A cereja do bolo: Real Madrid campeão da Euroliga
Foi um fim de semana de resultados apertados, algumas surpresas, outras confirmações e uma grande certeza: Luka Doncic teve um ano para jamais esquecer. Campeão do Eurobasket com a Eslovênia e agora também campeão da Euroliga 2017/2018 com o Real Madrid, que bateu o Fenerbahce em Belgrado por 85-80 pra conquistar o troféu mais importante do continente. Sem falar nos prêmios individuais, com direito a barba, cabelo, bigode e também costeleta. Fenômeno!
Eleito MVP geral (o mais jovem da história da competição) e também do Final Four, foi ele quem regeu o Real Madrid até o título como se fosse um veterano acostumado a grandes momentos. A final diante do Fenerbahçe, repleta de jogadores experientes e com bagagem de NBA, teve na estrela do esloveno de 19 anos o equilíbrio necessário para administrar a vitória sobre os turcos. Cavou faltas, organizou o ataque, brigou perto do aro e de quebra anotou 15 pontos e 5 assistências em um time cujos experientes Felipe Reyes, Sergio Llull, Facundo Campazzo, Rudy Fernandez e Gustavo Ayon não chegaram nem a 10 pontos.
Diante de uma Stark Arena, em Belgrado, com maioria absoluta de torcedores do Fener, coube aos espanhóis o desafio de atuar "fora de casa" diante dos 17 mil torcedores que lotaram o ginásio. Dever cumprido com louvor. Se no primeiro tempo as alternâncias no placar foram a tônica (terminou 40 a 38 para a equipe de Istambul), a volta para o segundo tempo foi determinante para o desfecho do duelo. Os madrilenhos abriram 7-0 logo no início do 3º quarto e, dali em diante, mantiveram boa margem de diferença com relativa tranquilidade.
Relativa porque o respiro do Fenerbahçe ficou a cargo principalmente da ótima atuação de Nicolo Melli. Com 28 pontos, 66,6% de aproveitamento nos arremessos de longa distância (4 de 6 tentativas) e 70% dos arremessos de quadra (7 de 10), o ala italiano teve grande participação no duelo. Foram raras as vezes em que, no último quarto, a bola não chegava às suas mãos para finalizar a jogada. Mas quis também o destino que fosse um vacilo seu na defesa que praticamente viesse a determinar o campeão.
Com o placar em 81 a 78 e restando 18 segundos por jogar, o Real desperdiçou dois lances livres através de Fabien Causeur. Seria a oportunidade de recuperar a bola e armar o contra-ataque para encostar ou até mesmo empatar um jogo que parecia quase perdido. Mas Melli errou o tempo do salto e deixou escapar o rebote para Trey Thompkins, que escorou para assinalar mais dois pontos para os merengues.
No fim das contas, esse lance "divisor de águas" foi emblemático na principal diferença entre os dois times finalistas: rebotes. Foram 37 para Madrid, contra 29 do vice-campeão. Num elenco que conta com nomes dos quilates de Sergio Llull, Rudy Fernandez, Facundo Campazzo, Gustavo Ayon e, claro, Luka Doncic, isso pode ser fatal. E de fato foi. Parabéns, Los Blancos, pela 10ª taça continental de sua história!
Curtinhas
✓ O Final Four é definitivamente um evento à parte. Não apenas dentro de quadra, como também tudo que o envolve fora dela. Grandes nomes do basquete do mundo inteiro, do passado e do presente, compareceram ao fim de semana na Sérvia. Com ampla cobertura nos canais oficiais do torneio. Incrível o envolvimento;
✓ A média de praticamente 16 mil pessoas por jogo é sintoma dessa conexão que a liga alcançou junto aos torcedores e aos aficionados por basquete em geral. Lembrando que o evento foi sediado na Sérvia, que não teve nenhuma equipe entre as finalistas;
✓ Na disputa do 3º lugar entre CSKA (Rússia) e Zalgiris Kaunas (Lituânia), quem se deu melhor foi o time lituano. Vitória por 79-77, coroando uma grande temporada de um clube que entrou desacreditado na disputa da Euroliga. O mistério que fica é se o técnico Sarunas Jasikevicius vai permanecer por lá ou vai alçar novos voos. Já se especula no próprio CSKA, no Maccabi Tel Aviv e no Panathinaikos. Todo mundo quer o homem;
✓ Alguém ainda tem dúvidas de que, aos 19 anos e com tantas conquistas coletivas e individuais, Luka Doncic tem condições de competir em alto nível na NBA? O que mais falta para convencer a turma? Se vai dar certo, é uma incógnita. Todo Draft é, não tem jeito. Mas que o garoto provou que é diferente, ah, isso ele já fez há muito tempo;
✓ Fica aqui registrado um elogio final ao brilhante trabalho que a Euroliga realiza nas mídias sociais e nas transmissões de suas partidas. Mais uma vez lamentamos muito que o Brasil não tenha nenhuma emissora detentora dos direitos. E novamente deixamos aqui a recomendação de visitar a Euroleague TV para conferir os melhores pacotes, porque o serviço vale muito a pena. Alto nível de basquete e de detalhes. Que venha 2018/2019!
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