Topo

Bala na Cesta

Com ginásio lotado, Flamengo não dá chance ao Basquete Cearense e vence com tranquilidade

Fábio Balassiano

24/02/2013 09h48

Por Thiago Carvalho, direto de Fortaleza (CE)

E a expectativa de grande público se confirmou. Com mais de 9.000 pessoas na inauguração do Ginásio Paulo Sarasate no NBB, o Flamengo não se intimidou, mostrou sua experiência e bateu o Basquete Cearense por fáceis 101-82 na tarde de sábado em Fortaleza.

O Flamengo tem uma pausa na próxima semana e só volta a jogar no dia 04/03, após o desafio das estrelas no final de semana que vem, contra o Mogi das Cruzes, às 20hs, no Ginásio Professor Hugo Ramos. Enquanto que o SKY/Basquete Cearense já volta a entrar em quadra na próxima terça (26/02), às 20hs, no Ginásio da Unifor contra o Brasília em jogo adiado por conta da participação da equipe candanga na Liga das Américas.

O número de espectadores deste duelo é o segundo maior da quinta edição do NBB, perdendo apenas pro confronto da quinta passada entre Brasília x Flamengo (11.000 pessoas na capital federal). Teve até a presença do prefeito da cidade, Roberto Claudio, e do ex-jogador de futsal, Manoel Tobias.

O cestinha do jogo com 29 pontos (sendo 21 de bolas de 3, mais 4 rebotes e 3 assistências), o ala/armador Benite, do Flamengo, disse ao final da partida: "A gente tentou esquecer a última derrota e conseguimos imprimir o ritmo, trabalhando bem a posse de bola. O mais importante de ter jogado aqui foi ver essa torcida lotando o ginásio. Realmente não esperava que fosse estar tão cheio. Foi um dos jogos com maior lotação até agora, e só quem ganha com isso é o basquete nacional".

Já o destaque principal do Basquete Cearense foi o ala-pivô Felipe com 22 pontos e 8 rebotes, que comentou: "A gente fez um primeiro tempo muito ruim, muito abaixo do que temos apresentando. Agora é bola pra frente, botar a cabeça no lugar porque na terça-feira já tem outra pedreira (Brasília)".

Aparentemente as torcidas estavam bem divididas. Foi legal acompanhar os cânticos dos flamenguistas em diversos momentos do jogo com a torcida cearense sempre vaiando, e em seguida sobrepondo os sons cariocas. Enfim, um show a parte vindo das arquibancadas. Uma pena o duelo não ter sido mais parelho e decidido somente nos momentos finais, pois imaginem como ficaria o ginásio: ensandecido, incendiado etc. . Foi lindo de se ver muitos torcedores tietando os atletas de ambas as equipes após o jogo.

A primeira cesta do Paulo Sarasate na história do Novo Basquete Brasil foi do ala local Felipe, com uma bela enterrada, inflamando ainda mais o já enlouquecido ginásio. Para terem uma ideia do quão ensurdecedor o barulho era, de onde eu estava (área de imprensa logo atrás de uma das cestas da quadra, ou seja, nem tão longe dos jogadores), não ouvia-se quase nada dos apitos dos árbitros.

Acredito que os anfitriões tenham feito o pior quarto da temporada, em todos os sentidos. O Basquete Cearense começou mal, errando passes, perdendo bolas, parecia nervoso em quadra, afoito. O Flamengo, que não tem nada a ver com isso, aproveitou-se do elenco mais recheado de bons e renomados jogadores, foi abrindo vantagem. O treinador da equipe Cearense, Alberto Bial, chegou a parar o jogo por duas vezes já neste quarto. Entretanto não pareceu funcionar e seu time anotou apenas 8 pontos, dando nenhum assistência e acertando apenas 3 de 16 tiros de quadra (0 de 6 nas bolas de 3). Destaques para Benite (8) e Marquinhos (6) que contribuíram para a diferença ser de 12 pontos após os dez minutos iniciais (20-8).

