Bala na Cesta http://balanacesta.blogosfera.uol.com.br Análise crítica sobre tudo o que acontece no basquete mundial (NBB, NBA, seleções, Euroliga e feminino), entrevistas, vídeos, bate-papo e muito mais. Tue, 07 Jan 2020 09:14:49 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 O plano deu ‘errado’ – ao invés da lanterna, Oklahoma disputa vaga nos playoffs da NBA http://balanacesta.blogosfera.uol.com.br/2020/01/07/okc-3/ http://balanacesta.blogosfera.uol.com.br/2020/01/07/okc-3/#respond Tue, 07 Jan 2020 08:45:58 +0000 http://balanacesta.blogosfera.uol.com.br/?p=57575

Quando o Oklahoma City Thunder foi eliminado pelo Portland Trail Blazers nos playoffs ao final da temporada passada a diretoria começou a se movimentar. O ciclo de Russell Westbrook, maior ídolo da história da franquia, estava finalizado e com ele Paul George também não mais ficaria. O objetivo de Sam Presti, o manda-chuva das operações de basquete, era abrir espaço para o novo sem nenhuma dúvida.

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O time trocou Westbrook e George por peças para o elenco, mas sobretudo por picks dos próximos Drafts (são 10 de primeira rodada pelos próximos cinco anos). Como o próprio Presti disse, “o trabalho é de longo prazo, bem longo prazo”. Em português claro: reconstrução. Ou perder até dizer chega.

Ninguém esperava nada de diferente de derrotas, derrotas e mais derrotas que colocariam o OKC entre os primeiros do Draft de 2020. Só faltou combinar com Billy Donovan, o técnico, e os atletas.

O Thunder, que ontem foi a Filadélfia e pendeuso do Sixers por 120-113, agora tem a campanha de 20-16 e está na confortável sétima posição da conferência Oeste. Ninguém esperava isso, ninguém mesmo, mas o fato é que o time está dando certíssimo em quadra.

Grande parte do sucesso se deve ao trio de bons armadores que mistura a experiência de Chris Paul (16 pontos e 6 assistências de média), a tenacidade do alemão Dennis Schroder, que vem do banco para somar 18,5 pontos por partida, e a técnica do excepcional jovem, que está em seu segundo ano aliás (21 anos), Shai Gilgeous-Alexander (foto acima), cestinha do time com 20 pontos de média sem forçar absolutamente nada. Além deles se destacam o italiano Danilo Gallinari, autor de 18 pontos por noite, e o excepcional defensor Steven Adams, jovem e quase sempre envolvido em rumores de troca.

O engraçado disso tudo é que o Thunder começou o campeonato perdendo quatro de seus cinco primeiros jogos. Muita gente já torceu o nariz e decretou o final da temporada, pensando já no Draft de 2020. Chris Paul, o experiente da tropa, levantou a voz e disse: “Não sei o que pensam quando dizem que nosso time não vai a lugar algum. Lamento informar, mas podemos ser muito bons já neste campeonato”.

Para desespero da diretoria, que tinha outras coisas na cabeça, as vitórias significam descer muito no Draft de 2020. Muita gente aposta, inclusive, no movimento parecido com o do Los Angeles Clippers no último campeonato, quando mesmo em desmonte o time de Doc Rivers conseguia vencer. Resta saber o que Presti fará daqui pra frente. Se manterá o elenco como está, se desmontará para conseguir ainda mais picks de Draft ou se confiará em seus atletas e dará ainda mais reforços para Billy Donovan treinar.

De todo modo, a história do OKC nesta temporada é maravilhosa. O plano de perder deu errado e o grande “risco”, agora, é o Thunder jogar o playoff no Oeste.

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O problema de sempre: NBB tem todos os jogos exibidos, mas público não chega a mil pessoas http://balanacesta.blogosfera.uol.com.br/2020/01/06/publico_nbb/ http://balanacesta.blogosfera.uol.com.br/2020/01/06/publico_nbb/#respond Mon, 06 Jan 2020 08:01:05 +0000 http://balanacesta.blogosfera.uol.com.br/?p=57558

Há cerca de 4 anos escrevi aqui sobre a média de público do NBB (mais aqui). É um tema crítico, um problema crônico e em minha opinião o maior abacaxi da Liga Nacional no momento.

Se por um lado o campeonato que tem 100% dos jogos exibidos no conceito de multiplataforma começou 2020 com boa presença de torcedores nos ginásios devido a Copa Super8 (no total, mais de 10 mil pessoas para Flamengo x Corinthians no RJ, São Paulo x Minas em SP, Franca x Unifacisa no Pedrocão e Mogi x Pinheiros em Mogi das Cruzes), a realidade é que este primeiro final de semana do ano é muito mais um ponto fora da curva do que algo recorrente por aqui.

