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Bala na Cesta

Em jogaço, Flamengo vence Pinheiros e conquista inédita Liga das Américas

Fábio Balassiano

23/03/2014 01h25

flamengo1

Foi um grandíssimo jogo de basquete na noite de sábado. E um grande jogo de basquete com o ginásio, o Maracanazinho de tantas histórias, lotado por uma torcida apaixonada. No final, para a alegria dos cerca de 10 mil rubro-negros, vitória do excelente time do Flamengo por 85-78 contra o Pinheiros e título inédito da Liga das Américas de 2014. Com a conquista invicta (oito vitórias), o clube se credencia a jogar o Mundial de Clubes (deve ser em outubro deste ano aqui mesmo no Rio de Janeiro) contra o campeão da Euroliga e mantém a esperança de ganhar TUDO nesta temporada (agora "só" falta o NBB).

Sobre o jogo em si, alguns pontos importantes:

1) A partida começou muito, muito nervosa. Os dois times erravam demais, pareciam com receio de partir para um jogo mais agressivo. Ficou um chuta-chuta de fora que não foi bom. Quando o primeiro time colocasse a cabeça no lugar abriria diferença. E foi o Flamengo que o fez, agindo antes, colocando 18-11 com Olivinha sendo determinante.

2) Aí vieram duas boas cartadas de Cláudio Mortari, técnico do Pinheiros. Com seu time lento e previsível, ele colocou o menino Humberto na quadra. Aos 18 anos, com calma de um veterano, ele saiu do banco para mudar o panorama. Rápido para infiltrar, corajoso para arremessar e inteligente o bastante para provocar o desequilíbrio defensivo, o armador foi peça-chave para trazer o equilíbrio de volta a partida. Terminou com 11 pontos e 5 rebotes em 25 minutos de uma atuação não só convincente, mas principalmente de dar muita esperança de que seu futuro será brilhante. Mortari também trocou Morro por Baby. Morro levava desvantagem física contra Meyinsse, e no ataque não incomodava nada. Baby, mais forte, trouxe vigor para defender (mesmo tendo cometido duas faltas muito rápidas) e poderio ofensivo (fez 17 pontos).

3) Para cada ajuste os bons técnicos sempre fazem os famosos contra-ajustes. E José Neto foi MUITO bem quando detectou a presença de duas forças distintas (a leveza de Humberto e o peso-pesado Baby) ao trocar o improdutivo (ao menos nesta noite) Laprovittola por Gegê e colocar Washam no jogo para ajudar nas rotações defensivas (principalmente para tentar dobrar em Baby. Deu certo, e o Flamengo voltou ao jogo do meio do segundo período em diante.

4) Dali pra frente os dois times não abriram diferença, deixando claro que ficaria tudo mesmo para o período decisivo, para os minutos finais. Jogos de basquete assim são sempre muito tensos, e o silêncio do ginásio (mesmo o ginásio lotado) mostra como estava todo mundo nervoso ali no Maracanazinho.

5) O momento decisivo do jogo, pra mim, foi quando o Pinheiros abriu três pontos faltando quatro minutos. Ali o silêncio era de tensão e de medo por parte dos rubro-negros. Marcelinho Machado, maior ídolo da torcida, não teve medo, arriscou e converteu longa e FUNDAMENTAL bola de três pontos. No ataque seguinte, Marquinhos cortou Shamell e enterrou com vontade. O Flamengo não só abria vantagem de dois pontos. O Fla trazia sua torcida de volta pro jogo.

6) Ali o momento psicológico mudou para não perder mais o comando rubro-negro. O Flamengo dominou, tinha tudo para fechar a partida mas teve que dar um susto em sua torcida. Laprovittola perdeu uma bola fácil, e o Pinheiros teve DUAS chances para empatar o jogo nos instantes finais. Joe Smith errou o arremesso, o rebote ofensivo veio, mas Rafael Mineiro errou o passe e a festa (lindíssima por sinal) começou no Maracanazinho.

7) No final, Marcelinho Machado foi coroado o MVP da competição e era, sem dúvida alguma, um dos mais felizes. Veterano, ele quase completou o ciclo com a Liga das Américas (já tinha Nacional da CBB, estaduais, NBB e Liga Sul-Americana). O que falta? O Mundial…

E aí, viu o jogo? Gostou? Comente! Durante a semana teremos entrevistas bacanas com José Neto, Leandro Garcia Morales e Sergio Hernandez. Ah, e o Podcast de segunda-feira será TODO dedicado ao título do Flamengo na Liga das Américas.

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