O que esperar de Anderson Varejão no Golden State Warriors?

Então é isso. Trocado pelo Cleveland Cavs, time que defendeu por 12 temporadas, na última semana para o Portland Trail Blazers e imediatamente dispensado pela franquia de Oregon, Anderson Varejão não ficou nem uma semana na rua da amargura. O ala-pivô assinou (pelo mínimo de veterano) com o atual campeão Golden State Warriors, que dispensou o ala Jason Thompson para contar com a experiência do brasileiro nos momentos final da temporada 2015/2016.

Em primeiro lugar, vale relembrar que o seu salário está intacto. Ele será arcado pelo Portland Trail Blazers (cerca de US$ 25 milhões), e receberá ainda pelo que o Golden State o contratou pelo restante do certame (ainda não está claro exatamente o valor). Passada essa parte financeira, desde já vale a pergunta: o que podemos esperar de Varejão no GSW? Vamos lá!

Obviamente Varejão chega para compor um elenco vencedor e extremamente rápido em quadra. Terá o compatriota Leandrinho para facilitar a sua adaptação, mas não esperemos que ele seja peça fundamental da rotação de Steve Kerr. Não, não é isso. Talvez 10, 15 minutos por jogo (e em momentos bem específicos) seja o que vai rolar. É dispensável falar do que vem fazendo o Golden State nestas duas últimas temporadas da NBA, né? O time de Steph Curry vem mudando a forma de jogar basquete, alucinando os adversários com um estilo que mistura velocidade e arremessos de fora, e está lutando loucamente para quebrar a marca de 72 vitórias do Chicago Bulls de 1996.

É um grupo que joga junto há tempos, e que se prepara para um playoff duríssimo no Oeste nesta temporada. Aí é que Varejão exatamente se encaixa, já que a fase regular está do meio para o final. Prevendo um duelo contra San Antonio Spurs (em uma eventual final do Oeste) e Los Angeles Clippers (um pouco antes), os Warriors sabem que precisarão de mais corpos para o jogo de garrafão – por mais que as formações finais de Steve Kerr coloquem como cara "mais alto" Draymond Green.

Nos Spurs, que também queriam contratá-lo aliás, há Tim Duncan, David West, LaMarcus Aldridge, Boban Marjanović e Boris Diaw. No Clippers, DeAndre Jordan, Blake Griffin, Jeff Green e Cole Aldrich. No Golden State, apenas Andrew Bogut e o reserva (agora lesionado). E a gente sabe que não se vence um título da NBA apenas com cinco, seis jogadores. Por mais que não utilize pivôs nos finais das partidas, é essencial que os Warriors tenham peças assim no elenco para a necessidade de usá-las quando necessário. Além disso, Anderson é um excepcional defensor, podendo auxiliar neste sentido e sempre foi reconhecido pelo seu trabalho coletivo, algo importante para quem chega em novos ambientes.

Pensando mais adiante, é possível, sim, vislumbrar um reencontro de Anderson Varejão com o Cleveland Cavs na final da NBA. Há, além da ótima parte técnica dele, uma dose de motivação extra de um cara que foi dispensado de um time e que pode ser campeão pelo que lhe contratou justamente em cima de quem não o quis mais. E isso conta muito – principalmente porque o ala-pivô não ficou feliz por ter saído de Ohio.

Há o lado técnico da coisa, mas há sobretudo a carga dramática que a chegada de Anderson carrega nesta sua nova vida no Golden State Warriors. Ele usará a camisa 18 (a 17 está retirada por Chris Mullin, craque de bola) e poderá enfim chegar ao sonhado título da NBA ao lado de Leandrinho. De sua parte técnica quase ninguém duvida. O melhor time da liga fez questão de contratá-lo e havia outros cinco, no mínimo, correndo por fora. Será que o capítulo derradeiro desta história será feliz para Varejão? Ele merece que seja.