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Bala na Cesta

Levar ou não levar os três da NBA - eis a questão

Fábio Balassiano

12/09/2011 06h00

Bem, como esse negócio de ter paciência não é muito com a torcida brasileira, o assunto que mais dominou a caixinha de comentários deste blog (e de outros também, imagino), foi sobre a ida ou não de Anderson Varejão, Nenê e Leandrinho, que não foram ao Pré-Olímpico de Mar del Plata. Chega a ser engraçado que a conquista em si tenha ficado em segundo plano, mas é muito compreensível. Tentei deixar esfriar um pouco os ânimos, mas conforme prometido vamos lá.

Há opiniões importantes nisso tudo (Carlos Nunes, no sábado, e Hortência ontem para mim, disseram que não levariam Nenê e Leandrinho), e respeito todas, mas acho que é preciso ir com calma, avaliar cada casa de forma separada e pensar que apenas "estar" em uma Olimpíada pode não ser o suficiente para alavancar de vez o basquete no Brasil (é importante ir – mas é mais importante ir e conseguir bons resultados, claro).

Se isso não fosse o bastante, acho que o grupo que foi a Mar del Plata merece ser ouvido (tal como aconteceu com a equipe de vôlei antes do Pan-2007 no imbróglio Ricardinho e Bernardinho – e os atletas ficaram ao lado do treinador), mas como Rubén Magnano segurou o rojão todo sozinho durante esta preparação, nada mais justo do que o argentino escolher o que julgar melhor para um grupo que ele tão bem conhece. Então vamos caso a caso.

Anderson Varejão – Acho, sinceramente, que colocar o ala-pivô do Cleveland na mesma categoria dos dois outros é errado demais. Anderson está machucado, operou no começo do ano, sempre avisou a Confederação dos seus problemas e, para ser ainda mais correto, se apresentou lesionado, colocando-se a disposição da seleção para efetuar o seu tratamento com a equipe. Não há motivo algum para questioná-lo ao meu ver. Nome certo em Londres.

Leandrinho – Agiu mal duas vezes em convocações de seleção brasileira (2008 e agora, quando falou 367 versões a respeito de um mesmo tema – isso sem falar no fato de estar treinando, desde semana passada, no Flamengo), mas tem uma ponto a seu favor: é querido por boa parte do grupo (Alex e Marcelinho, dois dos líderes, podem "pesar" a favor do jogador rubro-negro). O que eu faria? Conversaria com ele, perguntaria se estaria disposto a se juntar ao grupo e ouviria a resposta. Se topasse, estaria em Londres.

Nenê – Assim como Leandrinho, o pivô cansa de se enrolar em pedidos de dispensa (alguns até com motivos que nunca são explicitados), mas ao contrário do ala-armador, Nenê não é tão querido assim – nem pelo grupo, nem pelos dirigentes da Confederação e por Rubén Magnano. Seria peça fundamental em Londres (em termos técnicos ninguém discute a qualidade do cara), mas como ensinou John Wooden, nem sempre o melhor elenco é formado pelos melhores jogadores, mas sim por aqueles que mais querem estar ali. Não me parece ser o caso do jogador. Não levaria Nenê portanto.

Agora, só tem uma coisa: se pensarmos que Larry Taylor ainda corre para ter a sua naturalização confirmada, que Raulzinho e Lucas Bebê poderão evoluir na Espanha, que Paulão poderá recuperar a velha forma, que Douglas Nunes e Olivinha poderão brilhar novamente no NBB e que os dois NBA's citados também poderão entrar no grupo, fica, desde já, um dever de casa saboroso para Rubén Magnano: encontrar os 12 atletas para integrar o elenco que vai a Londres.

E você, o que pensa a respeito dos três jogadores da NBA que não foram ao Pré-Olímpico? Levaria todos eles? Não levaria nenhum? Levaria dois? Comente na caixinha!

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