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Bala na Cesta

LeBron no Lakers, Warriors pelo tri, brasileiros e mais: 8 perguntas da temporada da NBA que começa hoje!

Fábio Balassiano

16/10/2018 00h58

Divulgação: Warriors

Acabou a espera. A temporada 2018/2019 da NBA começa nesta terça-feira com 2 jogos (21h com Boston Celtics x Philadelphia 76ers e 23h30 com Golden State Warriors x Oklahoma City Thunder – ambos com transmissão do Sportv) e com o campeonato uma série de perguntas surgem. Você leu aqui a análise da conferência Leste, aqui a do Oeste e ontem os jovens que podem brilhar pelas suas franquias a partir de hoje. Vamos às principais dúvidas da melhor liga de basquete do mundo então?

1) Alguém para o Golden State Warriors? -> Pra mim a resposta aqui é um sonoro "não". O atual bicampeão (seguido) da NBA perdeu o pivô titular (JaVale McGee) e repôs o rapaz simplesmente com DeMarcus Cousins, um dos melhores da posição no planeta (Cousins ainda se recupera de lesão e deve retornar em janeiro/fevereiro de 2019, mas estará em ponto de bala para os playoffs). Sendo assim, serão cinco All-Stars de titulares (Steph Curry, Klay Thompson, Kevin Durant, Draymond Green e Cousins) e Andre Iguodala, MVP das finais de 2015, vindo do banco. O Warriors briga por algo dificílimo: conseguir três troféus de forma seguida. Apenas Lakers (1952-1953-1954 e 1999-2000-2001), Celtics (entre 1959 e 1966) e Bulls (1991-1992-1993 e 1996-1997-1998) conseguiram a façanha, algo absurdamente complexo em um universo tão competitivo assim. Com o elenco que montou e com a comissão técnica liderada por Steve Kerr, é bem provável que o Golden State consiga atingir a façanha.

Divulgação: Lakers

2) Lakers volta ao playoff? -> Fora dos playoffs desde 2013, o Los Angeles Lakers, que será analisado mais profundamente aqui na quinta-feira, quando estreia em Portland, foi pro mercado e contratou simplesmente LeBron James, que chega para devolver o time a pós-temporada e acelerar o processo de desenvolvimento de jovens como Brandon Ingram, Kyle Kuzma, Josh Hart e sobretudo Lonzo Ball, segunda escolha do time no Draft de 2017 e cujas atuações estão longe de fazer dele a estrela que muita gente esperava. Com LeBron por lá os angelinos devem voltar ao mata-mata, mas é difícil ir além da primeira rodada. A temporada 2018/2019, na realidade, será um grande laboratório para Magic Johnson, o manda-chuva da franquia, em relação aos anos seguintes. Caso os jovens performem bem, o caminho estará pavimentado para conquistar títulos no futuro. Se isso não acontecer, a equipe se voltará fortíssima no mercado de 2019, onde lá poderá encontrar Kawhi Leonard, ala que hoje está no Toronto Raptors.

3) Quem fica com o MVP? -> Está aí uma pergunta bem difícil de responder. Caso LeBron leve os Lakers ao playoff com mais de 50 vitórias ele se credencia ao troféu. Kevin Durant, por jogar no melhor elenco da liga, é candidato também. Kyrie Irving, do Boston Celtics, não pode ser descartado. Russell Westbrook, a máquina de triplos-duplos, idem. James Harden, o Barba e atual MVP, jogará em um timaço (Houston Rockets). E Joel Embiid, do Philadelphia 76ers, caso consiga aliar seus belos números a franquia liderando o Leste torna-se postulante também.

