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Bala na Cesta

Nas mãos de Billy Donovan, o futuro de Kevin Durant e do Thunder

Fábio Balassiano

14/10/2015 01h06

donovan2No final de abril o Oklahoma decidiu mudar. Trocou Scott Brooks por Billy Donovan esperando que o ex-técnico da Universidade da Flórida traga conceitos novos para um time que joga de forma muito parecida há muito tempo.

Foi uma tacada pra lá de justa, mas que não significa "apenas" uma substituição de treinador (embora isso seja muita coisa pra quem jogava com Brooks há oito anos). A chegada de Donovan pode implicar, também, na permanência ou não do melhor jogador da franquia, Kevin Durant.

durant1Nome desde já mais cortejado do mercado de agentes-livres de 2016, Kevin Durant não quis começar as conversas com o Oklahoma acerca de sua renovação. Deixou, obviamente, meio mundo em estado de alerta e a central de rumores em polvorosa. Seu nome já foi ligado a Lakers, Knicks, Celtics e Wizards com uma facilidade extrema, mas sabemos que até lá muita coisa pode acontecer.

A principal delas, do ponto de vista positivo, é o Thunder ir longe nesta temporada. Caso Durant, Russell Westbrook, Serge Ibaka e Enes Kanter consigam levar o OKC fundo nos playoffs é provável que não só KD opte por ficar em Oklahoma, mas que também Ibaka e Westbrook, cujos contratos vencem em 2017, se inclinem a permanecer, mantendo o núcleo que joga junto já há seis temporadas.

trio2Até o final do campeonato, no entanto, muita coisa vai passar por baixo da ponte de Oklahoma. A mudança principal que todos esperam de Donovan é que ele consiga colocar na cabeça de seus jogadores (Westbrook em especial) um jogo mais, digamos, Spurs (falei disse lá atrás inclusive). Pelo que a imprensa de Oklahoma tem dito, o foco principal do técnico nos treinos tem justamente este na pré-temporada. A orientação maior tem sido a de tirar um pouco da bola das mãos de seu armador, fazendo com que ela (a bola) rode um pouco mais pelos cinco jogadores em quadra. O OKC, aliás, foi um dos times que menos trocaram passes na última temporada. Para este campeonato, nenhuma grande mudança no elenco em relação ao grupo que fechou o último certame aliás.

donovan3O busílis da questão para Donovan e sua comissão técnica será fazer com que o Thunder jogue um basquete, sim, mais altruísta, mas que tanto Westbrook quanto Durant não percam as suas essências matadoras do lado ofensivo . Fazer com que West não "coma" seus armadores rivais vivos é perder justamente a maior vantagem competitiva dele (o inteligente da história é saber mesclar velocidade e cadência, o que vem com o tempo e boas orientações). Para Durant, é óbvio que se instinto assassino nos arremessos ajuda o OKC a ser um dos melhores times da NBA, mas será que é possível criar mais golpes que não os tiros longos? É possível envolver mais seus companheiros?

dupla2Não é, como se vê, uma tarefa fácil e envolve muita coisa. É um cobertor bem curto que o treinador novato na NBA terá que saber manejar. Mostrar que existe uma outra maneira de atuar é bacana. Fazer com que suas principais estrelas "comprem" o barulho, porém, nem sempre é fácil. E o futuro da franquia depende da dupla em quadra por longos anos.

billy1O presente do Oklahoma está nas mãos de Kevin Durant, Russell Westbrook e Serge Ibaka. Quem distribui a bola, agora, é Billy Donovan, o responsável por colocar um elenco bem bom em condição de brigar pelas primeiras posições do selvagem Oeste com um jogo mais cerebral e coletivo, menos egoísta, do que ao anteriormente visto. Isso tudo sem mexer com os egos de suas estrelas.

Será no mínimo interessante ver como se sairão o elenco e Donovan nesta empreitada. Caso se entendam o resultado pode ser magnífico. Se não falarem a mesma língua, a implosão pode acontecer antes mesmo do final desta temporada. É aguardar para ver.

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