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Bala na Cesta

Frio, Warriors ignora pressão da torcida do Raptors, vence em Toronto e prolonga final da NBA

Fábio Balassiano

11/06/2019 00h09

GREGORY SHAMUS / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP

O Golden State Warriors contou com (um pouquinho de) Kevin Durant e mostrou com quantos nervos se faz um time campeão nesta segunda-feira na ScotiaBank Arena. Tendo de volta o ala por 12 minutos (11 pontos) até que ele se machucasse novamente e jogando com muita frieza, sem se importar com os gritos da torcida do Raptors, os atuais bicampeões da NBA deram uma demonstração de força absurda ao vencerem o Toronto por 106-105 para prolongar a final do campeonato (Kyle Lowry ainda teve a chance de ganhar pro Raptors, mas errou seu arremesso). Com o resultado, os canadenses agora têm 3-2, mas o rumo das coisas muda bastante daqui pra frente. Com 31 pontos, Steph Curry foi brilhante e comandou as ações do time de Steve Kerr. Klay Thompson saiu-se com 26 e jogou muito bem também.

O jogo 6 será na quinta-feira em Oakland (22h, com ESPN e Band), nesta que será a última partida da história da franquia na Oracle Arena (ao final da temporada o Warriors irá jogar em São Francisco em uma nova Arena). Se vencer, o Golden State prorroga a final para o decisivo jogo 7 (seria domingo no Canadá). Caso o Toronto ganhe, os canadenses serão campeões inéditos.

Com Kevin Durant em quadra, o técnico Steve Kerr optou desde o início pela sua "formação da morte" com Steph Curry, Durant, Klay Thompson, Andre Iguodala e Draymond Green. E logo de cara deu bastante certo, sobretudo porque a parte técnica do camisa 35 não parecia afetada pelo quase um mês de inatividade. O Warriors, que ao todo teve 20/47 do perímetro (47%), acertou as suas cinco primeiras bolas de três, abriu 19-13 e deixou um ótimo recado aos torcedores do Toronto. No final do primeiro período, o Golden State vencia por 34-28 com 14 de Curry, 11 de Durant e 6 de Klay Thompson. Sim, o trio californiano tinha mais ponto que os Raptors.

GREGORY SHAMUS / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP

No segundo período, a pior notícia possível pro Warriors. Em um lance até certo ponto tranquilo, Kevin Durant dominou a bola de costas pra cesta, fez um movimento e sentiu a mesma panturrilha que o deixou de fora do basquete por um mês. Ele foi ao solo, retirado da quadra pelos médicos e se encaminhou ao vestiário cuspindo marimbondos. A dor de KD voltou com força. O bom jogo do Toronto, não.

Antes do intervalo a vantagem do Golden State chegou a 12 pontos, foi reduzida para um graças a uma excepcional atuação do espanhol Marc Gasol (15 pontos e 5 rebotes) e terminou em 6 com os 62-56 dos comandados de Steve Kerr. Naquela altura, Steph Curry tinha surreais 23 pontos.

Na volta do vestiário, o mesmo nervosismo por parte do Toronto, e um Golden State que tentava se equilibrar entre a confiança de ter Steph Curry e Klay Thompson e a ausência confirmada de Durant, que não voltaria às quadras por ter agravado a lesão na perna. Com Kawhi Leonard tímido (4/15 nos tiros até então), o Warriors se aproveitou, manteve a cabeça no lugar e mesmo com um período baixo em termos de pontuação (empate em 22) foi pros 12 minutos finais com 84-78 de frente.

GREGORY SHAMUS / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP

No último período, a vez do MVP. A vez do craque. A hora de Kawhi Leonard. Ele fez incríveis 10 pontos seguidos, colocou o Toronto na frente pela primeira vez desde um breve período no quarto inicial, mas viu uma reação incrível do Warriors, que fez 9 pontos seguidos com bolas de três de Green, Klay e Curry para, mesmo com duas besteiras nos segundos finais (pé na linha de Green e falta de ataque de Cousins), vencer por 106-105 após uma excepcional dobra na marcação em Kawhi Leonard na última bola.

Leonard não conseguiu arremessar e teve que passar a bola, que foi parar nas mãos de Kyle Lowry para o arremesso fatal. Lowry desperdiçou, e o Golden State se manteve vivo na série.

A temporada da NBA ainda não acabou. O sonho do Golden State Warriors de se tornar o primeiro tricampeão da NBA desde o Lakers do começo do século, também não. Quem tem Steph Curry, Klay Thompson, Draymond Green e, vá lá, um pouquinho de Kevin Durant sempre terá alguma chance.

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