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Bala na Cesta

Baiana Isabela quer brilhar com a seleção Sub-19

Fábio Balassiano

19/07/2011 15h32

Isabela Ramona Lyra tem um sorriso cativante e um basquete encantador. No dia 22 de novembro de 2010, uma segunda-feira como outra qualquer no Tijuca Tênis Clube, ela estrearia em um Nacional adulto (na LBF em sua primeira edição) com uma exibição de encher os olhos. Apesar de erros bobos em bandejas (muito em virtude de uma ansiedade natural para quem que tem 17 anos), foi ela a responsável pela virada emocionante da Mangueira sobre São Caetano com uma defesa sufocante, uma energia que dá gosto e com uma maturidade bem diferente da que estamos acostumados a ver (ao todo, suas médias foram de 15,8 minutos, 4,5 pontos e 2,1 rebotes).

A receita de Isabela parece clara: "Trabalho com a Ramona desde 2008 e desde então ela evoluiu muito em seus fundamentos, mantendo o espírito guerreiro que todo treinador espera de um atleta. Ainda tem muito o que aprender e o tempo lhe dará mais vivência para aumentar seu talento", conta Guilherme Vos, técnico de Isabela na Mangueira-RJ.

Com 1,78m, a baiana Isabela é a única atleta que não atua em São Paulo que disputará o Mundial Sub-19 no Chile daqui a dois dias (no último amistoso, contra o Canadá, em Jundiaí, a ala saiu do banco para anotar 16 pontos e sete rebotes). O Bala na Cesta foi conversar com ela para a seção Muito Prazer.

BALA NA CESTA: Ramona, você é a única atleta do grupo da Sub-19 que não joga em São Paulo. Como está sendo pra você esta experiência, e o que está esperando para o Mundial?
ISABELA RAMONA: Apesar de não jogar em São Paulo tenho amigas que jogam aqui e tem sido bem legal. Minha família sempre acompanha meus passos e me sinto em casa aqui também. Está sendo uma ótima experiência e tenho boas expectativas devido à boa preparação que fizemos. Nosso grupo é muito unido, forte e a comissão técnica, sensacional, tem nos ajudado muito.

— Você encontrou alguma dificuldade no começo aí na seleção pelo fato de jogar em um centro menos forte do que o de São Paulo, ou isso não ocorreu?
— Dificuldades, não. Desde que me juntei ao grupo tenho feito uma forte preparação junto com todas as meninas. Além disso, a comissão técnica sempre nos dá dicas e nos ajudam com a questão de posicionamento, arremesso, essas coisas. Isso é muito importante.

— Atuando pela Mangueira você se destacou na LBF com atuações bem legais e muita coragem em quadra – apesar de erros muito comuns em sua idade. Poderia falar um pouco sobre o projeto da Mangueira e de como foi jogar na LBF?
— Participar da LBF foi muito importante para mim e para muitas outras jogadoras. Me ajudou a evoluir muito dentro e fora de quadra. Mas tenho muito que evoluir, tanto na defesa quanto no ataque. Com os treinos e ajuda dos profissionais envolvidos, vou melhorando. O projeto da Mangueira é excelente e tem como objetivo formar atletas e cidadãos. Só tenho elogios.

— Você é baiana e vive no Rio de Janeiro com sua mãe. Para uma menina de 17 anos, como tem sido isso? A saudade da família, a cultura diferente, como tem sido a sua adaptação?
— Sou quase uma carioca (risos). Minha família está sempre por perto, e isso ajuda muito. Já estou adaptada ao Rio de Janeiro, pois já moro lá há quase cinco anos. Claro que sempre bate aquela saudade da Bahia, mas sempre que posso faço visitas aos meus familiares, e eles também vêm para cá com freqüência.

— Em 2016 você terá 21 anos e poderá jogar uma Olimpíada na cidade em que atua atualmente. Isso passa muito pela sua cabeça, certo?
— Sim, sem dúvida. É o sonho de qualquer jogadora. Poder participar e brigar por título nos Jogos Olímpicos faz parte do meu desejo. Nossa seleção de base está evoluindo, e por que não acreditar que até 2016 a gente pode chegar lá com força?

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