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Bala na Cesta

Em jogo chave, Argentina tenta vencer a França para se consolidar como 2ª força do Grupo A

Fábio Balassiano

31/07/2012 11h00

Antes de começar as Olimpíadas, havia dito aqui que, no grupo A, França, Lituânia e Argentina disputariam do segundo ao quarto lugares já que os Estados Unidos deverão vencer todas as partidas. Pois muito bem. No domingo, os franceses tentaram, mas não resistiram aos EUA. No jogo de fundo, uma aula platense. Os hermanos fizeram 102-79 na Lituânia, empolgaram pacas e se colocaram muito bem para a partida chave desta terça-feira contra a França, às 16h (de Brasília).

E qual a razão para o jogo de hoje ser tão chave assim, você pode estar se perguntando. Caso os hermanos vençam a França no primeiro duelo entre Manu Ginóbili e Tony Parker (companheiros de San Antonio Spurs), restariam aos vizinhos sul-americanos apenas as partidas contra Tunísia e Nigéria antes do duelo final contra os norte-americanos (derrota previsível). Triunfo contra os franceses e os argentinos se colocam como virtuais segundos colocados na chave, olhando para o grupo B para esperar Brasil, Rússia ou Espanha (mais para os dois primeiros, claro).

E eu não sei você, amigo leitor, mas eu fiquei absurdamente impressionado com a exibição da Argentina no domingo contra a Lituânia. Não que eu não esperasse (disse aqui que os hermanos incomodariam pacas nestas Olimpíadas), mas o comprometimento, a força e a intensidade platense me chamaram a atenção. E nem falo sobre os 21 pontos, dez rebotes, quatro roubos e seis assistências de Manu Ginóbili, muito menos sobre os 32 pontos, cinco rebotes e cinco assistências de Luis Scola, mas sim pelo lance que coloco no vídeo abaixo.

Sobre este vôo de Andres Nocioni, líder emocional da equipe, Manu Ginóbili escreveu em sua brilhante coluna no jornal La Nación (leia completa aqui): "Quando Chapu (Andres Nocioni) mergulhou para tentar buscar aquela bola que não era tão importante, Luifa (Scola) e eu saímos correndo para buscá-lo. Primeiro, porque é um colega que está deixando a vida pelo grupo. Mas principalmente porque tais ações são vistas pelos rivais. Isso também conta. Os caras sabem que somos uma equipe e que não será fácil nos bater. E são por jogadas como as do Chapu que eu voltei a ver em quadra o time que conquistou a medalha de bronze em 2008. Eu tive que ver de fora aquele jogo por causa de uma lesão no tornozelo, mas agora eu sinto que joguei. Foi lindo. Nós fizemos a coisa certa".

E ele continuou: "Me emociona muito fazer parte disso tudo. É difícil explicar o desempenho que teve a equipe contra a Lituânia. (…) Foi uma partida impressionante. Para ser sincero, nunca sonhei com tudo isso. (…). Senti-me bárbaro em quadra, com uma energia incrível para buscar cada rebote. Acho que a adrenalina para começar de novo uma Olimpíada te dá forças. Além disso, vimos um grupo de argentinos durante o hino e isso ajudou muito também".

Vale a pena ficar de olho nos hermanos nesta terça-feira (16h). É a despedida olímpica de uma geração espetacular, de um gênio do esporte e de um time que marcou/marca época no basquete. Será que a Argentina vence a França? Comente na caixinha!

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