Abaixo o cenário até o primeiro turno de 2015/2016:

Agora coloco dois índices importantes em relação a atual temporada – média de público e taxa de ocupação dos ginásios (média de público dividido pela capacidade da arena do time mandante). Os números estão abaixo em ordem do menor pro maior:

Vamos a minha análise dos números com alguns pontos:

1) O público nos ginásios não cresce por aqui. Para nada. A média de pessoas na fase de classificação chegou a 1.001 em 2012/2013, retornou para o patamar de três dígitos e de lá não saiu desde então. Há, obviamente, um crescimento de 17% em relação ao turno de 2016, mas de verdade são 150 pessoas a mais por partida em três anos, algo ínfimo e praticamente irrelevante;

2) A decantada presença dos “times de futebol” tampouco fez com que o “poder de arrastão” desses clubes aumentasse a presença de público nas partidas do NBB. A gente ouvia muito dos dirigentes da Liga Nacional que “quando essa turma entrar o NBB explode”. Não explodiu. Pelo contrário. Flamengo e Botafogo estão entre os cinco piores de média de público. Flamengo e Corinthians, as duas maiores torcidas do país, entre os cinco piores de taxa de ocupação. Se somarmos as médias de Flamengo, Botafogo, Corinthians e São Paulo o total dá 3.000 pessoas/jogo, apenas 25% a mais que Franca, uma cidade de 400 mil habitantes, consegue fazer sozinha. Desculpe, mas isso é vergonhoso;

3) Vou me ater ao Flamengo, que fez duas partidas como mandante em Brasília sem distorção na média final (287 e 420 pessoas contra Paulistano e São Paulo), neste tópico e muito embora a questão não seja exclusividade sua eu acho que vale (mais aqui). A razão é bem simples: trata-se do maior campeão do NBB, da maior torcida do país, de um dos elencos mais caros da competição, com atletas renomados e vindo de título. Em que pese o fato de ontem contra o Corinthians o público tenha sido de mais de 2.500 pessoas, recorde da temporada, é inconcebível que um time desse tamanho tenha surreais 546 pessoas de média e 16% de taxa de ocupação de ginásio. O rubro-negro é, ao lado de Rio Claro, o único time que está entre os cinco piores em público e taxa de ocupação. E isso não é de hoje, que fique claro. O cenário nos últimos campeonatos é idêntico. Que conformismo é esse?;

4) Do lado positivo é possível citar a Unifacisa (mais aqui), que em seu ano de estreia na elite do basquete brasileiro possui a melhor taxa de ocupação de ginásio (81%). O time de Campina Grande (PB) tem conseguido fazer um barulho na cidade, envolver comunidade local e trabalhar muito bem suas redes sociais para fazer sucesso;

5) Me parece bem surreal que em um campeonato com 16 times apenas 5 tenham média superior a mil pessoas. Me parece ainda mais surreal que neste grupo de cinco times só tenhamos um, o Corinthians, da turma do futebol. Cada clube tem, ou deveria ter, o seu diagnóstico, mas a realidade é que mesmo para Franca, que tem a maior média de público, há inúmeras coisas para serem feitas (a taxa de ocupação do Pedrocão na Cidade do Basquete fica em 40% e isso é baixíssimo).

Coisas que penso do ponto de vista de gestão agora:

1) Sinto-me muito à vontade para comentar sobre este assunto porque acompanhei TODOS os NBB’s desde sua criação (sempre com independência e senso crítico, vocês sabem bem), trabalho com marketing há quase uma década e com o perdão da palavra o que se faz por aqui no basquete brasileiro, nos clubes, em relação a marketing esportivo é triste, lamentável, de qualidade baixíssima quando falamos no tema (com raríssimas exceções – raríssimas!). Se estou usando palavras fortes é porque meu nível de exigência é alto, o potencial que o basquete tem por aqui é gigantesco e há marcas monumentais dentro do NBB para serem trabalhadas. Os números são péssimos e não dá pra dourar a pílula;

2) Os clubes têm a maior parcela de culpa, sim, em relação ao problema do público em seus ginásios, é muito claro isso para mim, mas a Liga Nacional de Basquete precisa urgentemente tratar do tema – nem que seja “apenas” cobrando dos clubes com mais afinco e com mais seriedade em relação a forma de cuidar do produto final. É óbvio que o assunto é endereçado em suas reuniões, está na pauta dos encontros do Conselho de Administração, é algo que não tenho dúvida mexe com o dia a dia de quem toca a LNB, mas os números falam por si e os resultados das ações não têm surtido efeito;

