Sobre o formato da tabela do NBB7

Na sexta-feira coloquei no Facebook a tabela do NBB e seu formato para a temporada 2014/2015 do basquete brasileiro. No sábado divulguei aqui no blog. Ficaremos assim. A semana de jogos da principal competição brasileira terá quatro dias com partidas – terça, quarta, quinta e sexta-feira. E em todos eles com exibição das pelejas. O Sportv exibe dois (3ª e 6ª feira às 19h30) e o site da LNB outros dois (4ª e 5ª feira). Outra grande novidade é que não há jogos marcados em finais de semana (sábado ou domingo). Ainda não havia colocado a minha posição de propósito. Queria ouvir/ler o maior número de pessoas e conversar com alguns dirigentes a respeito do tema (falei com três), que é bem complexo. Vamos lá ao que penso.

1) A ideia de ter quatro jogos durante a semana é realmente muito boa. "Espalha" melhor a competição, fica mais fácil de a imprensa acompanhar o certame e faz com que o público que acompanha o campeonato fique ligado o tempo inteiro. Lembra um pouco a NBA, que tem jogo todo dia e cujos fãs assistem a uma penca de jogos ou estatísticas de forma contínua para não perder nada sobre times e jogadores. Neste ponto, ao menos para mim, é uma ótima iniciativa e cria-se um hábito bacana de o torcedor procurar notícia diariamente. Caso ele não faça isso, é provável que perca algo importante do campeonato. Meu único lamento neste tópico é que o campeonato como um todo continua sendo disputado em poucos meses. Mas aí é outra discussão, mais ampla, e que envolve calendário. Fica para outra hora, prometo.

2) Outro ponto que ao menos para mim é indiscutível é a maior exposição das partidas com quatro transmissões semanais. Serão dois jogos na TV (e no SporTV1) e outros dois na Web. Para quem sofreu/sofria com a pequena oferta de partidas nas temporadas anteriores, será um deleite. É bom para patrocinadores (maior exposição), para a Liga (que pode vender ainda mais o seu bom produto) e principalmente para os torcedores, que terão mais oportunidade de ver as partidas do NBB.

3) Mas, bem, sei que não é bem isso que está incomodando às pessoas. O que está pegando mesmo é a questão de não termos mais jogos em finais de semana. Bem, vamos lá. Sendo bem sincero: não há verdade absoluta se é bom ou não ter jogos em sábado ou domingo. Para mim, que moro no Rio de Janeiro e trabalho em horário comercial de segunda à sexta-feira, é péssimo ter jogos apenas em dias de semana. Chegar ao Tijuca para ver os jogos do Flamengo, único time da cidade do RJ no NBB, em dias de semana será complicado. Daí a cravar que essa é uma realidade para todos vai uma larga diferença. Nunca foi feita uma pesquisa para saber com quem vai aos ginásios (quem são estes aliás?) qual o dia preferencial para se assistir a uma partida de basquete.

4) O que realmente não acho boa é a falta de um "trilho" para os torcedores que acompanham o basquete. E explico. Em um campeonato os jogos são nos finais de semana. Em outro, quinta-feira e sábado. No seguinte, quartas e sextas. No final das contas, ninguém sabe quando será jogada a modalidade. E isso não é o ideal. Para você vender um produto, é preciso que o torcedor saiba exatamente onde, quando e o que irá encontrar. Quem vai a jogos do NBB sabe os ginásios que o time irá jogar e conhece muito bem o que irá encontrar, mas nas últimas temporadas tem sido surpreendido com mudanças de dias para as partidas. O 'quando' tem variado demais nos últimos anos para que a fidelização dos torcedores seja concretizada.

5) Outro ponto que tampouco pode ser desconsiderado da equação. Se por um lado a exposição em jogos de TV e Web é excelente e aumenta o alcance do produto NBB, tenho um medo grande de o basquete brasileiro virar "esporte de sofá", algo que tem acontecido muito com o futebol devido à dependência da TV e aos horários malucos de algumas partidas (quarta-feira às 22h e sábados às 21h). Já são poucos os atrativos para torcedores de basquete saírem de casa para verem seus times. Com tanta oferta na palma do controle remoto ou do mouse, temo que a ida dos torcedores aos ginásios diminua sobremaneira influenciando, assim, outro componente importante: a receita de bilheteria. Sei que hoje este número é muito pequeno e alguns clubes sequer cobram por ingresso, mas a linha de ingressos na planilha financeira de todos os clubes do mundo é muito importante. Meu medo é que a dependência da TV, que já é muito forte hoje, torne-se uma muleta para os times do NBB investirem cada vez menos em promoção para levar torcedores às quadras.

A minha conclusão é que, embora entenda a estratégia de querer tirar ao máximo a concorrência do futebol (seja o nacional ou o internacional que dominam o noticiário de maneira assustadora) e a que visa a aumentar a capilaridade do produto com mais jogos do campeonato por semana, uma partida de NBB em um sábado de manhã ou de tarde seria muito bom. Mas, e insisto neste ponto, esta é apenas uma opinião muito pessoal minha. Enquanto não houver uma resposta menos empírica, a Liga Nacional vai seguir testando. Sem ter certo ou errado. O ideal é contratar um instituto de pesquisa e ouvir os consumidores para saber de fato qual o melhor dia para eles, torcedores/consumidores, irem aos ginásios.

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