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Bala na Cesta

Entendendo a 'troca que pode não ser troca' de Varejão

Fábio Balassiano

18/02/2016 18h10

andy1Terminou há instantes a janela de transferência da NBA para a temporada 2015/2016. Não houve nenhuma troca "bombante", daquelas que mexem com o andar do campeonato (aqui a lista completa). Isso não aconteceu (dos que mudam de casa, apenas Markieff Morris, do Phoenix para o Wizards, e Jeff Green, do Memphis para o Clippers, têm média de mais de 20 minutos/jogo no certame). Mas um brasileiro foi diretamente impactado. Anderson Varejão foi trocado pelo Cleveland para o Orlando Magic em troca do ala-pivô Channing Frye. Os Cavs conseguiram Frye, mas mandam o brasileiro não diretamente para Orlando, mas sim para o Portland Trail Blazers, que recebe uma escolha de primeira rodada (protegida) nos próximos anos. O Orlando fica com Jared Cunningham.

andySeria, em teoria, o final de um casamento que já dura 13 temporadas entre Varejão e Cavs (um dos mais longos da NBA atual). Mas a união (estável) entre Anderson e o Cleveland ainda pode permanecer intacta. E explico. (post atualizado às 21h35) O Portland não ficou com o jogador, rescindindo o seu contrato imediatamente, pagando os quase US$ 25 mi garantidos do brasileiro ao longo dos próximos cinco anos (algo parecido com o que o Detroit Pistons fez ano passado com o ala Josh Smith) e o colocando como agente-livre nas próximas 48 horas. Aqui, aliás, cabe dizer: a franquia de Oregon não é doida, pagando por alguém que não irá utilizar. O Blazers está fazendo isso porque tem orçamento baixísismo (US$ 40 milhões garantidos em 2015/2016 e surreais US$ 14mi para 2016/2017), e é obrigado, pela legislação da NBA, a ter um valor mínimo na folha de pagamento.

andy5Portanto, o que acontece agora é o seguinte: se nenhum time escolher Anderson Varejão na lista de dispensados (Waivers é o termo em inglês) neste período (de 48 horas e pagando a totalidade de seus quase US$ 25 mi até 2017/2018), o ala-pivô recebe essa bolada toda do Portland em cinco anos e fica livre para assinar com qualquer time e por qualquer valor. Inclusive com o Cleveland, com a diferença que no Cavs apenas para a temporada 2016/2017. O momento é, mesmo, de espera, pois apesar de veterano (33 anos), com médias baixas (2,6 pontos, 2,9 rebotes e 10 minutos) e com histórico de lesões), Varejão pode ser útil para uma equipe que queira disputar o título neste campeonato e que necessite de mais peças de garrafão no banco de reservas. Se não conseguir nenhum clube agora, pode retornar a Ohio para o próximo campeonato.

morrisOutros dois movimentos envolvem brasileiros – não diretamente, mas envolvem. Desesperado para trocar Markieff Morris (foto), o Phoenix Suns encontrou o Washington Wizards pelo caminho. O time da capital dos EUA enviará apenas um pick futuro (e protegido) de Draft e poderá, agora com uma boa peça para isso, jogar com a formação que o técnico Randy Wittman desejava há tempos (com quatro jogadores em volta do pivô Marcin Gortat). Morris estava louco pra sair do Arizona, e poderá ser o "quatro aberto" que Wittman tanto desejava, marcando no garrafão e abrindo a quadra no ataque para facilitar as infiltrações de John Wall, os drives de Gortat e gerando arremessos de fora, uma de suas qualidades. Se já estava ruim para o brasileiro Nenê (18,8 minutos/jogo e apenas 7 partidas como titular das 28 disputadas), a tendência é ficar ainda pior. Para quem ter piores médias de sua carreira e será agente-livre ao final do certame, pode se tornar ainda mais dramática a situação.

mackO Utah Jazz cedeu um pick de segundo round pelo armador Shelvin Mack, que estava no Atlanta Hawks e que tem uma cláusula que permite ao Utah renovar automaticamente (ou não) o seu contrato para 2016/2017 (módicos US$ 2,5 milhões). Aos 25 anos, a média de Mack na Geórgia é de 7,5 minutos e 3,9 pontos por jogo. É bom que Raulzinho (o titular) e Trey Burke (o reserva que perde espaço e a confiança da franquia) abram o olho, evitando qualquer perda de minutos possível. Mack é mais experiente que os dois, e nessa briga por playoff que o Utah está pode ser que o tempo de rodagem faça a diferença para o técnico Quin Snyder. Vale lembrar que o australiano Dante Exum, agora lesionado, volta para a próxima temporada, e na teoria reassume a vaga de titular da armação.

E aí, o que achou dos movimentos envolvendo principalmente os brasileiros? Comente aí!

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