3) Sobre os times, uma pergunta básica: quantos deles possuem um departamento de marketing? Marketing NÃO é uma pessoa de Comunicação que faz release para imprensa e mexe em rede social. Marketing é a arte de atrair e reter clientes, e USA a comunicação em alguns momentos para isso. Perguntar se os clubes possuem uma área de Inteligência de Mercado (a famosa Business Intelligence – BI) me parece devaneio, certo?;

3.1) Sobre a questão do público, existe uma expressão atualmente muito comum chamada de “experiência do usuário” (UX para os íntimos). Os clubes e a Liga Nacional têm se preocupado com isso? Têm tratado bem o seu consumidor em todos os pontos de sua jornada? Da compra de ingresso ao momento em que ele deixa o ginásio? A resposta me parece clara: não.

4) Sobre este ponto de BI, o mesmo vale para a Liga Nacional de Basquete. Quem por lá está consolidando o manancial de dados que há por aí no momento? Quem está fazendo o cruzamento dos números com o perfil dos consumidores do campeonato? Como essas informações são transmitidas para os clubes conseguirem fazer seus trabalhos de fomento ao público?;

4.1) Qual, aliás, é o perfil do consumidor do NBB? Existe um mapeamento de personas (mais aqui) detalhado e em constante atualização? Qualquer empresa para direcionar seus esforços de comunicação e marketing precisa disso. Isso está sendo endereçado?;

A conclusão, em minha modesta opinião, é bem óbvia: ou clubes e Liga Nacional arregaçam as mangas, fazem testes, traçam um diagnóstico e trabalham exaustiva e inteligentemente nisso ou o futuro será nebuloso. Nenhum negócio se sustenta para mais 10 anos dando uma média de mil pessoas por partida em ginásio. E é ruim pra todo mundo – clubes, atletas, dirigentes, técnicos, jornalistas, patrocinadores, meios de comunicação etc.

Minha singela sugestão é que todos os envolvidos sentem o quanto antes, contratem uma consultoria bacana para trabalhar nos pontos mais críticos a partir de ontem e tenham metas claras de onde e como querem chegar. Isso tudo vai custar dinheiro, toma tempo, é estressante, vai mexer em inúmeros vespeiros, abrirá inúmeras caixas-pretas, colocará muita gente contra a parede, mas o cenário é crítico, quase de guerra, e algo precisa ser feito.

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Podcast BNC: o legado de David Stern http://balanacesta.blogosfera.uol.com.br/2020/01/05/pod_stern/ http://balanacesta.blogosfera.uol.com.br/2020/01/05/pod_stern/#respond Sun, 05 Jan 2020 04:49:10 +0000 http://balanacesta.blogosfera.uol.com.br/?p=57552

Podcast especial sobre David Stern, o comissário que mudou a história da NBA. Seu começo, os pontos-chave para a mudança de patamar, globalização, Dream Team, polêmicas e muito mais.

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Copa Super8 do NBB começa hoje – veja confrontos das quartas-de-final! http://balanacesta.blogosfera.uol.com.br/2020/01/04/copa-super8-do-nbb-comeca-hoje-veja-confrontos-das-quartas-de-final/ http://balanacesta.blogosfera.uol.com.br/2020/01/04/copa-super8-do-nbb-comeca-hoje-veja-confrontos-das-quartas-de-final/#respond Sat, 04 Jan 2020 09:01:57 +0000 http://balanacesta.blogosfera.uol.com.br/?p=57542

Começa hoje a segunda edição da Copa Super8, torneio que envolve os oito melhores do turno do NBB nesta temporada e que vale vaga para a Basketball Champions League em 2020/2021. O formato segue o mesmo: mata-mata em jogo único na casa do mandante com quartas, semi e final disputados entre este e o próximo sábado.

Os duelos são Flamengo (1º) x Corinthians (8º), Franca (2º) x Unifacisa (7º), São Paulo (3º) x Minas (6º) e Mogi (4º) x Pinheiros (5º) serão os embates das quartas-de-final, com o rubro-negro, francanos, tricolores de SP e mogianos jogando em seus domínios. As semifinais acontecem na terça e quarta-feira, com confrontos obviamente ainda a serem definidos.

A ideia da Copa Super8, conforme dito aqui neste espaço pelo gerente-executivo Sergio Domeneci, é gerar engajamento e atrair mais público para os ginásios entre o turno e o returno. É algo comum na Europa, sobretudo na Espanha, onde a Copa do Rei faz um sucesso danado. Por aqui no ano passado, com partidas sendo disputadas no final do ano (e não agora em janeiro), os duelos foram bem emocionantes, mas com exceção da final entre Franca e Flamengo no Pedrocão (vitória dos visitantes) não houve um abrupto crescimento de torcedores nos ginásios, não. Vamos ver o que acontece em 2020.

