – ser muito melhorado e que a parte de comunicação com o público ainda engatinha. Quem viu as palestras e sabe da exigência da NBA com isso viu que o recado foi claro: é absolutamente imperativo que a LNB e os clubes comecem, para ontem, a tratar do basquete de forma profissional, de forma que faça o torcedor querer ir ao basquete como um "programa" e não apenas como um singelo "jogo".
Quantos gerentes de marketing há nos 16 times que disputarão o próximo NBB? Quantos profissionais de comunicação há nestas equipes? Quantas ações de envolvimento com o público serão feitas na temporada que começa em três meses? São pontos relevantes e que devem permear a cabeça dos dirigentes da Liga Nacional e dos manda-chuvas dos clubes diariamente (se já deveriam pensar nisso desde o Dia 0, desde terça-feira isso ficou ainda mais latente). Além disso, creio que seja salutar que as discussões envolvendo o tema (inclusive por parte da imprensa, que dificilmente consegue diferenciar o que é marketing, comunicação, relacionamento) subam de patamar, fazendo com que o nível de exigência (de quem analisa e de quem operacionaliza as situações no dia a dia do esporte) cresça da mesma maneira.
De todo modo, o saldo do NBB Marketing Meeting foi extremamente positivo (para quem trabalha na área, como eu, valeu por dois). Como único ponto a ser desenvolvido, senti falta de um fechamento um pouco mais forte por parte da Liga Nacional, mostrando que, desde setembro do ano passado, NBB e NBA são uma coisa só e que investir no basquete nacional pode representar algo positivo pras empresas.
Saí do evento com uma grande expectativa para os próximos passos dos clubes e da LNB. O produto NBB não tem um patrocinador forte há três temporadas (sempre bom lembrar disso), algumas equipes convivem com problemas financeiros há tempos (Franca, tradicional até dizer chega, quase fechou as suas portas e, para ficar em apenas um exemplo, o Basquete Cearense deve grana a atletas do campeonato passado até hoje) e o torcedor de basquete tem sido tratado da mesma maneira que se fazia esporte aqui na década de 90 (e isso não é exatamente uma qualidade).
Para ser mais claro: enquanto não for pensado e feito de forma totalmente profissional a modalidade não dará o salto de qualidade necessário para sair do lugar em que se encontra para um mais aceitável. Será que depois de terça-feira, com a avalanche de informações recebidas, veremos novidades na temporada 2015/2016? Torço para que sim.
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