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Bala na Cesta

Calma, calma, não criemos pânico! Perder o Pan não é o fim do mundo

Fábio Balassiano

29/10/2011 00h02

Acabei de ver a partida entre Brasil e República Dominicana, válida pelos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara. A este momento você, amigo leitor, já deve saber que o time de Rubén Magnano perdeu por 85-77 após ter aberto grande vantagem. Nova pane custou a vitória e a vaga na semifinal – e vale lembrar que houve uma bizarra parcial de 39-7 para os dominicanos). Eliminada, a seleção disputa neste sábado o quinto lugar.

Sobre o jogo, muito pouco a ser dito. O Brasil esteve bem durante três períodos, abriu 18 pontos e aí se perdeu (o filme não é novo, né). O pivô Jack Martinez, o mesmo que destruiu o garrafão brasileiro no Pré-Olímpico de Mar del Plata, anotou 22 pontos e nove rebotes, e foi o grande responsável pela virada. E o que isso, de verdade, quer dizer?

Em minha opinião, absolutamente nada – nada mesmo. O Brasil encarou o Pan-Americano como ele deve ser encarado: como uma competição menor, quase sem importância alguma (havia coisas em jogo, é verdade, mas nada de absurdamente relevante). Tanto foi assim que pouco treinou, mudou mais da metade da lista inicial após pedidos de dispensa dos atletas e quase não fez amistosos. É uma "matemática" bem simples. Trabalha com Magnano durante algum tempo, vai bem. Não trabalha quase nada, não há Magnano ou Phil Jackson que consigam dar jeito. Na verdade, há apenas dois pontos que são ruins: os times de São Paulo ficaram sem seus atletas durante o mata-mata do Paulista e a exposição na mídia de massa (TV Aberta) das derrotas não são fatos bacanas.

Além disso, se com o time feminino ainda foi possível traçar alguma linha de raciocínio pelo que Ênio Vecchi fez (era basicamente o mesmo time do Pré-Olímpico e com duas semanas de treino ainda por cima), nem isso pode ser feito com o elenco que Rubén Magnano deve ter treinado entre uma escala de vôo e outra.

Acho, de verdade, que as críticas que li foram absurdamente exageradas e passionais (em cima de atletas e, vejam vocês, Magnano). Criticar faz bem, e eu gosto pacas, mas acho que é preciso direcionar direito o "canhão". A competição que importava este ano para o basquete nacional masculino era o Pré-Olímpico de Mar del Plata. E o Brasil foi lá, venceu a Argentina uma vez, conquistou a vaga e quase não bateu a geração dourada no segundo duelo.

Dizer que o ano não termina bem para a seleção brasileira e para Rubén Magnano por causa de uma derrota em Pan-Americano (em Pan, gente…) beira o sensacionalismo mais barato do mundo.

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