Quartas de final
04/01 (Sábado)
12h50 – São Paulo FC (3º) x Minas Tênis Clube (6º) – Ginásio do Morumbi – ao vivo na Band
20h – Franca Basquete (2º) x Unifacisa (7º) – Ginásio Pedrocão – ao vivo no Fox Sports

05/01 (Domingo)
15h30 – Mogi das Cruzes Basquete (4º) x (5º) EC Pinheiros – Ginásio Hugo Ramos – a definir sobre a transmissão até o momento do fechamento desse post
18h – Flamengo (1º) x Corinthians (8º) – Arena Carioca 1 – a definir sobre a transmissão até o momento do fechamento desse post

Meus palpites: Flamengo, Franca, São Paulo e Mogi avançam. E vocês?

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Fala, Leitor: Qual o teto de Luka Doncic?, por Vinicius Bezerra http://balanacesta.blogosfera.uol.com.br/2020/01/03/fala-leitor-qual-o-teto-de-luka-doncic-por-vinicius-bezerra/ http://balanacesta.blogosfera.uol.com.br/2020/01/03/fala-leitor-qual-o-teto-de-luka-doncic-por-vinicius-bezerra/#respond Fri, 03 Jan 2020 16:30:37 +0000 http://balanacesta.blogosfera.uol.com.br/?p=57545

* Por Vinicius Bezerra da Silva

“Eu odeio dizer isso, mas é o seguinte: ele não é Magic Johnson, mas é como Magic Johnson no sentido de ver a quadra da mesma maneira. Doncic tem um senso realmente intuitivo, e você não pode ensinar isso. Ele apenas entende o jogo e é ótimo nisso”.

Você poderia achar essa afirmação exagerada, até absurda, comparar um jogador a um dos maiores da história da NBA (top – 3 na minha opinião), mas quando você fica sabendo que foi “apenas” palavras proferidas pelo maior treinador da história da liga (o gênio Gregg Popovich, técnico do San Antonio Spurs), você começa a pensar se o estrago que esse rapaz vem fazendo (e até onde irá).

Dono de médias absurdas de 29.1 pontos, 9.6 rebotes e 8.8 assistências, melhor calouro do ano passado (onde não foi escolhido pro All-Star da liga por ser gringo), Luka impressiona pela maturidade em quadra, habilidade em “sentir” o jogo, frieza nas definições de jogadas. Enfim seus floaters, seus “step backs”, dribles, arremesso de longa e média distância (inclusive com uma mão) enterradas, facilidade em achar o companheiro livre, tudo isso aos VINTE anos, e sem ter um físico padrão dos americanos. Isso me surpreende a cada dia.

Divulgação / NBA

Não vejo um teto pra esse garoto, acredito que ele seja capaz de ganhar alguns anéis, ser MVP de finais, porque um garoto que leva a desconhecida Eslovênia (com o primoroso apoio de Goran Dragic) ao título europeu, consegue ser MVP de finais de Euroliga, Eurobasket, calouro do ano, domina o jogo com tanta facilidade, e ainda tem essa idade, na minha opinião desbancará Dirk Nowitzki, Hakeem Olajuwon, Tony Parker, Manu Ginobili e companhia para ser o melhor gringo a passar na liga. Consigo vê lo como no mínimo Top-15 da história.

Os anos passarão e estarei aqui pra ser cobrado. Resta apreciar cada jogo e torcer pro Dallas rechear ele de outros grandes jogadores. Posso dizer que vi LeBron e agora digo que vi Luka Doncic. Obrigado, Lukita!

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Os desafios de 2020 para CBB, Liga Nacional e LBF http://balanacesta.blogosfera.uol.com.br/2020/01/03/desafios1/ http://balanacesta.blogosfera.uol.com.br/2020/01/03/desafios1/#respond Fri, 03 Jan 2020 08:46:01 +0000 http://balanacesta.blogosfera.uol.com.br/?p=57538

Começou um dos anos mais importantes da história do basquete brasileiro. Se em 2019 houve muito agito, sobretudo no âmbito das seleções, em 2020 não promete ser muito diferente, não. E com uma singela Olimpíada no meio do caminho. Os desafios, porém, não ficam apenas para as equipes nacionais.

