O outro lado

Nesta sexta-feira recebi um email longo e recheado de detalhes de Artur Barbosa, irmão e agente de Leandrinho (ambos na foto à esquerda), falando sobre os motivos da dispensa do atleta. Vale a pena ler com atenção o conteúdo, até para tomarmos conhecimento do outro lado da saída do atleta da seleção brasileira.

"Caro Fábio Balassiano, o que você faria se estivesse na posição e situação do Leandrinho? Jogaria ou se preservaria para tentar fazer uma boa guerra mais pra frente?

Nota do editor: aqui Artur colou uma reportagem que pode ser lida neste link.

Boa pergunta para o povo brasileiro, não é? Situação delicada, e um problema de ordem pessoal um tanto grande, não acha, Fábio?

Balassiano, deixa eu te falar o enredo da segunda parte desta novela:

Esse é o ponto: por vezes para disputar uma Olimpíada você não pode ir a um Pré-Olímpico e tem que fazer figa e torcer para que os companheiros tenham sucesso para que, então, você venha com a sua artilharia em peso. Porque a intenção não é ser coadjuvante (de uma Olimpíada), mas sim ser campeão olímpico. E isso exige certos sacrifícios que algumas vezes as pessoas não entendem. Por exemplo, está sendo um sacrifício para o Leandro não ir ao Pré Olímpico agora. E ele não está indo porque está lesionado, machucado.

Eu conheço ele, e sei o quanto ele queria ir, mas fiquei falando das conseqüências que poderiam ocorrer (caso ele atuasse no Pré-Olímpico). Então as vezes é melhor deixar a pistola dentro do coldre para atirar na hora certa.

Só espero estar enganado, e que não estejam tentando aposentar o Leandrinho precocemente, porque ele deu ciência (de seus problemas físicos) ao Rubén Magnano quando ele, Rubén, foi no Canadá (em Toronto, conversar com ele). E não foi só ele, Leandrinho, mas também os dirigentes do Raptors falaram com o treinador a respeito do Leandro e de sua situação médica.

Então, Balassiano, não há nada de novo. A comissão técnica sabia disso de longa data, e mesmo não tendo participado ativamente de uma Olimpíada o Leandrinho já foi até a Grécia em 2004 para assistir e viver o clima olímpico, o que mexeu com ele de uma forma muito profunda.

Há mais de duas semanas o Leandrinho falou com a CBB, e eles sabiam que ele não participaria do Pré-Olímpico. Então, repito, não há nada de novo – inclusive ele iria se apresentar em São Paulo e já tinha até passagem de avião comprada pela própria Confederação, mas por determinação dela, Confederação, acharam melhor que o Leandro não se apresentasse. Mas, insisto, eles já estavam sabendo que ele não iria participar, e pediram que fosse enviado um e-mail pra justificar a não ida. E foi isso que foi feito na segunda-feira (4 de julho), mesmo não havendo respaldo da entidade para com o meu irmão.

Provavelmente o Rubén ficou desolado, e é compreensível, mas, por favor, não vamos esquecer que este comunicado foi feito lá atrás, em março de 2011. Está havendo falta de comunicação entre a própria CBB.

Para ser mais claro ainda, o negócio é o seguinte: o Leandrinho gosta de jogar basquete, ele é viciado em basquete, principalmente em competições de alto nível em que ele fica mais animado. Se estão boicotando o meu irmão para ele ficar com raiva e não se apresentar mais na seleção, isso não vai funcionar. De acordo com as palavras do Leandrinho, "agora não dá (para jogar), mas se quiserem me deixar de fora da seleção, vão ter que jogar muito mais do que eu. Para mim, seleção é religião, e eu não vou mudar de religião".

Procurada por este blog na tarde de ontem, a CBB disse, através de sua assessoria, que "não iria se pronunciar, pois a entidade tem um procedimento para convocação e não houve falta de comunicação entre a entidade e o atleta. Respeitamos a posição dele e só falamos sobre os atletas que se apresentaram".