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Bala na Cesta

Seleção masculina jogará primeira competição sem atleta da NBA em cinco anos

Fábio Balassiano

19/08/2013 01h20

O cenário todos conhecemos: toda vez que a seleção brasileira masculina precisa se apresentar é aquele suplício pós-convocação. Há as lesões, naturais em um esporte como basquete, e as dispensas, quase sempre difíceis de compreender pra quem acompanha a modalidade. E a vilã quase sempre é a mesma: a NBA, ou as franquias que adoram sugestionar aos atletas que descansem em suas férias ao invés de defender seus times nacionais (para alguns ela, a pressão, funciona – para Luis Scola, não).

Então eu fui dar uma pesquisada e vi o seguinte: desde 2003, quando Nenê (foto) completou sua primeira temporada pelo Denver Nuggets (foi draftado em 2002 na sétima posição pelo New York Knicks e logo trocado pro Colorado), este Pré-Mundial da Venezuela será apenas a segunda vez que a seleção brasileira irá jogar uma competição importante (Pré-Mundial, Pré-Olímpico, Mundial ou Olimpíada) sem sequer um jogador da NBA – e a primeira desde 2008, quando tampouco houve representante da melhor liga de basquete do planeta no Pré-Olímpico da Grécia (aquele em que Dirk Nowitzki e Pascal Roller ajudaram a Alemanha a ganhar do Brasil por 78-65).

O critério adotado foi bem simples: ter começado a temporada anterior à competição disputada de seleções na NBA, razão pela qual incluí Alex Garcia, que jogou pelo New Orleans Hornets em 2004-2005, no elenco que foi ao Pré-Mundial de 2005, e Marquinhos, que passou pela mesma franquia da liga norte-americana em 2006-2007, antes, portanto, do Pré-Olímpico de Las Vegas. Só lembrando: Nenê joga na NBA desde 2002/2003, Leandrinho desde 2003/2004, Anderson Varejão desde 2004/2005 e Tiago Splitter desde 2010/2011. Abaixo os dados.

É óbvio que os desfalques serão sentidos por Rubén Magnano, mas a grande questão que sempre fica pra mim é: os melhores jogadores dessa geração (Nenê, Varejão, Leandrinho, Huertas e Tiago Splitter) jogaram poucos minutos juntos – e no basquete só se cresce, como equipe, jogando junto (falei exatamente isso há mais de um ano, antes da Olimpíada de 2012, em Londres). De acordo com levantamento que fiz, apenas na Olimpíada de 2012 os cinco citados acima estiveram na mesma quadra (em 2003, Lula Ferreira levou Demétrius e Valtinho para a armação). Pelo visto, vai ser difícil vê-los atuando coletivamente com Rubén Magnano com frequência.

Então é isso: primeira vez desde 2008 sem um NBA, e a segunda desde 2003 sem representante da principal liga de basquete do mundo. E será que só veremos Varejão, Splitter, Nenê, Leandrinho e Huertas juntos novamente na Olimpíada de 2016, daqui a três anos? Comente!

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