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Ainda encurralada financeiramente e dependendo demais dos aportes financeiros do presidente Guy Peixoto, a Confederação Brasileira conseguiu se organizar para voltar ativamente com os campeonatos de base (parceria com o Comitê Brasileiro de Clubes). Serão 26 torneios envolvendo masculino, feminino e também o 3X3, modalidade olímpica aliás. Do lado positivo, vale destacar o ganho que a comunicação da entidade teve com a chegada do ótimo Thierry Gozzer, que movimentou as redes sociais, lançou o novo mascote (a Arara Azul), colocou no ar um Podcast e deu uma nova roupagem a algo que todos falavam há tempos (sobre como se comunicar de forma jovem e informal faz toda diferença).

Como pontos de atenção, as duas seleções jogarão Pré-Olímpicos neste ano (ambos difíceis e com mais chances para as meninas) e o lado da massificação, sobretudo para o feminino, segue sem um plano bem definido. Se há claramente uma boa intenção por parte desta gestão que completa 3 anos agora em fevereiro, falta um patrocinador máster para alavancar mais a modalidade por aqui.

Os desafios não ficam restritos à CBB, não. Em relação à Liga Nacional de Basquete (e não custa dizer que as duas entidades seguem tentando encontrar um ponto de sintonia mais fina), a questão do público é bem latente. Se há muitos outros pontos para serem atacados, este tema de taxa de ocupação me parece o mais crítico. Sei de todos os esforços e das boas intenções da LNB, mas o fato é que os ginásios estão muito vazios (farei uma matéria mais longa sobre isso) desde o começo da temporada. Se há crescimento em número de transmissões, com o NBB sendo exibido 100% em suas plataformas, na arquibancada o resultado não é bom.

Clubes (os maiores responsáveis em minha opinião) e entidade não conseguem atrair fãs para as arenas e a sensação que dá é que o NBB, um campeonato muito bem organizado, ainda patina em relação a saber quem são os seus torcedores. Em marketing usamos um termo chamado “persona” para agrupar um determinado grupo de pessoas com as mesmas características e eu sinceramente não sei se a Liga e os clubes têm isso em suas mãos. Com uma NBA bombando e pulsando cada vez mais por aqui, a comparação, injusta sem dúvida alguma, fica inevitável e é importante que os dirigentes do NBB tenham isso em mente. Trabalhar mais com dados e menos com empirismos também pode ajudar. Não creio que exista uma área de Inteligência de Mercado na Liga de modo a entender os movimentos do mercado e destrinchar os dados disponíveis atualmente – e eles são muitos!

A Liga de Basquete Feminino segue, por sua vez, em seu processo de retomada na gestão de Ricardo Molina. Agora com Claudio Cordeiro na Gerência de Marketing a entidade pretende dar outro salto de qualidade em relação aos últimos anos. É bem óbvio que o campeonato cresceu, tem todos os seus jogos exibidos, o modelo de contrapartida para os clubes é bem bacana e é possível que novas praças sejam abertas para o torneio que se inicia em 2020 (Franca e Mogi, polos tradicionais, demonstraram interesse).

É muito visível que há planejamento, estabilidade e gestão, mas a LBF não é mais um campeonato que está sempre recomeçando. Há uma linha de pensamento e de ação, a fase de projeto já passou e agora é necessário trabalhar em pontos de melhoria importantes: público nos ginásios (não é uma exclusividade do NBB, como se vê) e ter mão de obra mais jovem na quadra (isso não depende só da LBF, mas algo precisa ser feito) são os dois tópicos que eu atacaria correndo.

É isso. O ano de 2020 começa com desafios imensos para as três principais entidades de basquete do Brasil. Confederação, Liga Nacional e Liga de Basquete Feminino melhoraram o nível de gestão que há por aqui em relação aos últimos anos. Como disse aquele jogador, o patamar subiu, porém, as exigências também e é necessário evoluir para seguir crescendo.

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Como David Stern transformou uma NBA problemática em referência esportiva http://balanacesta.blogosfera.uol.com.br/2020/01/02/stern1/ http://balanacesta.blogosfera.uol.com.br/2020/01/02/stern1/#respond Thu, 02 Jan 2020 03:34:58 +0000 http://balanacesta.blogosfera.uol.com.br/?p=57520

O ano era 1966 e a NBA se via às voltas com um grande problema. Oscar Robertson, um dos craques da liga, entrou na Justiça contra a entidade para que se tornasse (o famoso e até hoje conhecido) agente-livre. Contra a parede, a NBA contratou um escritório famoso de advocacia para defendê-la, o Proskauer, Rose, Goetz & Mendelsohn, e quem foi dar as notícias para os manda-chuvas de Manhattan foi um garoto recém-formado em direito pela Columbia University. Seu nome: David Joel Stern, então com 24 anos, e que faleceu ontem aos 77 anos após hemorragia no cérebro com a fama, justa por sinal, de ser o maior dirigente esportivo da história dos esportes americanos. Foi dele a ideia de ceder à pressão de Robertson, inaugurar o mercado de agentes-livres e trazer os atletas mais para perto dos mandatários do campeonato – e não o contrário.

