Não consigo imaginar o que deve estar passando na cabeça dos jogadores e da comissão técnica do Indiana Pacers nesta quinta-feira. Pelo seguinte fato: o time enfrenta hoje às 20h (de Brasília) o Atlanta Hawks fora de casa com um 2-3 na série. Nova derrota significará a eliminação de uma temporada que se apresentava como uma das melhores da história da franquia e uma das maiores interrogações dos últimos tempos.

Nada contra o Atlanta, que tem jogado muitíssimo bem tanto técnica quanto taticamente (a estratégia dos Hawks é perfeita do começo até agora), mas seria um mico imenso por parte do Indiana. Nem tanto pelo fato de o oitavo ter ganho do primeiro na história dos playoffs da NBA em apenas cinco vezes, mas principalmente pelo fato de a turma da Geórgia ter se classificado com campanha negativa (38-44) e está sem seu melhor jogador, o ala-pivô Al Horford (cestinha do time com 18,6 pontos, além de 8,6 rebotes).

Ao contrário do Oeste, que possui dez times que têm condição de bater de frente entre si independente da posição (estão aí os dois primeiros cabeças-de-chave se matando para passar por Mavs e Grizzlies), no Leste sabemos que a situação é diferente, com alguns times médios (médios pra baixo) conseguindo avançar ao mata-mata (alguns deles até com mando de quadra).

Por isso espanta que o Indiana esteja, hoje, em um buraco deste tamanho (com um match-point contra em um 2-3 diante de, insisto, um adversário não mais do que mediano). Está muito claro pra mim que aconteceu alguma coisa depois do All-Star Game. Ainda não se sabe o que é, onde foi que o purê de batata (amarela) desandou, mas é muito óbvio que aquele time que encantava a todo mundo no começo da temporada não está mais lá. Nego-me a crer que a troca de Evan Turner por Danny Granger tenha causado esse terremoto todo, sinceramente. Seria querer ser mais realista que o rei, e isso eu não consigo fazer de tão longe (a imprensa norte-americana tampouco pontua isso).

Como disse no Podcast desta semana: o Indiana pode empatar o duelo contra o Atlanta hoje e vencê-lo no sétimo jogo. Pode, pode porque tem time – e muito mais time que o Hawks. Pode, além disso, se lembrar de como era o Pacers do começo do campeonato e voltar a jogar como ele. Pode, também, jogar muita bola e ganhar do Miami em uma eventual final do Leste. Pode porque Paul George e companhia não desaprendem de uma hora pra outra.

Isso tudo, claro, no ramo das suposições. Porque é sabido que o time é talentoso e bem treinado pacas. Mas hoje, dia 1º de maio de 2014, a verdade é uma só: perto da eliminação, o Indiana Pacers que a gente conheceu lá em novembro, dezembro, ainda não apareceu no playoff.