Mico histórico: Brasil perde da Jamaica, está fora da Copa América e dependerá de convite pra jogar Mundial de 2014
Fábio Balassiano
03/09/2013 23h20
(Preâmbulo obrigatório: Rubén Pablo Magnano é um grande treinador. Ninguém é campeão olímpico e vice-campeão mundial por sorte. Dos técnicos que vi na seleção brasileira, é o melhor com sobras. Em três anos de trabalho deu padrão defensivo invejável ao time e um pouco mais de organização ao ataque. Entende muito de basquete e é um obcecado por desenvolvimento de equipes e atletas. Mas não é infalível. Quando o criticar, estimado leitor, por favor não confunda com um "quero esse argentino fora dali agora".)
Com o resultado, o Brasil, que nunca ficou fora de um Mundial masculino, só disputa a competição do próximo ano na Espanha caso seja convidado pela FIBA (e terá que pagar uma licença de US$ 500 mil – para uma entidade que não tem grana…). Ou seja: se fosse pelo aspecto quadra, o time de Rubén Magnano passaria o ano de 2014 em casa
Com o revés, o basquete brasileiro chega ao estágio mais baixo, mais triste, mais lamentável de sua história. Não obstante os podres financeiros desta gestão retrógrada, leniente e permissiva, os resultados de quadra (ao contrário do que dizem Ministério do Esporte e COB) são igualmente medíocres, abaixo de qualquer padrão do aceitável (é só reler aqui).
Quem acompanha este blog sabe (embora eu admita que pegue pesado, por querer ver o basquete brasileiro sendo administrado com decência e seriedade) que o que aconteceu na Venezuela há instantes não é surpresa alguma (choca, mas não surpreende), não é nada de assustador, principalmente pelo que se via nos amistosos e nas listas de jogadores que acabaram deixando de ser chamados – embora nem eu, do alto do meu pessimismo, acreditasse em uma eliminação tão bizarra como a que vimos agora. O fato, porém, é que o nível ético, de seriedade, de comprometimento e de competência da Confederação é diretamente proporcional ao basquete apresentado em Caracas (pobre, portanto).
Dentro de quadra, Rubén Magnano acha que é o dono da seleção brasileira sem que ninguém o conteste, o cobre, o pergunte por que diabos ele tem tomado algumas atitudes ridículas, tristes (como a que barrou o ídolo Gerson Victalino, algo que até hoje não me desceu). Por fim, os atletas, que poderiam fazer algo pra tentar modificar o panorama de um esporte que perde campo a cada dia, preferem silenciar, se calar, se entrincheiras em interesses pessoais pequenos, rasos. Por que diabos ninguém ousa dialogar com o cara? Ele não erra? Erra, né…
Hoje, 3 de setembro de 2013, o basquete brasileiro atinge um dos mais baixos níveis de sua história. É uma data não pra esquecer, mas pra ser lembrada eternamente – ou como ponto de partida para uma mudança radical ou como uma pá de cal em um esporte que já foi grande mas que se apequena a cada dia, a cada segundo, a cada ano.
Viu o jogo? Algo a dizer? Momento trevas do basquete, não? Comente!
Sobre o blog
Por aqui você verá a análise crítica sobre tudo o que acontece no basquete mundial (NBB, NBA, seleções, Euroliga e feminino), entrevistas, vídeos, bate-papo e muito mais.