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Filho de comerciantes judeus de Nova Iorque (seus pais eram donos de uma delicatessen), Stern trabalhou mais 12 anos no escritório até ser contratado pela NBA como Vice-Presidente de Basquete da gestão de Larry O’Brien (sim, o nome do troféu da liga atualmente – deferência de Stern a seu antigo chefe). Ao contrário do que se vê hoje, era uma entidade deficitária, com jogadores que ASSUMIDAMENTE eram usuários de drogas (cocaína, maconha, LSD etc.), com brigas homéricas na quadra, ginásios vazios e nenhum contrato com televisões para exibição ao vivo das partidas. Suas primeiras medidas foram: testes de drogas sistemáticos em atletas (que foram suspensos quando positivo – Bernard King, estrela do Knicks, foi um deles) e teto salarial para todas as equipes de modo a equilibrar o torneio (na época o valor fixado foi de US$ 3,6 milhões). Ou a NBA partia para uma padronização de processos e seriedade administrativa ou nunca seria encarada pelo público norte-americano e mundial como um produto legal de ser assistido – e comprado.

Para vocês terem uma ideia de como os tempos eram outros, a final de 1980, a que teve Magic Johnson jogando como pivô contra o Sixers, um dos momentos mais épicos da história do esporte, não foi transmitida ao vivo para os Estados Unidos. Pensar em ter os jogos fora do país, então, era inimaginável. Sua relação com os atletas desde sempre foi muito boa porque ele sempre dizia a eles com toda sinceridade do mundo: “Meu objetivo é que vocês sejam muito bem pagos. Para isso vocês só precisam ser vistos. Hoje em dia não são mas vamos mudar esse quadro”.

E aí entrou a genialidade de Stern. Alçado a condição de comissário-geral (presidente na tradução mais prática do nosso dia a dia) em 1984, cargo que ocupou até 2014, Stern soube usar a rivalidade entre Magic Johnson (Lakers) e Larry Bird (Celtics) para pavimentar um caminho que foi muito bem utilizado por Michael Jordan anos depois (e em seguida por Kobe Bryant, LeBron James etc.). Não havia, na época, um departamento de marketing na NBA. Em menos de dois anos de sua gestão, uma área com mais de 50 pessoas espalhadas entre time comercial, marketing, inteligência de mercado, métricas e relacionamento com patrocinador foi levantada com o objetivo de aumentar o potencial da NBA (leia-se: gerar mais receitas). Com a liga conhecida e expandida (os 23 times de 1984 saltaram para 30 em menos de 20 anos), os ginásios passaram a encher, as partidas se tornaram entretenimento, rostos conhecidos do cinema, música e mercado publicitário passaram a ir aos ginásios, os jogadores passaram a ser conhecidos e seus rostos, mundialmente conhecidos.

Isso, claro, sem deixar de atuar em causas importantes. Em 1991 o mundo tomou ciência do caso de HIV de Magic Johnson, uma das estrelas da NBA. Ao contrário do que muita gente poderia fazer, na coletiva de imprensa de Magic em Los Angeles David Stern estava ao seu lado. No All-Star Game de 1992, em Orlando, Johnson não só jogou como foi eleito o MVP da partida e foi reverenciado pelo público. Stern bateu pé contra donos de time, atletas e público que diziam ser pouco prudente ter um atleta com o vírus nas quadras. Progressista e humano, o comissário usou a plataforma do basquete para abastecer o público de informação e conhecimento sobre algo novo e preocupante.

Foi através da mente brilhante de Stern que a NBA, já com um produto confiável e com parceiros de mídia fortes e transmitindo as suas partidas (primeiro a CBS, depois a NBC e mais recentemente TNT e ABC), abriu mercado e, ao contrário de futebol americano e baseball, rompeu as fronteiras. Sendo o único esporte americano que é praticado globalmente, a liga sabia que era mais fácil vender seu produto para alguém que sabia do que se tratava – e praticava no cotidiano – do que ao contrário.

