Arnon de Mello fala dos primeiros passos da parceria entre NBA e NBB
Dentre as coletivas do Jogo das Estrelas do NBB uma das mais aguardadas era a de Arnon de Mello, Diretor-Executivo da NBA no Brasil e um dos responsáveis pelo recém-assinado contrato de parceria entre a liga norte-americana e a Liga Nacional de Basquete (LNB). No sábado ele se reuniu com a imprensa para um bate-papo de cerca de uma hora e diversos assuntos foram abordados – inclusive o reiterado desejo de o país receber novo jogo da NBA na próxima temporada (a definição virá até maio, provavelmente).
Vi em muitos sites a repercussão da entrevista (o Blog 21, do Giancarlo, fez um grande apanhado, inclusive) e obviamente o tema que mais chamou a atenção da turma foi quando Arnon citou a questão da entrada dos times de camisa no NBB (leia-se clubes de futebol). Não vi tanta ênfase quando ele falou nos nomes das agremiações, mas pelo visto é o que mais gera burburinho mesmo (algo fácil de ser compreendido). Só tem uma coisinha: por mais que a NBA apoie a ideia, não há como incentivar tanto assim se as agremiações não desenvolverem projetos consistentes para entrar (e ganhar) primeiro na Liga Ouro e depois na elite do basquete brasileiro (o NBB).
Outro ponto relevante foi quando Arnon falou da questão dos patrocínios ao NBB em pergunta feita por este blogueiro aqui. Citei a ele que na NBA a Adidas é a fornecedora oficial de material esportivo para as 30 franquias e que o mesmo poderia acontecer por aqui – principalmente pelo fato de Flamengo e Palmeiras, os dois times de futebol, já serem patrocinados pela marca alemã. O chefe do escritório da NBA no Brasil afirmou que esta é, sim, a ideia neste novo momento da Liga Nacional, e vermos um patrocínio forte à LNB que abranja os 16 times da próxima temporada é algo possível especialmente pelo fato de a NBA assinar contratos globais com algumas empresas. O Brasil, bem como a D-League e a WNBA, entrariam na mesma esteira. Para um campeonato (o caso do NBB) sem patrocinador máster há quase três temporadas considero que esta, sim, é uma excelente notícia e motivo de grande expectativa. Na questão da internacionalização e na construção de demais ligas ao redor do mundo vale ficar ligado no México. Arnon citou três vezes.
Chamou-me a atenção, também, quando Arnon foi questionado sobre a exclusividade dos direitos de transmissão de jogos do NBB no Sportv/Globo, que passaram a exibir os da NBA no último mês (a vontade das duas partes – emissora e NBA – vinha desde 1996). Ele foi enfático ao afirmar que a maneira como os direitos de televisão são vendidos no Brasil são diferentes de como a NBA licencia nos Estados Unidos (onde a liga norte-americana "fatia" as partidas entre três, quatro emissoras). Disse ele que aqui é possível, sim, continuar existindo exclusividade caso o canal (seja ele qual for) exiba exatamente a quantidade de partidas que a Liga Nacional e a NBA considerem relevantes. Tema discutível, sem dúvida alguma, e que ainda dará muito pano pra manga já que em menos de três anos expira o acordo da LNB com a TV Globo para a transmissão do NBB.
Há um tópico interessante, e que merece ser levado em consideração por fim (e aqui quem está falando é apenas o blogueiro – Arnon jamais diria isso publicamente). A NBA entrou no lugar da Globo para tocar a parte comercial, é a nave-mãe no que tange a geração de grana no basquete mundial, mas ela é apenas parceira da Liga Nacional (ênfase na palavra 'parceira'). Irá ajudar a LNB na obtenção de novos patrocínios, na troca de experiências, na criação de novas formas de receita e na consultoria do que mais for necessário. Uma coisinha, porém, não pode ser tirada da equação: quem segue tocando o dia a dia do principal campeonato de basquete do país é a turma liderada pelo presidente Cássio Roque e pelo Gerente-Executivo Sérgio Domenici.
Quem pensa que só com a chegada da NBA o basquete brasileiro vai se transformar rapidamente está enganado. Não é e nunca foi a intenção. As mudanças virão, mas não será do dia para a noite que o NBB se tornará o segundo maior torneio do planeta. É o óbvio ululante, mas não custa lembrar: os clubes (principalmente eles) devem tentar surfar esta onda por conta própria – e não esperar alguma solução para solucionar seus inúmeros problemas.
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