Pinheiros vence, chega a 3a final Paulista seguida e mostra força do planejamento
Não foi um jogo brilhante em termos técnicos (como não vêm sendo as partidas nos últimos 15 anos no Brasil, diga-se de passagem), mas o fato é que o Pinheiros controlou as ações durante os 40 minutos e contou com 22 pontos e sete rebotes de Rafael Mineiro (foto) para vencer o Paulistano (confesso ter ficado decepcionado com a carga tática do time nas duas partidas que assisti do duelo – abordarei o tema depois) por 93-77 para fechar a semifinal por 3-0 e chegar a sua terceira final seguida do Paulista Masculino de basquete. Agora, de camarote, aguarda o vencedor de Bauru x São José (dia 8 é o quinto jogo), mas terá mando de quadra na decisão. Foi a décima-quinta vitória seguida do time comandado por Cláudio Mortari na competição.
Além de chegar a final, o Pinheiros, cujo trabalho com os esportes olímpicos merece aplausos sempre (quem conhece o clube fica assustado positivamente com o tamanho e com a estrutura), reafirma o altíssimo nível de seu projeto de basquete, reativado com força há cinco anos para o começo do NBB por um dos caras mais sérios, visionários e sonhadores que eu conheço no basquete – João Fernando Rossi (e ele vai brigar comigo por eu estar escrevendo isso, tenho certeza).
Aos poucos o time, que conta com um patrocinador de peso (a Sky) e que entendeu o momento de mudança positiva do basquete interno com a criação da Liga Nacional, foi crescendo, e nos últimos três anos os resultados têm sido colhidos com uma regularidade assustadora: são três finais seguidas de Paulista (vice contra Limeira em 2011, campeão contra São José em 2012 e agora), duas decisões do Torneio Interligas (2011 e 2012), vice-campeonato da Liga Sul-Americana em 2012 e duas semifinais seguidas do NBB (2010-2011 e 2011-2012 – perdendo ambas para Brasília, que acabou levando o caneco posteriormente). É, sem dúvida, um currículo pra lá de invejável. Isso tudo, é bom lembrar, remontando time e elenco da temporada passada para essa (saíram os titulares Figueroa, Olivinha e o craque Marquinhos e Shammel segue lesionado).
Com a terceira final seguida (é a quarta com times da capital – o Paulistano chegou em 2010), está claro que o Pinheiros traz a cidade de São Paulo de volta para o centro da discussão dos grandes times de basquete do país. Por isso talvez tenha chegado a hora de pensar mais alto, sonhar grande, legislar não só em causa própria (do clube, no caso), mas sim pensar no bem maior – no crescimento da modalidade para ser mais exato.
Talvez tenha chegado a hora de o Pinheiros expandir suas fronteiras e mostrar para a capital de São Paulo que a maior cidade do país tenha de fato um ótimo time para torcer (e tem mesmo, como os resultados recentes demonstram). Jogar os possíveis três jogos das finais do Paulista no Ibirapuera com promoção e atrações ao público seria ótimo não só para o clube e seu patrocinador, mas principalmente para o desenvolvimento do basquete por lá, em especial, e no Brasil como um todo.
O Pinheiros merece os parabéns por chegar a mais uma final de Paulista – isso é bacana e já merece aplauso. Mas jogar a final no Ibirapuera e conquistar mais torcedores para o basquete em São Paulo pode valer mais do que mais um troféu para a galeria do clube.
É hora, insisto, de pensar grande, de colocar o melhor time da cidade para jogar no mais tradicional palco de basquete da cidade, concordam? Comentem na caixinha!
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