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Bala na Cesta

À procura da experiência perfeita do cliente

Fábio Balassiano

13/10/2014 01h37

rio2Excelência no atendimento ao cliente. É recorrente quando vemos algo da NBA – no Brasil ou nos EUA. Foi assim quando fui a Nova Orleans para o All-Star Game deste ano (todos os posts podem ser lidos clicando aqui). Foi assim no NBA Global Games de 2013 (com o Chicago vencendo o Washington). Foi assim no NBA Global Games deste ano (que teve a vitória do Cleveland contra o Miami na prorrogação).

O choque, digamos, cultural, não assustou somente a mim. Fernando Meligeni, ex-tenista e dono de um senso crítico pra lá de elogiável, escreveu isso em sua página no Facebook também: "Feliz por ter estado lá (no NBA Global Games) e ter sido tão respeitado. Triste por perceber que os gringos vêm aqui, mostram como se faz e nós continuamos fazendo bisonhamente mal. Eles nos mostram que o resultado e a beleza do jogo são importantes, mas o público mesmo que triste com a derrota do seu time tem que sair com uma experiência diferente de lá. Por ironia ao sair do evento ficamos mais de 1 hora parados no estacionamento pelo engarrafamento. Sensação de que na única responsabilidade brasileira falhamos".

rio3É bem isso mesmo. Tudo o que coube/cabia à NBA, deu certo. Dentro do ginásio, dentro da quadra, nos treinamentos, nas ações de marketing realizadas na praia de Ipanema e em outros locais. Tudo deu quase 100% certo. E quem quis, se esbaldou no videogame (confesso que tentei, mas não conseguia nem segurar no controle), jogando basquete na praia, dançando com as meninas do Cavs ou do Heat ou até mesmo na reinauguração da quadra da Lagoa Rodrigo de Freitas.

Poderia, também, falar em mais uma oportunidade perdida pela Confederação para popularizar a modalidade nestas semanas absolutamente mágicas de basquete no país – com título Mundial do Flamengo e com a NBA por aqui. Mas é chover no molhado (disse o mesmo em 2013, veja só aqui e aqui), é falar de uma gente que, sabemos, está muito pouco interessada em fazer o basquete melhorar no país.

rio4Escorados em suas cadeiras na beira da quadra, Grego e Carlos Nunes, os dois últimos mandatários da CBB, podem ter gostado do que viram (e devem ter gostado mesmo), mas não têm a menor ideia de como transformar o produto (basquete brasileiro) em uma dose cavalar de entretenimento. E além de não saberem demonstram absurda falta de humildade, pois tampouco delegam essa tarefa a empresas/pessoas com competência para tal.

Seria muito bom se alguém por aqui saísse aplicando minimamente o que se faz nos Estados Unidos em relação a experiência do cliente em um ambiente esportivo (quem sabe teremos isso com a NBA auxiliando o NBB em sua provável parceria), pois a verdade é que ainda estamos bem longe de algo razoavelmente aceitável em termos de lazer (e isso não se aplica somente ao basquete, diga-se de passagem).

rio9Não é coincidência que famílias inteiras (mãe, pai e filhos, todos juntos) tenham ido a HSBC Arena neste sábado e se divertido absurdamente não só com as jogadas de Kevin Love, Chris Bosh ou Anderson Varejão, mas principalmente com o espetáculo de luzes, som e ações dentro da quadra em TODOS os intervalos de um jogo que teve 15 mil pessoas que entraram e saíram do ginásio muito felizes.

Há um conceito muito claro por trás do jogo, e ele (o conceito) é tão importante quanto as cestas de LeBron James ou Dwyane Wade, creiam nisso.

lojaAs lições mais uma vez estão aí. Basta querer aprender e aplicar no país. Só esporte por esporte não fará nenhuma modalidade do Brasil cruzar o cabo da boa esperança em termos financeiros/administrativos.

Entender que o basquete pode, sim, ser um espetáculo incrivelmente atrativo (indo além da bola laranja, portanto), sim. É a chave para vermos a modalidade enfim dar um salto de qualidade por aqui.

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