Reflexo triste
Na conversa que tive com Elen Rosa, técnica do Sub-13 da Mangueira (você pode ver no post abaixo), um ponto me chamou muito a atenção: apenas quatro (eu disse quatro!) equipes disputam o carioca feminino Sub-13 (Jequiá, Mangueira, Vemser e Botafogo). Não é um número baixo de agremiações – é um número ridículo. Para uma categoria que deveria visar a formação, a lapidação de muitos talentos, o desenvolvimento, a modalidade "enxerga" teoricamente apenas 48 meninas aqui no Rio de Janeiro (12 de cada equipe). Pouco, não?
Mas isso não é causa, mas sim consequência de um trabalho de base terrível do basquete brasileiro de um modo geral, e do basquete carioca de maneira específica (acho que o raciocínio se aplica a qualquer outra federação – talvez São Paulo seja a exceção). É absolutamente impensável que um Estado (na teoria, o segundo mais forte do país) faça esporte sério com apenas quatro clubes participando do campeonato que deveria ser o mais apoiado e massificado possível (o Sub13). Faltam divulgação, criatividade, planejamento e no mínimo uma visão de negócios mais apurada.
E aí o retrato é muito claro. A Confederação, que não desenvolve o esporte e tampouco apóia as Federações, falha. As Federações, por sua vez, também falham ao não criarem mecanismos próprios para fazer com que o basquete cresça (entrem no site da Federação Carioca e tentem encontrar os horários dos jogos da base em menos de 523 cliques). Quem perde é o basquete brasileiro, cada vez mais sucateado nas divisões inferiores e com uma dificuldade incrível para formar grandes valores (quando a gente encontra um/uma, é quase um milagre).
Aí fica a pergunta: sem investir direito na base, algum dia o basquete brasileiro terá sucesso? Arrisco-me a dizer que não.
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