CBB e Liga Nacional emitem nota de 'trégua' - dúvida agora é se tudo será colocado em prática

No começo da tarde de ontem a Confederação Brasileira de Basketball e Liga Nacional de Basquete enviaram à imprensa a mesma Nota Oficial (mais aqui). Nela constam pontos do alinhamento que houve quando da realização do torneio internacional da Federação Internacional no Rio de Janeiro em fevereiro deste ano e claramente (ao menos no papel) uma trégua entre as entidades que vinham brigando nas trincheiras e fora dela (só usar o buscador do blog que há muito texto sobre isso) há cerca de dois anos.

Não há dúvida que é um avanço, um ponto de partida, sobretudo porque a Confederação Brasileira oficializa que não irá mexer em absoluto com o NBB, a divisão de elite do basquete nacional. Isso é a parte teórica, o que cabe no papel, o que vale pros olhos da FIBA, que vinha cobrando uma relação mais amistosa entre as partes a todo momento, e o que dá uma acalmada também nos players internos (COB, Ministério do Esporte etc.).

A dúvida agora é se o que vale no papel vai ser colocado na prática, no dia a dia, na relação entre as partes que, pelo bem do esporte, precisa ser mais do que amistosa – precisa ser de cooperação. Conheço o pessoal das duas partes, das duas entidades, e sei que todos querem o bem do basquete, o melhor pra modalidade. Há dois anos, porém, os barcos têm remado para lados opostos, não encontrando um meio do caminho tão básico quando se tem uma conversa (algo que aparentemente ocorreu agora). Como dizia um antigo chefe, "o papel aceita tudo". Ou, como dizia o Joelmir Beting, na prática a teoria às vezes é diferente.

Permitam-se ser cético, um pouco mais reticente, mas acreditando na boa intenção de CBB e Liga Nacional eu prefiro esperar pra ver se os cinco pontos do acordo selado na frente da FIBA serão cumpridos à risca, sem nenhum problema, com cooperação entre as partes e com troca de conhecimento entre duas entidades que, juntas, podem fazer o basquete daqui muito melhor.

Do meu canto, torço muito pra dar certo, mas não me sinto confortável para dizer aquele famoso "agora vai". Não por agora. Que em breve isso ocorra.