4) Sem LeBron, quem ganha o título do Leste? -> Após oito finais consecutivas de Leste tendo LeBron James como vencedor chegou a hora de vermos um ganhador de conferência diferente. Para mim, a disputa está totalmente aberta justamente por não haver um esquadrão pra lá de excepcional, mas três franquias surgem como as principais para representar o Leste na final da NBA: o Boston Celtics, que completo, completinho, tem um timaço de bola com Kyrie Irving, Jayson Tatum, Jaylen Brown, Gordon Hayward e Al Horford, o Philadelphia 76ers, que com o trio Ben Simmons, Joel Embiid e Dario Saric promete evoluir ainda mais em relação a temporada passada, e o Toronto Raptors, que manteve a base, trocou de técnico (Nick Nurse assume no lugar de Dwane Casey) e fisgou Kawhi Leonard, que bem fisicamente é Top-10 da NBA. Creio que de Celtics, Raptors e Sixers saia o ganhador do Leste.

Instagram: Nenê Hilário

5) Com poucos brasileiros, o que esperar deles? -> Falei disso aqui em julho e infelizmente aconteceu. Será o menor número de brasileiros na NBA desde 2008/2009. Com os cortes recentes de Scott Machado (Lakers) e Bruno Caboclo (Rockets), apenas Nenê (Rockets), Cristiano Felício (Bulls) e Raulzinho (Jazz) representam o país na liga. E nenhum deles com papel de destaque. Veterano, Nenê é uma espécie de tutor do jovem Clint Capela, pivô titular do Houston. Felício é reserva do Chicago e tem perdido espaço na rotação a cada dia (e pra piorar, a franquia ainda selecionou Wendell Carter, outro pivô, no Draft). Raulzinho é a terceira opção na armação de um Utah que tem Ricky Rubio e Dante Exum para conduzir a bola. E se o presente é ruim, o futuro não parece animador, já que não há grandes chances de termos brasileiros selecionados em pouco tempo.

Divulgação: NBA

6) Serão tristes os últimos passos de Dwyane Wade? -> A resposta é um singelo "sim". Em sua última temporada na NBA, Wade estará jogando por um pálido e errático Miami Heat. Um dos melhores jogadores de todos os tempos, o camisa 3 anunciou que jogará seu derradeiro campeonato pela franquia com a qual ganhou três títulos. Não esperemos, porém, muita coisa. Seus joelhos já deram sinal de esgotamento, o elenco do Heat é fraquíssimo, há inúmeros rumores de trocas envolvendo Goran Dragic (na foto acima com Wade) e o pivô Hassan Whiteside, as duas melhores, em termos técnicos, peças de um elenco que inspira zero confiança. Chegar ao playoff já seria o máximo para o craque maior da história da franquia.

Divulgação: NBA

7) O San Antonio Spurs ficará de fora do playoff? -> Desde 1997/1998 há uma certeza na NBA: o Spurs estará no playoff. Nesta temporada não dá pra estar tão certo assim. Com um elenco totalmente remodelado, sem as principais peças que fizeram o time ser campeão em 2014 (Tony Parker, Manu Ginóbili, Kawhi Leonard, Tim Duncan e Danny Green), a franquia ainda perdeu Dejounte Murray, que seria o armador titular, por lesão no joelho recentemente. Gregg Popovich, o técnico, é um gênio e provavelmente tirará alguns coelhos de sua cartola, mas um time titular com Patty Mills, DeMar DeRozan e LaMarcus Aldridge como peças principais inspira pouca confiança. Talvez em 2019 vejamos uma nova era da NBA com playoffs sem os texanos.

8) Em Cleveland, é o começo da reconstrução ou não? -> Por enquanto a resposta é "não". O dono do Cavs, Dan Gilbert, deu um recado aos seus executivos dizendo para não tirar o pé, ou seja, para não começar a reconstrução no ato seguinte a saída de LeBron James da franquia. Renovou com Kevin Love, escolheu Collin Sexton, armador pronto vindo de Alabama, manteve o restante do elenco quase inteiro e acredita que pode brigar pelas primeiras posições do Leste. Irreal? Visão equivocada? Difícil interpretar isso ainda, mas o Cleveland optou por tentar brigar lá em cima ao invés de partir pro lento, doloroso e sofrido rebuild (reconstrução). Em uma NBA que vê times fazendo isso em looping, é bacana ver que a turma de Ohio optou por jogar… pra tentar vencer, o que seria o básico do esporte.

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