Assim os jogos saíram dos Estados Unidos para alcançar um número que, hoje, conta com mais de 200 países transmitindo as partidas em mais de 40 línguas diferentes. Foi, aliás, de sua cabeça a ideia de colocar todos os craques americanos da liga para jogar juntos pela seleção. Em 1991 nasceu o Dream Team que jogou a Olimpíada de Barcelona em 1992 com uma formação que tinha Michael Jordan, Magic Johnson e Larry Bird. Sem internet, sem saber como era o mundo, os 12 campeões olímpicos se surpreendiam quando andavam na Espanha e eram reconhecidos mais nas ruas da Catalunha do que em cidades norte-americanas. Pau Gasol, estrela campeã pelo Lakers nos anos 2000, foi assistir às partidas com seu pai no Palau Municipal d’Esports de Badalona. Anos depois ele chegou à liga e se tornou uma das estrelas. Não foi só ele um “filho” do legado global de Stern.

Na década de 80 a direção de licenciamento do escritório de Nova Iorque vendeu um programa de melhores momentos, o famoso “NBA Action”, para a Argentina por surreais US$ 2 mil por ANO. Manu Ginóbili e Luis Scola, conhecidos mundialmente nos dias atuais, juntavam os amigos para assistir de suas casas. Por aqui uma geração de fãs, atletas, jornalistas e técnicos se formou com as narrações de Luciano do Valle na Band no final da década de 80 e começo da década de 90. Stern tinha uma frase pelos corredores do escritório da liga em Manhattan que era muito clássica: “Melhores momentos são marketing. As pessoas começam a conhecer o nosso produto assim. Depois elas assistem às partidas”. E ele tinha razão.

Um reflexo disso? Há seis anos seguidos que a NBA tem mais 100 atletas estrangeiros atuando no campeonato (neste ano são 108). Outro reflexo? Em 1984 Jerry Reinsdorf comprou o Chicago Bulls por inacreditáveis US$ 16 milhões. Em 2014 o Los Angeles Clippers, um time modorrento e que nunca foi campeão (nem perto disso), foi vendido para Steve Ballmer por US$ 2 bilhões. A grande diferença nestes 30 anos fica menos para a correção monetária e muito mais para como um produto era local e pouco visto para outro desejado, bem administrado, global e rentável.

É óbvio que ninguém é perfeito, e David Stern tem em seu currículo algumas manchas – a principal delas, talvez, seja o fato de, na época com a NBA sendo a dona do New Orleans Hornets, ter vetado a troca que mandaria Chris Paul para o Lakers em um claro conflito de interesse entre o que o escritório da liga queria e o que era desejo da equipe. Stern contou em entrevista recente à Sports Illustrated que se arrepende de não ter vendido a franquia de Nova Orleans rápido ao invés de ter ficado com ela sob sua tutela por quase 18 meses, tempo suficiente para soluços acontecerem. Há, também, casos envolvendo multas que ele aplicou em times que poupavam jogadores em partidas de TV aberta nos EUA, a negociação dos times com o sindicato em 2011 e outras situações, mas seu legado é gigante e seu saldo, positivo.

David Stern foi o responsável por transformar a liga em um produto rentável, venerado, global, progressista e descolado. Não se trata de uma liga de esportes, mas sim de um produto de entretenimento genial. Desde que ele assumiu quatro estrangeiros ganharam o prêmio de MVP da temporada regular (Hakeem Olajuwon, Steve Nash, Dirk Nowitzki e Giannis Antetokounmpo) em uma lista que mostra quão descentralizado está o jogo graças ao seu pensamento de fazer o seu produto chegar o mais longe possível.

Se hoje há atletas ganhando US$ 40 milhões anuais (quando ele chegou o salário médio era de US$ 250K – atualmente, de US$ 9mi) é simplesmente porque a NBA deixou de ser um campeonato local, que atingia “apenas” a população dos Estados Unidos para ser uma marca internacional e com alcance quase infinito.

Em um mundo esportivo quase sempre retrógrado, Stern sempre foi a contra-corrente ao pensar em inovação, marketing, produto e rentabilização. A NBA só tem a agradecer a ele.

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Obrigado por 2019 e ótimo 2020 para todos nós! http://balanacesta.blogosfera.uol.com.br/2019/12/28/feliz2020/ http://balanacesta.blogosfera.uol.com.br/2019/12/28/feliz2020/#respond Sat, 28 Dec 2019 08:06:56 +0000 http://balanacesta.blogosfera.uol.com.br/?p=57516

Está chegando ao fim mais um ano do blog, desde junho de 2011 aqui no UOL, e eu queria agradecer a todos pelo companheirismo neste ano de 2019. Ano que teve a Espanha como campeã mundial, o Flamengo como vencedor do NBB, o Sampaio Correa levando a LBF, o CSKA abocanhando o seu oitavo título da Euroliga, Washington Mystics faturando a WNBA e o Toronto Raptors conseguindo o inédito título da NBA.

