Universíade, mais um exemplo da deformação brasileira

Quem acompanha este blog sabe que não comentei nada sobre os Jogos Militares por não concordar com o que foi feito pelas Forças Armadas do Brasil (leia também o texto sobre o tema no Blog do brilhante José Cruz). Não vou me alongar no assunto, pois já deixei bem claro os meus motivos, mas me irrita um pouco o argumento "se todo mundo faz, por que não podemos fazer?". Respeito quem pensa diferente, mas eu acho bastante reducionista, minimalista e simplório (isso sem falar na conivência dos atletas, que aceitam fazer parte desse grande teatro).

Mas como tudo no Brasil pode piorar, temos aí a Universíade, competição de renome internacional e que contará com delegações brasileiras em diversos esportes. E o que tem acontecido? Atletas têm virado "universitários" da noite para o dia (leia mais aqui). Não vou falar sobre o vôlei, esporte que não acompanho, mas no basquete o caso chega a ser bizarro.

Os técnicos Janeth e Walter Roese não têm culpa, pois convocaram atletas que, segundo a Confederação Brasileira de Desporto Universitário (CBDU), estavam disponíveis. Mas quem conhece um pouco da realidade do basquete sabe que há, nas duas equipes que já vêm treinando, atletas que mal possuem o segundo grau – que dirá um começo de universidade. E isso, vamos combinar, é feio demais.

Estava relutando para escrever esse texto, mas ontem recebi evidências bizarras demais. Na seleção feminina há atletas que não estudam e foram matriculadas apenas para jogar a Universíade (ou seja, jogarão a competição na China sem JAMAIS terem pisado na faculdade). Na masculina aconteceu o mesmo.

Perguntas:
— Que tipo de esporte queremos no Brasil?
— Qual a mensagem que queremos passar?
— Vale mesmo a pena entrar numa competição apenas para ter resultados, sem nem ligar para como eles são atingidos?

Comentem na caixinha!