Citando Renato Russo, Guerrinha fala dos próximos passos de Bauru
"Eu adoro Renato Russo, cara. Li a biografia dele e fiquei muito impressionado". Não é uma maneira ortodoxa de começar qualquer texto jornalístico, esta, mas foi assim que terminou a minha entrevista com Guerrinha, técnico de Bauru, após seu time ter vencido o Flamengo na terça-feira aqui no Rio de Janeiro. Citando uma das mais famosas frases do líder da Legião Urbana ("É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã"), o treinador falou sobre a vitória bauruense e os próximos passos de sua equipe, que já conquistou a Liga Sul-Americana, o Paulista e os Jogos Abertos do interior e que ainda pode abocanhar o NBB e a Liga das Américas nesta temporada.
BALA NA CESTA: Este jogo nervoso, disputado até o final, estava dentro do esperado, não é mesmo?
GUERRINHA: Acho que sim. Estava dentro do esperado ser muito disputado, muito pegado. São duas grandes equipes, e por isso a partida se decide no final, nos detalhes. Mesmo assim tivemos o controle do jogo na maior parte do tempo. Conseguimos fazer o Flamengo mesmo na casa deles fizesse 77 pontos (Nota do Editor: Bauru venceu por 84-77). Acho que isso foi o grande segredo da vitória. Agora, é um jogo nervoso, é um jogo que a gente poderia ter ido melhor. Precipitamos algumas bolas, sabemos disso, mas foi mais na volúpia, mais na vontade de vencer mesmo. Creio que estas partidas é que façam a equipe crescer para o restante da temporada.
BNC: O calor do ginásio influenciou bastante na sua forma de dirigir a equipe nesta terça-feira?
GUERRINHA: Sem dúvida. Minha rotação foi mais rápida. Tive que trocar os jogadores mesmo quando o time estava bem. Não tinha problema de falta, a não ser o Murilo, e precisava revezar. E mesmo assim no final do jogo as duas equipes chegaram meio cansadas, sentindo o calor. Conseguimos finalizar bem o jogo muito bem principalmente pelo fato de termos jogado na frente o tempo todo. Fizemos com que o Flamengo jogasse atrás o tempo todo, e sabemos que isso desgasta muito mentalmente a equipe adversária. Soubemos usar muito bem isso.
BNC: Vocês estão com nove vitórias seguidas no NBB e têm uma batida impressionante de jogos com Liga das Américas e mais jogos aqui no Brasil neste começo de 2015. Como manter o foco em duas competições distintas?
GUERRINHA: Nós estamos bem no NBB e sabemos que este mês faz a definição de como vamos nos classificar aos playoffs. Se você pensar bem só enfrentaremos adversários diretos ali das primeiras posições. São duas vezes contra o Flamengo, começamos o ano enfrentando São José e Mogi e ainda teremos Limeira em breve. E não podemos perder o foco, não. Uma vitória em Macaé nesta quinta-feira é importantíssima. Temos que continuar ganhando independente de qual o jogo. Até o final de janeiro será assim. Depois vamos direcionar os esforços para a Liga das Américas, compromisso importante para a equipe. Fazendo boas partidas, como estamos fazendo agora, chegaremos preparados para a Liga das Américas (Nota do Editor: Bauru está no Grupo D, junto com Patriotas de Boyacá, da Colômbia, Trotamundos, da Venezuela, e Capitanes de Arecibo, de Porto Rico, e joga entre 6 e 8 de fevereiro na Colômbia).
BNC: Vocês contrataram muita gente, mas o que mais me impressiona é o Alex. Pela vontade dele, pela entrega dele, pela intensidade. Como tem sido a chegada dele ao time?
GUERRINHA: Olha, ele é fantástico. Se encaixou muito bem em como queríamos e a adaptação dele veio muito rápida. Eu falei sobre isso no vestiário antes do jogo contra o Flamengo. Nós temos jogadores (pausa). Olha, hoje foi a primeira vez que jogamos em igualdade de condições contra o Flamengo. Com as duas equipes no mesmo nível. Sempre tínhamos desvantagem. E ganhamos. No nosso plantel alguns já são vencedores individualmente em suas equipes anteriores, mas todos vieram para Bauru para vencerem juntos pela cidade, por este time. É o mais importante e todos entendem isso. Quando eles vieram eles optaram não pela manutenção de seus status ou números, mas sim por estarem em um time forte e que brigará por títulos. E eles sabem que só conseguirão fazer isso atuando como uma equipe. Isso que é legal. Estes jogadores, como o Alex que você citou, já têm muitos títulos. E eles querem continuar ganhando, querem continuar no topo. Isso é interessante e muito impressionante. É o perfil do nosso time este. Estamos ganhando de 40 pontos, como estávamos ganhando do Malvin, na Liga Sul-Americana, e queremos ganhar de mais, queremos sempre mais. Temos bastante daquela música do Renato Russo. Que é o de viver o último dia como se fosse o último de nossas vidas. Estamos começando uma nova história esta temporada.
BNC: O nível de afinidade deles te impressionou? De fora parece que eles se dão bem, que se respeitam bastante…
GUERRINHA: Isso me deixou muito impressionado. Antes de começar o jogo contra o Flamengo o Jefferson (Willian) pediu a palavra e disse: "Todos estão aqui por uma função. Se cada um fizer a sua parte com certeza seremos um time muito forte". Com certeza essa unidade e essa pegada é que fizeram com que igualássemos, tão rápido, na questão do conjunto do Flamengo, um núcleo que já joga junto há duas temporadas. Nós ainda estamos formando a equipe, são praticamente quatro titulares novos chegando. E estamos conseguindo os resultados simplesmente porque o nível de entrega deles é fora do comum.
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