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Bala na Cesta

No All-Star Game, a consolidação da troca de guarda na NBA

Fábio Balassiano

26/01/2015 01h31

kobeNa sexta-feira coloquei aqui os 10 titulares escolhidos pelo público para começar o próximo All-Star Game (15 de fevereiro no Madison Square Garden, em Nova Iorque). É uma lista que, de bamba, bamba mesmo, só tem Kobe Bryant (lesionado, ele não irá pro jogo), LeBron James e, vá lá, Pau Gasol (os únicos, aliás, que têm anéis de campeão no armário de casa).

gasolOs reservas serão anunciados nesta quinta-feira e não será surpresa alguma se um punhado de rostos com muita espinha na cara (Klay Thompson, Damian Lillard, Jeff Teague etc.) aparecer na lista.

Acho que está claro para todo mundo: estamos presenciando a famosa e natural troca de guarda na NBA.

Aconteceu com Magic Johnson e Larry Bird, que pegaram uma liga de Kareem Abdul-Jabbar e a entregaram para Michael Jordan, Karl Malone e Isiah Thomas. Jordan, por sua vez, passou o bastão para Shaquille O'Neal, que soube ganhar, fazer graça e entregar para Kobe Bryant, Tim Duncan, Dirk Nowitzki, Jason Kidd e a turma do Spurs. Depois vieram Wade, Bosh e LeBron, campeões pelo Miami.

mjNa NBA é assim há muito tempo e bastante natural. Grandes jogadores surgem, brilham e acabam passando o bastão para uma nova turma que está chegando. Nem sempre essa passagem é tão clara e nem sempre essa passagem acontece com muitos grandes jogadores de uma geração saindo para a entrada de outra geração talentosa (como sempre irá acontecer neste cada vez mais globalizado campeonato).

É o que estamos vendo agora. Gênios como Steve Nash, Jason Kidd, Dirk Nowitzki, Tim Duncan, Shaq mesmo, Kobe Bryant, Tim Duncan e Manu Ginóbili ou já saíram ou estão saindo de cena, abrindo espaço para outros tomarem as rédes da liga. São caras que marcaram uma época na NBA. São caras que jogaram, ganharam e ajudaram a pavimentar um caminho de internacionalização da marca. Alguns deles, como Shaq, tinham além do talento uma dose extra de carisma, o que fez com que seus nomes superassem inclusive a fronteira do basquete (algo que toda empresa esportiva busca para fazer ainda mais dinheiro…).

lillardNão dá para saber, ainda, que "peso" terá esta fornada de James Harden, Damian Lillard (foto à direita), Stephen Curry, Paul George (lesionado), John Wall, Klay Thompson, Andrew Wiggins e outros, mas está claro que, no momento, o que devemos fazer é esperar pra ver, pagar para ver o que estes hoje meninos serão em uma década, quando suas carreiras, seus feitos e suas conquistas já estarão mais sedimentadas. Não é coincidência, tampouco, que times que até "semana passada" faziam praticamente figuração (Warriors e Hawks) estejam liderando suas conferências com times que têm jovens e nenhuma estrela consolidada (em seus elencos não há jogadores com títulos de NBA, já repararam?).

klay2Meu irmão me disse no sábado que tinha muito "pereba" indo para o All-Star Game deste ano. Não concordo com isso e obviamente lhe expus isso que acabei de escrever acima (e dobrá-lo não é fácil, saibam vocês). Respeito quem pensa o contrário (como é o caso dele), mas creio que isso seja uma grande bobeira, bobagem de quem, como é o caso dele, não assiste a boa parte dos jogos e que acaba comparando feitos de gênios de obras já prontas como Kobe Bryant, Dirk Nowitzki e Tim Duncan a "crianças" como Stephen Curry, John Wall e Anthony Davis, que estão dando os seus primeiros rabiscos na NBA há pouquíssimo tempo.

davis2Damian Lillard não é AINDA melhor que Jason Kidd. Mas ninguém pode dizer que, com a bola que ele tem jogando, ele não será (o rapaz só tem 23 anos). Klay Thompson (foto à esquerda) AINDA não está no patamar de um Clyde Drexler, mas quem pode dizer que ele não chegará? Anthony Davis (foto à direita) tem menos de 23 anos, já deixa a todos de queixo caído e nenhum ser humano deste planeta consegue dizer com segurança em que patamar ele chegará ao final de sua carreira simplesmente porque ninguém tem a capacidade de prever 10, 15 anos adiante.

wall3Está claro, para mim, que a passagem de bastão na NBA está em trânsito e vale a pena admirar e perceber o que esta nova geração estará fazendo em pouquíssimo tempo. Essa molecada boa não tem culpa de estar chegando no momento em que grandes ídolos do basquete já penduraram os tênis e não devem ser comparada a alguns caras que já escreveram suas histórias. Falta apenas alguém que irá "dirigir" esta turma (como foram Magic e Bird em uma época, Jordan em outra e Kobe, Duncan e Shaq nesta mais recente, por exemplo).

Concorda comigo? Está claro ou não está que estamos vendo uma grande passagem de bastão na NBA? Comente!

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