Sem sustos, Sport-Recife vence jovem time de Guarulhos e termina invicto primeira fase da LBF
Por Aluísio Gomes Jr., direto de Recife (PE)
Apesar de já entrar em quadra com o primeiro lugar na primeira fase garantido, o Sport- Recife não mediu esforços e atropelou o Guarulhos com uma vitória de 92-51 no ginásio da Ilha do retiro, em Recife (PE), na noite de ontem.
Ao contrário das partidas anteriores em que o time entrou num ritmo lento, as rubro-negras dominaram o jogo desde o início ("Nós tivemos o exemplo do jogo contra o Santo André, que fizemos uma partida muito ruim e sabíamos que era preciso manter o foco desde o início", falou o técnico Roberto Dornelas). Com Adrianinha (21 pontos, 5 assistências – foto ao lado) e Palmira (14 pontos) com as mãos calibradas da linha de três pontos (as duas juntas acertaram 9 de 11 arremessos para três no jogo) o Sport Recife abriu uma vantagem de 27-12 logo no primeiro quarto.
A disparidade técnica entre os dois times era enorme. Para tentar equilibrar o confronto, Guarulhos precisaria fazer uma defesa muito forte, mas não foi isso que se viu. Para se ter uma ideia de como a marcação, de ambos os lados, estava frouxa o primeiro lance livre da partida só foi ser batido a cinco minutos do fim do segundo quarto (Fernanda para Guarulhos). O técnico Roberto Dornelas aproveitou o final desse período para fazer experimentações no time, usando um quinteto mais baixo, com Franciele jogando na posição 5 ("Nós sempre aproveitamos para fazer variações que podem ser uteis lá na frente", explicou). Essa formação (com Gatei, Skylar, Alex, Fabiana e Franciele) mostrou uma marcação por pressão muito forte e velocidade nos contra-ataques. As pernambucanas fecharam o primeiro tempo liderando por 53 a 26.
Se no primeiro tempo os arremessos de fora eram a principal arma do Sport Recife, as rubro-negras voltaram para o segundo tempo explorando mais o jogo dentro do garrafão. Com Adrianinha descansando no banco, Érika (16 pontos, 13 rebotes) foi o destaque dessa parcial. Alessandra (10 pontos, 4 rebotes – foto ao lado) foi outra pivô que se estacou no jogo (a gente ainda não tinha jogado ainda tão bem na Ilha, hoje tudo encaixou o jogo dentro, fora, defesa, mas tem que manter o foco, falou a experiente pivô). O time de Guarulhos estava batido em pé (apenas nove pontos no quarto), se fosse boxe ou MMA o árbitro pararia a peleja e decretaria nocaute técnico. A diferença chegou a constrangedores 40 pontos, enquanto isso a armadora Adrianinha corria em quadra como se o jogo estivesse empatado e se jogava na bola para salvar lateral, questionada se essa disposição poderia estar novamente a serviço da seleção brasileira a atleta respondeu, "Se me convocarem, se eu puder ir, é difícil dizer não a seleção brasileira", disse. É difícil também ver no Brasil outra armadora mais qualificada.
No último quarto o técnico Roberto Dornelas aproveitou para dar tempo de quadra a jogadoras pouco utilizadas como Laís, Viviane e Mô. Mô, xodó da torcida rubro-negra, já vinha sedo pedida desde a metade do terceiro quarto aos gritos de "Olê, lê, Olá, lá, a Mô vem aí é o bicho vai pegar". O ginásio foi ao delírio quando a 16 segundos do fim, a ala-pivô fez o lance livre que definiu o placar em 92-51. Agora, Guarulhos enfrenta a equipe do Maranhão basquete nas quartas de finais. Enquanto o Sport Recife já garantido nas semifinais aguarda o vencedor do confronto entre São José x Santo André.
Notas:
– Apesar do fraco desempenho de Guarulhos, gostei do que vi da ala Joice Coelho (13 pontos e dois roubos). Atlética, atacando a cesta, lembra a Micaela do começo de carreira. Sim, isso é um elogio.
– Mô, que entrou no final, é a Brian Scalabrine do Sport Recife. Isso é um elogio maior ainda.
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