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Bala na Cesta

Americana vence Ourinhos, é campeão da LBF e coroa brilhante trabalho com título

Fábio Balassiano

15/04/2012 00h53

Não vi o jogo (estava comentando no Fox Sports a Liga das Américas, como você lerá em outro post), mas o resultado de 69-61 que deu o título da segunda edição da Liga de Basquete Feminino a Americana na final contra Ourinhos não deixa dúvida. Foi o time que mais investiu, o que teve a melhor campanha (apenas uma derrota em todo o campeonato – nas semifinais contra Santo André) e o time que teve a melhor jogadora da competição, Clarissa, uma menina de ouro que começou no basquete quase que por acaso há menos de dez anos (que evolução!).

Mas não é só isso. Os 2-0 na final contra um adversário duro (Barbosa fez um trabalho bem bom com um elenco limitado e fez jogadoras que todos davam como sem solução um rumo, uma forma de atuar – o melhor exemplo é o de Joice) coroam um trabalho belíssimo de uma cidade que abraçou o basquete feminino e a reconstrução da equipe desde que a segunda etapa do projeto de sucesso voltou em 2008 com o time adulto depois de um hiato de cinco anos misturando formação esportiva, educação, apoio à comunidade, inclusão social e esporte de alto rendimento.

O título do técnico Zanon (o primeiro dele no feminino), da assistente-técnica Adriana Santos, é de Clarissa, Karla, Karen (quando está ligada na partida, é um dínamo na marcação – 15 pontos na decisão de ontem), Mamá, Carina, Yanet, mas é sobretudo de Babi, Débora, Izabella Sangalli, Tássia, Leila e Fabiana (a Fabi), meninas que foram formadas nas categorias de base e estão em Americana há quase uma década. Conhecem, amam, sentem, sofrem e vivem o (repito) projeto de sucesso de basquete há muito, muito tempo.

Mas não é tudo. O título é de Anne de Freitas, técnica formadora desde a categoria mirim, é de Ricardo Molina, diretor da Unimed local, principal patrocinadora do time, e um entusiasta de mão cheia da modalide (um dos poucos dirigentes sérios do Brasil, é bom ressaltar), é da galera da retaguarda (alô, dona Beth) que faz Americana ser o que é há quase dez anos e de uma torcida fanática que não parou de chorar quando a sirene soou no final da peleja.

Vale um aplauso a Ourinhos, que fez uma campanha belíssima e lutou demais. Mas os aplausos mais altos vão para Americana, uma cidade que ama o basquete feminino, que é tão carente, tão maltratado, tão marginalizado por aqui. Que a produção de revelações do time não pare por aqui.

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