NBB6 terá Fluminense e Goiânia - foi a melhor decisão da Liga Nacional?
A Liga Nacional de Basquete aprovou nesta quarta-feira, em sua sede em São Paulo, as entradas de Goiânia e Fluminense na próxima edição do NBB.
Confesso a minha imensa decepção com a escolha da Liga, porque sinceramente achei que eles dariam fim a ser bandalheira de convites e negociações extra-quadra, mas me enganei redondamente. Colocarei alguns pontos abaixo:
1) Ninguém aqui é maluco de reclamar da entrada de uma praça bacana como é Goiânia e de um clube de massa como é o Fluminense. Esportivamente falando, show de bola, eles vão agregar horrores.
1.1) Na votação da sala fechada, a Liga poderia colocar em seu site informações sobre os projetos, como eles foram apresentados e quais os investimentos que serão feitos. Se já é empírico pras pessoas de fora do jeito que é feito, quando passa uma situação dessas fica ainda mais subjetivo, na base do achismo. Qual o montante que será investido por Flu e Goiânia, e por quanto tempo?
1.2) Chamou-me atenção um trecho do relesse da Liga Nacional: "O Conselho de Administração da Liga Nacional de Basquete aprovou, nesta quarta-feira, em reunião realizada na sede da entidade, em São Paulo, os pedidos de Fluminense e Universo/Goiânia para pleitearem uma vaga na próxima edição do NBB. Agora, as equipes ainda deverão passar pelas avaliações técnicas, estruturais e financeiras, para serem confirmadas na próxima temporada da maior competição de basquete do país.". Tipo, o que os clubes fizeram hoje então foi o quê? Confuso demais, não? Empírico, não? Quase metafórico, não?
1.3) O NBB pode ter até 21 times, e de verdade nem é isso que me incomoda. O que me deixa um pouco surpreso é a maneira como as coisas são feitas e como tudo parece ser "normal", brilhante para o desenvolvimento do basquete nacional – não é bem assim.
1.4) A fim de ajudar os leitores, este blog, a partir do NBB6, usará um asterisco para tratar dos times convidados para a competição. Flu, Goiânia e Basquete Cearense, que, não nos esqueçamos, está neste mesmo quadro também, virão sempre
com um asterisco ao lado e a explicação abaixo – entrou no NBB com convite da Liga Nacional.
1.5) Um adendo aqui às 02:35 da manhã: por que o Ribeirão Preto do Chaim não foi aceito? Foi por birra? Projeto, praça, público e promoção (os famosos P's do tio Kotler) ele tinha. O que houve?
2) O problema é a maneira como isso foi feita. Na calada, em uma sala fechada, longe dos holofotes. Flu e Goiânia jogaram a Super Copa Brasil e não conseguiram se classificar na QUADRA. Perderam na quadra e foram se entrincheirar em uma SALA. Conseguiram com Power Point – e não com uma cesta de três pontos. Quando aspectos políticos e subjetivos superam os esportivos eu não tenho muito mais a dizer.
3) Fins justificando os meios no basquete, até quando vamos conviver com isso?
4) Qual o motivo de, quase dois anos atrás, os dirigentes da LNB terem anunciado a criação da segunda divisão? Agora eles dizem no site oficial que a Super Copa Brasil dá acesso à segunda divisão, que, por sua vez, dá acesso ao NBB. Mudança rápida, não?
5) Fica uma pergunta interessante: por que diabos um dirigente investiria por quatro, cinco meses em uma deficitária segunda divisão (segunda divisão que deveria estar com a CBB, que João-sem-braço ao cubo se cala), se ele sabe que no final do túnel há o convite da Liga caso ele seja simpático a ela – Liga? Vale a pena investir mais na quadra ou no lado político, no PPT?
6) Continuando, me digam: por que motivo um dirigente começaria com o time na segunda divisão se ele sabe que pode receber um carinhoso convite? A segunda divisão, perdão que diga isso, já está nascendo morta, mortinha.
7) Para uma entidade que sempre quis se diferenciar da Confederação Brasileira por sua (até então) reconhecida credibilidade e transparência, os acontecimentos desta quarta-feira arranham demais os dois maiores ativos da Liga Nacional – credibilidade e transparência. Deixo claro que a entrada dos clubes não é ilegal, pois está prevista em regulamento, mas é altamente prejudicial para o andamento das coisas no estado mais normal de todos – o esportivo, o "da quadra". Procuraram, e aceitaram, crescer sem ver os porquês, os motivos, a ordem natural das coisas. O dia 5 de junho de 2013 foi uma data incrivelmente perdida pela LNB para civilizar o basquete nacional. Barrando os clubes, o recado seria claro: "Quer jogar o NBB? Ganha na quadra e será bem-vindo". Não foi este, porém, o resultado da reunião em uma sala com ar-condicionado em São Paulo. Que pena.
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