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Nas duas convincentes vitórias da seleção masculina, o brilho de Benite

Fábio Balassiano

23/07/2015 01h09

Há cerca de três meses escrevi um texto aqui falando de Vitor Benite. Titular do Flamengo (que seria campeão do NBB pouco tempo depois), acreditava que ele já merecia uma chance não em uma seleção brasileira com jogadores que atuam no país e Europa, mas sim no "grande prêmio", aquela do grupo formado por atletas da NBA que iriam (irão?) ao Pré-Olímpico.

Via, naquele momento, que sua maturidade técnica, psicológica, tática e física estava em ótimo estágio. Com isso, o ala-armador de 25 anos merecia uma chance no, digamos, primeiro escalão do basquete do país se fazia mais do que necessária.

Antes do Pré-Olímpico, porém, havia o Pan-Americano de Toronto. E Benite foi chamado. Nas duas primeiras partidas (vitórias sem contestação contra Porto Rico na terça-feira por 92-59 e ontem contra a Venezuela por 79-64) ele foi disparado o melhor em quadra. Na estreia saiu-se com 16 pontos, cinco rebotes e cinco assistências. Ontem, com 14 pontos e 4 rebotes. Foi o único a somar pontuação acima dos 10 pontos nas duas partidas e tem mostrado personalidade para assumir o comando de um time que ainda procura a sua identidade (e procura a sua identidade porque é recém-formado, algo natural).

O basquete é um jogo coletivo, a gente sabe bem disso e é algo que o técnico Rubén Magnano tem tentado colocar na cabeça de todos desde que chegou à seleção, mas é inegável que o Brasil foi guiado por Benite nas duas convincentes vitórias no Pan-Americano. Foi uma surra (como há muito não se via) em Porto Rico, um triunfo tranquilo contra a Venezuela e a classificação ficou assegurada sem maiores sustos, algo que quem acompanha a equipe nacional há algum tempo não está acostumado (seja qual for o nível da competição).

Hoje às 22h há os Estados Unidos pela frente para fechar a primeira fase (último duelo antes das semifinais portanto). É bom ficar de olho na sufocante defesa brasileira que tem gerado desperdícios de bola nos rivais e chances de contra-ataque para o Brasil, na ótima troca de passes do ataque (35 assistências em 61 arremessos convertidos, no excelente índice de 0,55 passe por chute certo) e na movimentação dos atletas sem a bola (algo raríssimo por aqui).

Não custa, também, ver como Benite se sairá contra uma seleção norte-americana que, se não é formada pelos bambas da NBA, mescla veteranos com jovens em busca de espaço. Mantendo o ótimo nível apresentado até o momento o ala-armador do Flamengo pode dar mais um passo para assegurar vaga no grupo que irá ao Pré-Olímpico.

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