Como esperado, os mandantes sofreram com a falta do seu pivô mais forte fisicamente falando (Dragovic), e Caio ao lado de Olivinha dominaram o garrafão nos 2 lados da quadra. Somente restando 5 minutos pro intervalo que o Bial pôs o seu maior pivô do elenco, Adriano com 2,08, para tentar dar conta dos rebotes principalmente. Ironia do destino, o mesmo Adriano erra bisonhamente duas saídas de bolas seguidas no final do primeiro tempo. Com tantas segundas chances, a equipe carioca chegou a arremessar 21 vezes contra apenas 10 dos mandantes no segundo quarto. Destaco Shilton (10) e André (11) como principais pontuadores no período que terminou por 33-22 pró-Flamengo, abrindo ainda mais (53-30) antes do intervalo.

A partida ficou mais equilibrada a partir do segundo tempo. O time nordestino chegou a cortar a diferença pra 16 pontos (39-55), porém o forte poder ofensivo carioca aliado a algumas falhas de marcação do time fortalezense se sobressaíram e diferença só aumentou. Detalhe que, dos 27 pontos do Flamengo no quarto, 10 foram de lances livres (10-10) e por isso chutaram menos: 7 de 11. Os principais destaques foram Felipe (11) e Benite (10), com placar parcial de 27-20 pros visitantes e diferença subindo pra 28 tentos (80-52).

Todos sabiam que o confronto já havia acabado àquela altura, mas foi importante pro time local mostrar honra e seriedade cortando diferença pra menos de 20 pontos após 30-21 a favor no período final. Destacaram-se Benite (8) e Rogério (13) nos 10 minutos derradeiros, contabilizando 101-82 como resultado final. Vale a pena salientar o bom aproveitamento dos arremessos de longa distância do Flamengo (13-25) e pras 11 roubadas de bola.

ENTREVISTAS

O ala Marquinhos se mostrou contente com o resultado: "Nossa equipe imprimiu um ritmo forte desde o começo e mostramos porque somos o 1º colocado, além de termos jogados com foco os 40 minutos".

Se o time parecia nervoso no começo do jogo, o ala Rogério me respondeu: "Não, nosso jogo não encaixou realmente, eles fizeram uma defesa com troca e nosso ataque não soube sair dessa tática que eles adotaram. Aí eles conseguiram abrir uma vantagem muito rápida nos contra-ataques e tivemos que correr atrás do marcador o jogo inteiro".

O José Alves Neto, ao seu perguntado sobre a dominante presença de garrafão do seu time, disse: "Caio era um jogador importante pra gente contra o Basquete Cearense pela característica dele, no qual soubemos aproveitar esse ponto fraco deles (garrafão). Porém o mais importante pra gente foi a nossa defesa que conseguiu segurar o ataque deles que tem média de quase 80 pontos e só anotaram 8 no primeiro quarto. Se a gente começasse o jogo um pouco mais relaxado, sabíamos que íamos perder". Ao ser questionado sobre quem era o principal favorito ao título (se Flamengo ou Brasília), o treinador flamenguista respondeu: "A gente tem o melhor ataque e temos a segunda melhor defesa. Acho que nosso time está bem equilibrado. Tivemos muitos problemas com jogadores machucados, com a quantidade de jogos, e isso vem desgastando um pouco. Acredito que possamos sim estar brigando pelo título brasileiro". Ainda o perguntei se Gegê já poderia ser chamado de realidade ou se ainda era uma promessa, eis o que o Neto responde: "Ele é um jogador que vem entrando bem, e está aproveitando essa ausência do Kojo. Está aproveitando porque ele está preparado, pois é um atleta que inclusive já treinou com seleção brasileira. É um jogador que treina muito e é bem dedicado. Ele está de parabéns".

Já o armador Gegê concluiu: "Tenho que aproveitar essa oportunidade pra mostrar serviço. É um grupo super forte, não tenho nem do que reclamar. Eles me dão muito apoio e é torcer pro Kojo melhorar logo".

Sobre o blog

Por aqui você verá a análise crítica sobre tudo o que acontece no basquete mundial (NBB, NBA, seleções, Euroliga e feminino), entrevistas, vídeos, bate-papo e muito mais.