Topo

Bala na Cesta

É só o começo, mas após vitória contra o Celtics a primeira impressão do novo Cavs é animadora

Fábio Balassiano

12/02/2018 08h53

Adam Glanzman/Getty Images/AFP

O domingo era pra ser de festa para o Boston Celtics. O time aposentou a camisa 34 de Paul Pierce, conseguiu colocar no ginásio parte do time campeão de 2008 (Doc Rivers, Kevin Garnett e Rajon Rondo apareceram lá pra reverenciar o ala) e ainda tinha o Cleveland Cavs para tentar se consolidar como um dos melhores do Leste. Cavs em crise de identidade, estreando meio mundo de gente, com Tyronn Lue podendo levar mais um baile de Brad Stevens, técnico verde, e tudo mais.

O que se viu na quadra, porém, foi totalmente diferente da expectativa do torcedor do Celtics. O Boston até que começou bem com 32-31, mas quando a segunda unidade do Cleveland entrou em quadra o baile foi do Cavs. E a segunda unidade contou com Jordan Clarkson, Rodney Hood e Larry Nance Jr., que faziam a estreia com o uniforme da franquia (eles chegaram no último dia de janela de trocas, na quinta-feira).

Se antes do intervalo o Cleveland fez 33-20 pra abrir vantagem, na volta do intervalo o show (31-22) se consolidou, a liderança chegou a quase 30 pontos e do outro lado o Boston estava atônito, parado, travado, sem conseguir reagir de jeito algum. No final, 121-99 pro Cavs e a melhor das impressões do mundo sobretudo na defesa, que conseguiu pressionar a bola (forçou 14 desperdícios do rival), evitou espaços no perímetro (10/28 pro Boston de longe) e permitiu que o setor ofensivo pudesse atacar com calma, tranquilidade e sem tanta pressão para "recuperar" os problemas do outro lado da quadra.

A combinação do apetite dos novos chegados (Hill, Clarkson, Hood e Nance) com a oportunidade de jogar com LeBron James em uma eventual final da NBA pode ser realmente matadora(lembremos que todos eles estavam em times que não entrariam no playoff – George Hill estava em Sacramento, uma das piores equipes da liga). Pra todos eles ali chegar longe, bem longe, é algo novo, porém bem plausível, e uma chance que eles querem que não seja único (pro quarteto, quanto mais jogar, quanto melhor for a performance, maior a chance de LeBron permanecer em Cleveland pra 2018/2019, algo ainda incerto).

Entre os estreantes, os números animadores foram assim. O armador George Hill somou 12 pontos e 3 rebotes. Clarkson, 17 pontos e 2 roubos. Hood, 15. Nance, 5 pontos, 4 rebotes e 3 assistências. Ou seja: a nova turma do Cleveland foi responsável por 49 dos 121 pontos do time (40% do total), com exatos 40% nos arremessos e, o principal, 8/14 nos três pontos, antiga deficiência de uma equipe que não conseguia se aproveitar dos espaços de LeBron James (monstruoso ontem com 24 pontos, 10 assistências e 8 rebotes em 28 módicos – e sentiu dor no joelho no primeiro período, hein…). Outro que foi bem, e que tem se aproveitado dos minutos que têm recebido em quadra, é o turco Cedi Osman. Em que pese uma enterrada errada, o ala de 22 anos foi novamente muito bem com 12 pontos e 5 rebotes (titular mais uma vez).

No final do jogo, depois de muito tempo LeBron James sorriu e disse na entrevista coletiva: "Os rapazes que chegaram jogaram muitíssimo bem. Parece que estão aqui há muito tempo e estão com fome de jogar. Disse a eles que o basquete se joga assim e estamos prontos pras próximas batalhas".

Foi a primeira impressão, tem muita coisa ainda por vir. Mas o Cleveland parece revigorado. Mais jovem, mais rápido, mais atlético e sobretudo mais animado pra conquistar o Leste. Boston e Toronto que se cuidem.

Sobre o blog

Por aqui você verá a análise crítica sobre tudo o que acontece no basquete mundial (NBB, NBA, seleções, Euroliga e feminino), entrevistas, vídeos, bate-papo e muito mais.