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Bala na Cesta

Ricardo Fischer, de Bauru, e Laprovittola, do Flamengo, falam de Steve nash

Fábio Balassiano

23/03/2015 02h00

Phoenix Suns v Denver NuggetsA esta altura dos acontecimentos você já deve saber que Steve Nash, lendário armador de Dallas, Phoenix e, vá lá, Los Angeles Lakers, anunciou a aposentadoria. Aos 41 anos, o MVP das temporadas 2005 e 2006 da NBA se retira oficialmente das quadras ao final desta temporada.

Falei sobre isso aqui ontem e fui ouvir dois dos melhores armadores do Brasil a respeito do craque. Ambos têm Nash como uma de suas referências. Ricardo Fischer, de Bauru, e Nicolas Laprovittola, do Flamengo, conversaram com o blog sobre a influência do canadense em suas carreiras, dos aprendizados e daquilo que, segundo eles, o camisa 13 fazia de melhor na quadra. Vejam só.

ric2"Steve Nash foi um dos caras que me incentivaram muito a ser armador. Logo que comecei a sair de ala para me tornar armador eu via muito os jogos dele. A maneira principalmente como ele atuava em pick-and-roll, a velocidade que ele usava, aquela volta que ele dava dentro do garrafão envolvendo todos os companheiros. Era incrível. Eram passes de costas, com uma mão, pra frente, pra trás. Ele foi o pioneiro, que eu me lembre, daquele arremesso com um pé só que hoje a gente vê muito o Huertas fazendo. Tento fazer algumas vezes também, saindo de corta-luz. Outra coisa que me chamou muito a atenção foi o arremesso dele saindo dos picks. No começo dos corta-luzes ele saía arremessando, um dos primeiros a fazer isso. Foi meu ídolo, principalmente quando me transformei em armador. Ele era muito rápido, um grande passador, se dava muito bem nos picks e isso certamente me influenciou muito.

fischerInfelizmente não cheguei a conhecê-lo pessoalmente. Adorava assistir o Phoenix Suns dele. Vou te confessar que via muito os jogos, mas eu ficava atento mesmo nele e no que ele fazia para envolver seus companheiros, colocá-los em ótimas posições, essas coisas de armador. A maneira como ele liderava o time, como ele colocava principalmente o Amare Stoudemire em posição para fazer o pick-and-roll me chamavam muito a atenção. Lembro muito que ele corria em volta do garrafão e de repente ele soltava a bola de costas para o Stoudemire enterrar. Essa era a clássica dele. Outra sensacional também era quando ele batia para dentro do garrafão, jogava o corpo pra trás e arremessava em um pé só também. Essas eu lembro muito bem dele. Foi o cara que eu sempre admirei assistindo as suas partidas e é uma pena ele se aposentar. Acho que o basquete perde muito sem a genialidade dele em quadra", Ricardo Fischer, 23 anos, armador de Bauru, campeão da Liga das Américas, da Liga Sul-Americana e MVP do Jogo das Estrelas do NBB na temporada 2014-2015.

nico"Steve Nash é, sem dúvida alguma, um ídolo para mim. Ele dominou a NBA por vários anos – e fazendo jogadas espetaculares em cada uma destas temporadas por Dallas Mavs e sobretudo pelo Phoenix Suns. Jogava muito bem e fazia, sobretudo, seus companheiros jogarem melhor, levando-os a jogar em outro nível. Isso é uma qualidade que me chama a atenção. Além disso, sempre foi muito inteligente em quadra, descobrindo os espaços e antecipando as situações de jogo com muita sabedoria.

nicoÉ isso que quero conseguir colocar em meu jogo. Conduzir a equipe e fazer meus companheiros melhorar. Vou confessar uma coisa: até hoje vejo os vídeos das partidas e das jogadas dele para aprender coisas do jogo que ele tem. Admiro muito a ele e é uma lástima imensa não poder vê-lo mais em uma quadra de basquete. De todo modo, seguramente ele deixou um legado enorme e seu nome ficará na história da NBA e do basquete. Ainda não pude conhecê-lo, mas ainda espero minha oportunidade", Nicolas Laprovittola, 24 anos, armador do Flamengo, campeão Mundial Interclubes (foi o MVP do torneio) na temporada 2014-2015.

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