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Bala na Cesta

A vitória do novo modelo de gestão do Flamengo

Fábio Balassiano

25/03/2014 14h00

povoa2Acabou que falei muito sobre a vitória (de quadra) do Flamengo, mas há outro aspecto fundamental que merece ser levado em consideração quando falamos da conquista da Liga das Américas por parte do clube carioca. Ela é consequência, ou parte fundamental, de um novo modelo de gestão implantado no clube desde 2013, com Eduardo Bandeira de Mello como presidente, Alexandre Póvoa (foto ao lado) como Vice-Presidente de Esportes Olímpicos e com Marcelo Vido (entrevistado aqui ontem) como seu Diretor-Executivo.

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Pode parecer bobo dizer isso, e falo isso com total isenção, pois, POR FAVOR, estou longe de ser torcedor do Flamengo (POR FAVOR, me incluam BEM fora dessa), mas essa diretoria além de muitíssimo séria e comprometida entende o tamanho do clube, a grandeza do clube, a posição que o clube deve estar inserido no contexto esportivo do Brasil. Como bem disse Marcelo Vido para mim, "não é uma questão só de vencer, mas sim de COMO vencer e de como deixar um legado importante para a agremiação". É isso.

O Flamengo mudou seu modelo de gestão, tem tentado transformar o clube, quase um feudo das diretorias anteriores, em algo sério, moderno, arejado e razoavelmente parecido com o que o mercado exige em termos de profissionalismo, performance (e se o esporte não for tratado como uma empresa ele NUNCA irá adiante) e transparência. Tão transparente que no domingo, menos de 24h após a decisão o agitado Póvoa já havia me enviado e-mail com os resultados (de público e renda – média de 8.300 pessoas e total arrecadado de R$ 442 mil) de todos os jogos (confira números totais aqui) em mais uma prova de quão séria é esta gente que assumiu a diretoria da Gávea.

povoa22O mais legal disso tudo é que apesar de sangrar bastante no começo as vitórias têm vido com boa e saborosa frequência para os rubro-negros. Atuais campeões do NBB e da Liga das Américas, o clube agora tem um Mundial batendo na porta. E Póvoa, mostrando todo o seu grau de exigência e pensando grande, me disse ao final da partida de sábado: "Pode anotar aí, Bala. Não iremos só jogar o Mundial, não. Vamos trazer a competição pra cá e disputaremos pra ganhar, pra vencer. Vamos montar um time na grandeza do Flamengo para ganhar essa competição. E não vamos parar por aí, não. Estamos nos aproximando das instituições e coisas boas estão por vir". Ele não diz, mas o sonho da diretoria é, tal qual já acontece na Europa, fazer um jogo contra um time da NBA.

Não gosto da expressão "Isso é Flamengo", até porque eu não saberia lhes dizer o que é o 'isso', mas pensar grande, sonhar alto é o mínimo que se espera do Flamengo, clube com a maior torcida do país e que estava jogado às traças em termos de gestão esportiva nos últimos mandatos.

Que bom que isso mudou, que bom que pessoas sérias e competentes como Póvoa e Vido assumiram os esportes olímpicos do clube. Flamengo forte e com um modelo de gestão diferente são ótimos sinais e enchem a quem gosta de esporte de esperança. Que assim continuem.

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