Em 2020 tem mais, muito mais. É ano olímpico, puxado, com muita coisa pra gente que ama o basquete. O blog dá uma respirada a partir de hoje (estarei a postos para o caso de alguma urgência, eu prometo) e retorna no dia 02/01/20. Que todos tenhamos um 2020 cheio de alegrias, saúde e muita paz.

Obrigado,

Fábio Balassiano.

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O retorno de Luka Doncic às quadras da NBA – veja como foi! http://balanacesta.blogosfera.uol.com.br/2019/12/27/doncic/ http://balanacesta.blogosfera.uol.com.br/2019/12/27/doncic/#respond Fri, 27 Dec 2019 11:10:01 +0000 http://balanacesta.blogosfera.uol.com.br/?p=57513

Reprodução Instagram

Na briga pelo troféu de melhor jogador da temporada, Luka Doncic retornou às quadras nessa quinta-feira pelo seu Dallas Mavs na vitória por 102-98 contra o San Antonio Spurs. Recuperado de lesão no tornozelo, o esloveno, que ficou de fora por duas semanas, despejou 24 pontos, 10 rebotes e 8 assistências para manter o seu time entre os melhores do Oeste com a campanha de 20-10. O Spurs, por sua vez, continua errático e tem 12-18, pior campanha do time nos últimos 25 anos.

“Não posso mentir e vou dizer que me senti muito cansado no final do jogo. Mal sentia minhas pernas, mal entendia o que precisava fazer, mas o bom é que saímos com a vitória. Meus companheiros foram incríveis, mas realmente foi difícil voltar. Quando você fica fora dessa liga por duas, três semanas você perde muitos jogos. Agora é ter paciência e retornar aos poucos”, afirmou em coletiva o esloveno que atuou por 33 minutos.

A performance de Doncic, aliás, foi elogiada por ninguém menos que Gregg Popovich, técnico do San Antonio, um dos maiores vencedores de todos os tempos (5 títulos) e também treinador da seleção americana. A comparação de Pop pode ser um pouco exagerada, mas vale ler o que ele disse:

“Eu odeio dizer isso, mas é o seguinte: ele não é Magic Johnson, mas é como Magic Johnson no sentido de ver a quadra da mesma maneira. Doncic tem um senso realmente intuitivo, e você não pode ensinar isso. Ele apenas entende o jogo e é ótimo nisso. Não estou tentando colocar a pressão do Magic Johnson nele – ele ainda não está pronto para isso – mas ele está fazendo um ótimo trabalho”, finalizou Pop.

Abaixo os melhores lances dele na partida de ontem:

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No clássico de Los Angeles, Clippers viram e vencem o Lakers com inspirado Kawhi http://balanacesta.blogosfera.uol.com.br/2019/12/26/clippers1-2/ http://balanacesta.blogosfera.uol.com.br/2019/12/26/clippers1-2/#respond Thu, 26 Dec 2019 10:26:21 +0000 http://balanacesta.blogosfera.uol.com.br/?p=57504

ROBYN BECK / AFP

Não foi a rodada de Natal dos sonhos da NBA. Muitos desfalques, 4 dos 5 jogos com vantagem de no mínimo 10 pontos, mas um jogaço de bola em Los Angeles para dar uma amenizada nesta quarta-feira.

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Jogando diante de sua torcida, o Los Angeles Lakers começou bem, abriu 15 pontos, viu Kyle Kuzma explodir no primeiro tempo com 19 pontos (incrível!), liderou até a metade do terceiro período mas aí o Clippers, o Los Angeles Clippers que todo mundo espera, apareceu.

Marcando muito bem, teve uma sequência de 16-3, empatou a partida no final do terceiro período, foi bem no último período e venceu o clássico de Los Angeles por 111-106 (60-43 pro Clippers no 2° tempo). No duelo de craques, Kawhi Leonard esteve brilhante com 35 pontos, 12 rebotes e 5 assistências, superando a LeBron James, errático no final apesar de 23 pontos (9/24 nos chutes), 10 assistências e 9 rebotes). Kuzma terminou com 25 pontos e Anthony Davis com 24 pelos perdedores. Pelos ganhadores, Paul George teve 17 e Montrezl Harrell, 18.

A conclusão é meio óbvia: HOJE o Clippers, como time, é melhor que o Lakers. Venceu na estreia, sem Paul George, e ganhou no Natal em partida que nem atuou tão bem assim.

Nos demais jogos da rodada natalina, vitórias de Boston contra Toronto fora de casa (118-102), Philadelphia diante de Milwaukee em casa (121-109), Golden State contra Houston (116-104) em São Francisco e New Orleans diante de Denver fora de casa (112-100).

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