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Bala na Cesta

Sem valor algum, Seleção Feminina participa de evento-teste no Rio

Fábio Balassiano

15/01/2016 06h11

arena1Seguindo o calendário de eventos-teste na cidade olímpica, começa hoje às 18h na Arena Carioca o de basquete feminino. Brasil, Austrália, Argentina e Venezuela se enfrentam em um quadrangular simples (quem fizer melhor campanha é o campeão). Datas, horários e duelos podem ser vistos aqui.

Antes de falar da quadra, vale ressaltar o lado promocional que não foi feito pela CBB nesta semana. Apesar de não ter público no evento-teste a partir de hoje, valeria a pena ter explorado melhor o fato olímpico com a seleção feminina ao meu ver.

barbosa1Mas nem isso foi feito. O único movimento promocional foi feito na Cruzada São Sebastião (foto à direita). O time feminino jogou contra Argentina (terça-feira) e Austrália (quarta) em amistosos sem a presença do público e da imprensa (ou de parte da imprensa, como acabei constatando). Qual o motivo disso? Para uma modalidade que precisa se popularizar, se aproximar de seu público, trazer de novo os fãs para perto, é um tiro no pé que beira o inacreditável. Seria importante enviar uma mensagem de que, sim, a população poderia se conectar ao basquete feminino, algo que dificilmente acontecerá até agosto. Torço para que algum dia (em 2054 com muita esperança… talvez) os dirigentes daqui percebam que quanto mais gente vendo (CONSUMINDO), melhor – e não o contrário.

izi1Dentro de quadra, pelo lado brasileiro, só há de se lamentar. Se Austrália (time forte, seria um bom teste!), Argentina e Venezuela virão completas, o mesmo não se pode dizer da seleção nacional. Quem acompanha este espaço sabe, mas não custa lembrar: o que se viu desde novembro no basquete feminino brasileiro foi uma imensa briga entre Colegiado de Clubes e CBB. Sem conversar, as duas partes não se entenderam, pressionadas dos dois lados as principais atletas jogando no país pediram dispensa (exceção a Clarissa) e o que teremos a partir desta sexta-feira na Arena do Rio será um time que dificilmente veremos nas Olimpíadas de 2016. Falei disso inclusive na semana passada em artigo bem longo.

barbosa1Das 12 jogadoras que estão na Arena Carioca a partir desta sexta-feira, apenas as alas Isabela Ramona e Iziane, e as pivôs Érika e Clarissa devem fazer parte do grupo olímpico que jogará o Rio-2016 (isso, claro, se a promessa da Confederação Brasileira de não retaliar as atletas que pediram dispensa for cumprida). Em termos de entrosamento para o técnico Antonio Carlos Barbosa, que entrou no meio desse furacão todo, o valor da competição é nulo. Em termos de competitividade, para um time que sempre faz amistosos péssimos mas que dessa vez poderia enfrentar duas vezes a forte Austrália (uma no evento-teste e outra em amistoso desta quarta-feira), é sem dúvida uma oportunidade perdida.

nunes1É uma pena, mas sem diálogo entre Confederação e clubes o que veremos a partir de hoje na Arena da Barra será um torneio importante apenas para a organização das Olimpíadas de 2016. Seria ótimo que a seleção feminina usasse o evento-teste para começar a sua preparação também, algo que não irá ocorrer. Desfigurada, a equipe nacional jogará o torneio apenas por formalidade, não aproveitando para se desenvolver.

Em português claro: pelo lado técnico da coisa, não valerá de absolutamente nada. É uma pena que Carlos Nunes e Vanderlei, os dois dirigentes da CBB que não quiseram mover uma palha para trocar ideias com o colegiado, não percebam que quem sai perdendo nisso tudo não são as meninas que ficaram em seus clubes, ou os representantes do Colegiado, mas sim o basquete feminino brasileiro. Que lástima. Que falta de visão.

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