Não tentar, o erro de Americana, que perde do Sampaio por 2-0 na final
Ontem cedo escrevi aqui que Corinthians / Americana deveria mudar a marcação em Wheeler, armadora do Sampaio Corrêa, pra ter alguma chance no jogo 2 da final da LBF. Vocês lembram, né? Falei inclusive de uma tentativa de colocar Gilmara (alta, atlética e razoavelmente rápida para uma atleta de sua posição – pivô) em cima da armadora Wheeler (foto à direita), que é quem começava, pensava, armava, comandava, dava todas as direções da equipe muito bem treinada pela cubana Lisdeivi. Foi uma ideia de fazer algo diferente, algo que não constava no arsenal estudado por Lisdeivi, técnica maranhense.
Aí o que vimos na terça-feira no Centro Cívico? Americana repetiu o expediente do jogo 1. Exatamente igual. Tudo, tudo mesmo. Marcação muito ruim, Wheeler bailando solta, Iziane imarcável (32 pontos em 12/20 nos arremessos, 7 rebotes e 3 assistências), nenhuma dobra ou troca para coibir suas investidas. E vocês sabem como é: quando a marcação não funciona, o ataque acelera tentando compensar e invariavelmente faz besteira. O Sampaio não se conteve apenas em atacar com inteligência. Sobrando no setor ofensivo, ainda triturou as rivais "exigindo" que elas chutassem de longe (afastadas do jogo de garrafão que sempre fez muito bem a Gilmara, por exemplo). Os 14 desperdícios de bola e os 31% nas bolas de dois pontos de Americana falam por si.
Resultado do jogo: 83-66 pro Sampaio, 2-0 na série final da LBF e o time do Maranhão a uma vitória do título inédito com dois jogos em casa por fazer. A vantagem passou dos 30 pontos, só sendo reduzida ali nos 4 últimos do período derradeiro graças a uma Damiris inspirada (28 pontos e 11 rebotes).
Sobre Iziane, aqui cabe uma palavra carinhosa de novo a ela (vou repetir o mantra do jornalismo: quando precisa, elogia-se; quando se deve criticar, critica-se), que acabou com o jogo atuando com uma intensidade absurda (como é bom vê-la jogar desta maneira, hein!), mas elogios sobretudo devem ir na direção sobretudo da sua técnica, Lisdeivi, que comanda a comissão do Sampaio (de longe consegui ver Vita, preparador físico, e Virgil Lopez – os dois que eram de Americana inclusive). Lis consegue fazer Iziane marcar, passar a bola e jogar coletivamente. Sempre insisti: problema de Iziane nunca foi "só" ela (embora a própria atleta saiba que precisava amadurecer, tornar-se uma líder mais efetiva), mas sim ter técnico que conseguisse passar os conceitos e que ela "comprasse" o barulho. A maturidade ajuda, claro, mas Lisdeivi conseguiu isso.
Então ficamos assim. Americana não tentou absolutamente nada de diferente para conter Wheeler ou Iziane. Isso pra mim é muito inadmissível. Pior do que perder foi ter perdido sem tentar nada de diferente.
Em playoff se vence com: 1- Defesa; 2- Ajustes táticos; e 3- Disciplina pra seguir 2 e 3. Sampaio pratica os 3. Americana, nenhum dos 3. Michael Jordan uma vez disse: "Eu não admito não tentar". Pois é.
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