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Bala na Cesta

Na NBA, o domingo é de mais um duelo entre LeBron James e Kobe Bryant

Fábio Balassiano

04/03/2012 00h48

Domingo quente, bem quente, na NBA. Primeiro o New York Knicks vai até Boston enfrentar os Celtics para testar o potencial do time (3-3 desde que Carmelo Anthony voltou para jogar com Jeremy Lin) diante de um adversário que tem oscilado bastante (4-6 nos últimos dez jogos apesar das três vitórias mais recentes). Mas O jogo de hoje é outro.

Acontece em Los Angeles, e terá Lakers e Miami Heat frente a frente. Acho um pouco injusto limitar o confronto de dois bons times a um "Kobe Bryant x LeBron James", mas é inegável que o foco estará no camisa 6 dos Heat depois do ocorrido na sexta-feira (se você ainda não sabe o que houve leia aqui). Vamos a alguns pontos importantes sobre a decisão de LeBron passar para Udonis Haslem no jogo contra o Utah Jazz.

1- LeBron James não errou ao encontrar seu companheiro livre. Fez o que tinha que fazer naquele momento, embora, como bem analisou Jalen Rose na ESPN, sua leitura de jogo (problemática desde sempre!) tenha feito com que o camisa 6 chamasse um pick ao invés de uma jogada de um-contra-um (algo que Kobe e Durant fazem com frequência para decidir jogos).

2- Ao contrário de seu passe, que não merece crítica, seu comportamento após o erro de Haslem foi péssimo em termos de liderança. James criticou o companheiro ao dizer um "eu faço tudo certo, e no final um jogador do meu time vai e erra o arremesso – a culpa é minha?". Não é atitude de um líder de verdade.

3- Muita gente, como o pessoal do Basketbrasil, diz que o jogo de LeBron parece muito mais com o de Magic Johnson do que com o de Michael Jordan (um definidor). Pode ser, mas Magic, em seu primeiro ano, jogou de pivô em uma final de NBA para se sagrar campeão. Compare LeBron com qualquer jogador, ou posição, e o fato, simples, cristalino, é que ele precisa assumir um pouco mais o jogo nos momentos finais se ele ainda quer ser reconhecido, no futuro, como alguém muito, muito, muito acima da média (coisa que hoje, mesmo com todo o potencial físico, técnica e experiência que ele possui, ainda não é).

4- É óbvio que encontrar o companheiro livre é sempre a melhor opção, mas Michael Jordan, Kobe Bryant ou Magic Johnson não ficaram famosos por passar para Steve Kerr, Derek Fisher/Robert Horry ou Byron Scott. Falta um pouco de sangue frio e/ou coragem para LeBron decidir – para dizer o mínimo.

5- Como bem escreveu Jordan em uma biografia sua, "ele só não admitia não tentar". E LeBron não tentou ontem, não tentou nas finais contra o Dallas, não tentou em tantos outros jogos do Miami e do Cleveland. E, é bom lembrar, o cara vinha de 17 pontos no último período contra o Utah, tinha acertado oito de seus últimos nove arremessos e segundos antes havia anotado em um arremesso difícil pacas. Ou seja: sua confiança estava altíssima.

O Miami tem 28-8, vinha de nove vitórias seguidas, mas não acho irreal dizer que hoje é provavelmente o jogo mais importante da temporada regular até aqui. Pouco pela classificação, muito pelo aspecto comportamental da coisa.

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