20 anos do Mundial de 1994: Contra a China, derrota e ensinamentos
Se todo time vencedor precisa de grandes lições, o Brasil teve a sua no dia 8 de junho de 1994. A seleção contou com espetaculares atuações de Hortência (36 pontos), Paula (21 pontos, quatro assistências e cinco rebotes) e Janeth (27 pontos e nove rebotes), mas viu o elenco de apoio anotar módicos seis pontos.
Ou seja: dos 90 pontos do time, 84 vieram do trio (93%). Mais que isso: a bola não rodava entre as outras nove atletas. Dos 57 tiros tentados, apenas 11 saíram de outras mãos que não a das três citadas.
O resultado, cruel, não poderia ter sido outro: derrota por 97-90 para a China, que contou com ótima atuação da pivô Haixia Zheng (31 pontos e 14 rebotes – na foto à esquerda) e colocava-se como uma das grandes favoritas da competição.
Ficava o aprendizado: sem jogo coletivo o Brasil não iria a lugar algum. O roteiro, que mudaria nos capítulos seguintes, era muito parecido ao que foi visto nas Olimpíadas de Barcelona, aliás.
A PALAVRA DE QUEM ESTEVE LÁ: "Já estávamos praticamente classificados para a próxima fase. Lógico que o pensamento era a vitória, mas estávamos, desde aquele momento, estudando todos os pontos positivos e negativos da adversária. Tentamos neutralizar as ações dos arremessos de três pontos e o jogo interno (garrafão). Encontramos muita dificuldade, mas em alguns momentos mantivemos o jogo equilibrado", Miguel Ângelo da Luz (técnico).
CURIOSIDADE: Hortência, Paula e Janeth estiveram em quadra em 118 dos 120 minutos possíveis. Paula atuou os 40, e as outras duas descansaram apenas um minutinho. Além disso, os 57 pontos que o Brasil levou na primeira etapa foram a maior marca do time em um período em toda a competição. A defesa, que vinha bem, voltou a falhar.
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